Capítulo 05

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   Imediatamente, eu fecho a porta e ouço os passos de Apolo vindo para a minha direção. Ele abre a porta em um só soco e eu recuo para trás indo para a direção da sacada. Apolo caminha para a minha direção, furioso e limpa o resto de sangue da sua boca, na camisa. Me aproximo mais ainda do parapeito da sacada e Apolo fica parado, apenas me observando.

— O que você quer, Apolo? Será que não consegue me deixar sozinha? — Questiono, irritada o fuzilando com os olhos.

— Você não pode simplesmente fugir de mim, sabendo que eu sou a única pessoa no momento em quem você pode confiar, Valentina. Nós dois somos casados e precisamos nos entender. — Apolo rosna, possesso de raiva.

   Ponho as mãos em cada lado dos ouvidos, porque tudo o que ele diz, não passa de bobagem. Eu não acredito em nada, que Apolo diz.

— Você não pode obrigar uma pessoa a te amar, Apolo. Será que dá pra entender? Você é louco! Eu me arrependo amargamente, de ter dito sim. Eu poderia muito bem, pedir para que me matasse, ao invés de colocar os meus pais nisso tudo... — Ele me interrompe, dando um passo a frente.

— Nada poderá anular o nosso casamento, Valentina. Você é minha para o resto da vida! — Apolo grita, em voz alta dando mais um passo a frente.

   Seus berros chamam a atenção dos empregados da casa. Me apavoro, ao ver que Apolo está completamente fora de si e dou um passo para trás, me desequilibrando do parapeito e viro o corpo para trás, ao cair da sacada. O seu rosto, a minha procura, é a única coisa que eu vi, ao cair entremeio aos arbustos do jardim. Sinto uma leve pancada na cabeça que faz a minha visão ficar turva, toda embaralhada. As folhas verdes, me rodeavam e eu não conseguia pensar em outra coisa, não ser fechar os olhos.

Apolo

   Meus olhos se enchem de lágrimas, enquanto eu desço as pressas ouvindo os passos dos outros empregados. Abro as portas da sala que dá acesso ao jardim e saio correndo em disparada a trás de Valentina, que está caída entremeio aos arbustos abaixo da sacada do seu quarto. Me aproximo de Valentina e a pego em meus braços, que acabo me sentando na grama ainda molhado. Limpo o seu rosto e ela está desacordada. Tiro o seu cabelo do rosto, tentando reanimá-la, mas Valentina não responde aos meus chamados.

— Valentina, acorde, por favor! Valentina! — Eu a chamo, desesperado. As lágrimas escorrem pelo meu rosto ao cair em seu pescoço. Passo a mão pelo seu rosto, lhe fazendo um carinho e beijo a sua testa. — Valentina... Chamem o médico da família! Ela precisa de ajuda.

   Sigo os paramédicos ao lado da maca em que Valentina está deitada. Ela permanece desacordada, mas me recuso a largar a sua mão. Philip me impede de continuar a seguir Valentina, fazendo uma barreira a minha frente e me repreende com os olhos. Jogo os cabelos para trás e ele quebra o silêncio.

— É melhor ficar aqui, Apolo! Nós iremos fazer uma bateria de exames. Ela poderia ter morrido com a queda que ela sofreu. Mas graças a Deus, ela está viva... — Eu o interrompo, tentando me jogar pela porta da outra entrada.

— Eu preciso vê-la, Philip. Eu não vou conseguir ficar calmo, eu preciso... — Philip me interrompe, se atirando a minha frente.

— Nós cuidaremos da sua esposa. Assim que a levarmos para o quarto, você poderá vê-la. Conforme o protocolo do hospital, se você ousar a passar por aquela porta, eu não vou conseguir impedir que os seguranças te levem para fora do centro médico. — Philip diz, ao dar de ombros passando pela porta.

***

   Os dias se passavam com um piscar de olhos e desde então, eu saía mais cedo da vinícola para ver como Valentina está e para cuidá-la. Philip que é o médico da família, disse que se tudo der certo, em alguns dias, Valentina receberá alta, ou talvez amanhã mesmo estará de volta pra casa.

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