Horas antes...
Apolo
Ando de um lado para o outro descasando os botões da camisa branca e a tiro, jogando sob a poltrona ao lado da janela, observando o céu escuro. Termino de abrir as portas de correr andando até a sacada e pego o copo de whisky, me embriagando apenas pelo cheiro que é tão bom, pegando em meus devaneios pensando na Valentina com aquele vestido vermelho, que só Deus sabe, o quanto estava linda.
Talvez se eu fosse um desses homens que maltrata as mulheres, bate, faz o que quer, ela poderia gostar de mim. Mas eu não sou um desses homens. Nenhuma mulher, merece passar por isso. Posso pegá-la à força, às vezes. Mas Valentina é minha mulher e ela sabe que todo casal faz sexo. Mesmo que ela não queira, ela deve isso a mim, ainda mais, por eu ter deixado o pai dela vivo.
Mas o que me preocupa, não é Valentina me aceitar como marido, até porque ela vive esfregando isso na minha cara, mas sim, saber porque estão vindo atrás de mim, começando pelo Gutierrez que mandou o Carlos para me matar. Os negócios da máfia estavam indo bem. Não tínhamos nenhuma rixa, porque fizemos um acordo, que eu ainda poderia vender armas para ele, desde que ele parasse de vender drogas em Palermo. Não seria bom, que a máfia soubesse e a cidade, ficaria banhada de sangue. Isso, só causaria mais problemas e a polícia envolveria nos meus negócios e definitivamente, eu teria que ir embora de Palermo, assim como os outros.
Assim como o meu avô e o meu pai, eu lutei e fiz o que pude para manter a paz nessa cidade e não se transformar novamente em um caos. Embora, eu tenha mudado as regras, mas não justifica nada, além do fato de eu ser um Carmona. Que mata a sangue-frio, a quem não merece viver e fazer justiça com as próprias mãos, com aqueles que tenham me traído.
Tomo um gole cheio de whisky virando o líquido todo de goela abaixo, sentindo rasgar a garganta por dentro e engulo apreciando o sabor do Bourbon, quando o celular vibra de cima do parapeito de mármore. Atendo a ligação, ouvindo a voz rouca e baixa do meu tio do outro lado da linha.
— Romanos achou a localização do cara que estava traficando para o Gutierrez. — Tio Thomas fala, convicto.
— É mesmo? Então o Romanos decidiu ficar de vez? — Questiono, surpreso tomando o resto do líquido que ficou no copo e dou de ombros voltando para o quarto.
— Apolo, já faz muito tempo. E Romanos tá nessa desde que vocês dois, cresceram juntos e entraram pra máfia. Então não queira tirá-lo do time. Você sabe as regras. — Ele me repreende, convicto em um tom de seriedade na voz.
Bufo, em silêncio balançando a cabeça em negação lembrando do que aconteceu no passado que para mim, não quero ter que reviver outra vez e quebro o silêncio.
— Certo! São as regras, tio! Bem, eu vou vestir a camisa e agorinha nos encontramos no lugar de sempre. Eu quero aquele pilantra morto. — Digo, com a voz rouca e grossa encerrando a chamada.
Visto a camisa novamente, não dando muita moral para os benditos botões deixando toda aberta e me aproximo da porta dando de ombros ao sair do quarto e assim pegar o carro e ir ao encontro do meu tio e dos outros.
Sigo a estrada silenciosa, onde eu podia ouvir apenas o barulho dos pneus fazendo rastros pela terra úmida, seguindo o trajeto que dava até o galpão, que também era outro ponto que levávamos os traidores para o acerto de contas.
Logo mais a frente, vejo o carro do meu tio ao lado do carro do Palloti, a direita o carro de Nicco e outro mais a frente a esquerda, o carro do Luca, todos já estacionados e me esperavam dentro do galpão. É claro que a máfia, não quer ser descoberta e por isso mesmo, fazemos tudo planejado e também com a ajuda do Jim, estava tudo sob controle com a polícia.
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Destinos Roubados
Любовные романыFinalmente, o grande dia chegou. Valentina Bianchi se casará com o homem da sua vida. Mas após realizar o seu desejo, a vida que planejou, se transformará em um verdadeiro circo de horrores, tendo Apolo Carmona, como o seu marido. Destemido, inte...