Final

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Valentina

   Saio do chuveiro depois de um banho relaxante e sigo em direção ao quarto. Deixo a toalha cair do corpo, assim como também, a toalha que cobria as madeixas ruivas do meu cabelo me olhando pelo reflexo do espelho. Sorrio, feito boba e me recordo quando da primeira vez que cheguei a esta casa. De menina, que mal sabia o que estava acontecendo jurando a mim mesma que jamais amaria o homem com quem me casei. A mulher, que me fez em seus braços e que sabia que esse juramento não serviu de nada, pois eu estava completamente apaixonada por ele. 

   Balanço a cabeça, sorrindo feito uma boba e desvio o olhar para o criado ao meu lado onde vejo um bilhete branco sob a bandeja de prata. Estico o braço ao pegá-lo.

   "Te espero às 09h30 da manhã pelo caminho da estufa até ao lagar. Com o mesmo vestido que se casou comigo pela primeira vez."

— Céus! Eu vou me casar! Eu vou me casar pela segunda vez? Não acredito... Ai meu Deus! Eu não acredito... — Grito, em voz alta para os quatro cantos. Corro até a porta e avisto Rosa com os olhos arregalados como se tivesse visto um fantasma, em passos apressados para o meu rumo. — Rosa, Rosa, Rosa!

— Que foi menina? Quer me matar de vez? — Ela questiona, assustada recuando para trás ao me ver despida.

   Eu pego em suas mãos e as beijo. Logo depois eu a abraço, dando um espaço para que ela entre em meu quarto que a coitadinha não entende o motivo da minha alegria. Ela por sua vez, pega a toalha do chão e a joga por cima dos meus ombros.

— Valentina, você ficou louca? Os seguranças podem te ver nua, filha... — Eu a interrompo, balançando a cabeça.

— Você sabe muito bem que se algum deles me olharem estão ferrados. — Digo, convicta. Eu olho em seus olhinhos que ainda estão confusos e sorrio para ela novamente beijando as suas mãos e depois recuo. — Rosinha, eu vou me casar com o Apolo pela segunda vez!

— Oi? Mas... Mas vocês já estão casados, filha. 

   Não sei o que é mais engraçado. Se é a cara de espanto dela, ou eu que estou a deixando confusa.

— Rosinha, eu e o Apolo, vamos renovar nossos votos de casamento. Eu preciso que você me arrume. Me deixe linda. — Digo, com as bochechas doloridas de tanto sorrir.

— Ah, mas não se esqueça que eu também faço parte desse romance. E eu também irei de arrumar, Dna. Valentina. — Sara fala, revirando os olhos com as sacolas nas mãos.

   Me afasto de Rosa e desvio os olhos para a tia do meu marido com lágrimas nos olhos me aproximando dela.

— Obrigada por tudo. Obrigada por me dar todos os conselhos, quando eu mais precisei. Obrigada, por estar comigo quando eu pensei que não tinha mais solução. Eu te considero como a minha segunda mãe, Sara. — Digo, com a voz embargada em meio aos prantos.

   Ela se aproxima, enxugando as minhas lágrimas e os seus olhos estão marejados ao retribuir o agradecimento com um sorriso.

— E eu te considero como a minha filha adotiva. E pode ter certeza, que eu sempre estarei ao seu lado para o que for, Valentina. Você é nossa menina e não vai pensar em fugir de novo. Se não, eu te colocarei de castigo para o resto da vida. — Ela brinca, me fazendo lembrar da vez em que fugir quando Apolo estava de viagem.

Destinos RoubadosOnde histórias criam vida. Descubra agora