Capítulo 38

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   Viro a primeira rua, fazendo um trajeto diferente ao pegar um atalho, que dá acesso a praça Pretoria. Geralmente, ela é a mais movimentada da cidade, mas ao vê-la, quase não vejo pessoas passeando. Dirijo por mais um pouco, quando vejo alguns homens negociando com Apolo e com o Thomas. Deixo o carro parado em frente a uma árvore, não estacionando muito bem e sai do veículo às pressas em direção ao meu marido.

   Olho para todos os lados, carregando comigo mesma, uma angústia. Algo de ruim que sinto, que está prestes acontecer e me aproximo de todos eles, ao pegar na barra do paletó de Apolo, puxando-o para mim, fazendo com que olhe em meus olhos.

   Apolo me olha surpreso e franze o cenho, sem entender nada. Mas eu insisto, balançando a cabeça.

— Apolo, venha comigo! Vamos sair daqui agora! — Digo, desesperada com os olhos vermelhos.

   Ele fica intacto na minha frente, ainda sem entender o que está acontecendo e Thomas se aproxima, quebrando o silêncio.

— Valentina, estamos tentando fechar um acordo. 

   Apolo e eu, ficamos nos olhando por alguns segundos a mais e ele quebra o silêncio, pegando na minha mão, recuando para trás.

— V-valentina, fique calma! Nós estamos fechando um negócio. Não... — Eu o interrompo, fitando-o com os olhos.

— Você precisa vir comigo agora, Apolo! É uma armadilha! — Afirmo, em voz alta puxando-o novamente para mim.

— Do que você está falando, Valentina? — Ele questiona, nervoso com situação.

— Eu te explico no caminho. Mas você precisa... 

— APOLO!

   Me viro para trás, quando eu vejo alguém com uma arma apontando para Apolo e me jogo na frente fazendo uma barreira. Mas em questão de segundos, Apolo me empurra para o lado, me arremessando com toda força que tem e sou pega pelos braços de Thomas, que não me deixa cair no chão.

   A bala atravessa pelo abdômen de Apolo, que em questão de segundos, a mancha vermelha surge rapidamente pela camisa branca que usara. Os outros homens correm para todos os lados e meus olhos desviam-se para o mesmo lado que eu vi aquele homem atirar, quando eu o vejo indo embora.

   Caio de joelhos, me arrastando para mais perto do meu marido, que me olha meio zonzo e quebro o silêncio.

— A-apolo? Apolo, você vai ficar bem, meu amor! — Digo, em meio aos prantos deixando as minhas lágrimas caírem sob seu rosto.

   Thomas o ajuda a levantar, fazendo-me afastar de Apolo e Romanos se aproxima, ajudando o meu marido a se levantar.

— A gente precisa sair o mais rápido daqui! Eu matei o cara. O corpo não está muito longe da praça... — Apolo interrompe o seu primo, desviando os olhos para ele.

— V-vá atrás do responsável. Você e o meu tio. Eu irei depois, que deixar Valentina e segurança... — Eu o interrompo, balançando a cabeça em negação.

— Você não pode ir, Apolo... — Ele me interrompe, me fitando com os olhos.

— É uma ordem! Agora vão! — Apolo dá a sua última palavra e ele se recompõe, ficando totalmente de pé, pegando em minha mão e me levando para a rua.

   Eu olho para trás, ao ver que Thomas e Romanos fazem o que ele pediu e volto a olhar para ele, que sangra muito.

— Onde está o seu carro? 

   Sem responder nada, eu o levo em direção ao meu carro e abro a porta do passageiro para que entre. Ponho o sinto de segurança, mas ele insiste em colocar sozinho. Corro dando a volta e entro no carro, arrancando o motor, saindo o mais rápido desse lugar.

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