O choro da vida. Eu não sabia que ser mãe era sentir aquela felicidade. Era ouvir o chorinho deles que o mundo se calaria e só existiria nós. O que de certa forma é uma grande verdade, pois no meu mundo agora era apenas eu e eles. Segurei eles nos braços ainda banhados pelo vérnix (substância branca e gordurosa que recobre a pele do recém-nascido logo quando ele nasce) enquanto eles choravam baixinho, hora ou outra chupavam seus dedinhos e me faziam sorrir. Os meninos entraram na minha vida, de forma tão brutal que me assustou e eu não queria. Eu estava assustada. Mas nunca me sentia sozinha. Eu me sentia viva a cada momento, me sentia feliz. As responsabilidades aumentaram mas tudo aquilo me fez esquecer os problemas, e focar numa vida com eles.
Dois anos depois…
Caí do sofá na tentativa de pegar os brinquedos do Nicolas que caíram no carpete. O que não era problema nenhum, se Nicolas não fosse tão mimado e parasse de chorar.
Esses mimos?
Tudo culpa do meu pai e as meninas eles, mima eles demais. Lucas está dormindo, no cercadinho que montei na sala para deixar eles lá enquanto eu faço as coisas. Os garotos são diferentes um do outro, obviamente. Nicolas é mais calmo, manhoso. Já Lucas, é totalmente o contrário o garoto é completamente independente, acho que se eu bobear qualquer dia ele incendeia o apartamento inteiro. Esse daí com certeza tem o gênio do pai.
— Achou! — Brinco me levantando daquele carpete. Depois que virei mãe me passei a fazer cada coisa. Nicolas ri fraco da minha performance do peek-a-boo. — Cadê o Nini da mamãe? — Ele deu uma gargalhada gostosa e eu entrego o brinquedo ao mesmo, e vou até a cozinha pegar alguma coisa pra comer. Era quase cinco da tarde e eu não tinha comido absolutamente nada.
Morando em Londres ainda, neste apartamento, sobrevivendo de uma renda que meu pai está me dando enquanto eu também trabalho numa de sua empresa, em um cargo que me ajuda muito a conciliar as coisas de casa e o meu lado profissional. Obviamente cursando o que sei fazer, design. O que não saí muito da zona do meu pai, já que ele é estilista. Eu trabalho em casa e mando pra ele, mas algumas vezes preciso ir na empresa para participar de reuniões e tudo mais.
— Cheguei família! — A porta do apartamento bate e eu fecho os olhos, imaginando Lucas chorando por horas, já que o mesmo tinha acabado de dormir, e alguém iria atrapalhar seu sono dele.
— Se o Lucas acordar, a culpa é sua. — Falei alto vendo ele o moreno ultrapassar a sala, tendo visão devido a cozinha americana, eu tinha visão de tudo que estava acontecendo na sala, o que era bom com os meninos, pois eu sempre estaria de olho neles.
— O Lucas não acor… — Ele vira-se com Nicolas nos braços, e logo escutamos alguns resmungos vindo do senhor Lucas. Olhei debochada para ele que me olhou perdido.
— Se vira. — Dou três tapinha no seu ombro e pego Nicolas. Vou comer as frutas que cortei na cozinha. Dou uma pequena fatia de maça para o bebê que estava em meu braço e observei o senhor atrapalhado tentar pegar Lucas. Aquilo vai ser hilário, não tenho dúvidas.
Mark Lee era meu vizinho, e também um grande amigo. Ele vem me ajudando com os meninos desde sempre. Mark tem uma grande participação no nascimento dos meninos. Enquanto eu tentava cruzar o elevador naquela noite, urrando de dor, o moreno chegou me olhando espantado. E dali por diante nunca nos desgrudamos.
— Sou um bom pai… — Ele diz orgulhoso, num tom zombeteiro após envolver Lucas em seu braço. Lucas estava sério, aquela típica cara de preguiça ao acordar.
— Tá bom, Lee. Agora de um banho no garotão, e veja se não ficou resíduos de pasta nas dobrinhas da virilha. — Bato nas costas dele de leve e sento-me no sofá com Nicolas. Mark me olha engolindo em seco e eu faço cara de paisagem. — Acho melhor você apressar, antes que ele se irrite.
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Garotos como Jeongguk
RomanceDeveria ser um presente inusitado de dezoito anos se Emilly não fosse certinha demais. Mas ao tentar devolver aquele presente não passou pela sua cabeça a hipótese de uma amizade com aquele vendedor bonito do sex shop. Tatuagens nunca lhe chamaram a...