Garotos como Jeongguk

Uma prova de amor.

Caminhei pelo quarto de Jeongguk observando os pequenos detalhes do mesmo. Tudo clean, e algumas roupas de Jeon espalhadas pelo quarto, algumas coisas nunca mudam. Ele estava parado olhando-me, enquanto eu tentava também buscar alguma coisa para falar. Tinha ensaiado mil coisas para lhe dizer naquele momento, mas as perdi no caminho e agora só me resta ser verdadeira nesse momento.

— Gostou do quarto? — Brincou, e eu sorri fraco suspirando em seguida.

— Sim, mas sejamos sinceros, eu não estou aqui para ver seu quarto. — Coloco minha bolsa em cima da mesa e vou até ele. — Eu vim aqui porque você pediu…

— Não, não. Apenas fiz uma sugestão, não fiz pressão alguma, era até uma tentativa de você ser sincera consigo mesma. — Aproximou-se de mim, seus olhos fixam em mim e eu estremeço. — E eu preciso saber.

— Por que? O que mudaria? — Dou as costas suspirando. — Sua vida está toda na Coreia. Empresa, vida. Tudo. — Viro-me encarando-o. — Eu abri mão de você. E não quero que você abra mão da sua vida agora, porquê eu voltei atrás com o que eu disse. Porque agora eu decidi ser feliz? 

Jeongguk

— Então, o quê isso significa? — Não iria me declarar para Emilly novamente, queria ouvir isso dela. Saber se ela realmente me ama, do mesmo jeito que eu a amo. Mesmo estando noivo, Yoongi tinha razão, eu quis ocupar o espaço que Emilly deixou no meu coração, rápido demais sendo imprudente, e a verdade é que eu sempre amei ela, perdidamente. E agora me sinto horrível pela situação que eu me encontro.

— Significa que eu te amo. — Essa frase teve grande impacto em mim. — Te amo tanto, que nunca consegui te esquecer durante esses malditos dois anos. Porquê ninguém, nunca havia me tocado como você. Ninguém tinha me amado como você, ninguém havia me feito feliz até eu conhecer você. E quando eu parti tive certeza absoluta de que eu estava sendo uma covarde, idiota. Uma menina mimadinha. Não só deixei você, mas sim, minha família, amigos, eu deixei a Emilly. E com o tempo eu só amei mais a pessoa que você foi comigo, incondicionalmente. — Algumas lágrimas caíram pelo rosto dela e eu ouvia tudo calado, sem mover-me ou esboçar uma emoção. — E hoje eu me apaixonei por você mais uma vez. Eu senti saudades mais uma vez… — Passou a mão pelo rosto enxugando a região molhada. — Eu não posso pedir para você deixar tudo lá… por mim. Não depois do que eu fiz. — Ela caí num choro e eu me seguro para não ir abraçá-la. Eu não precisava de mais nada, depois daquilo.  Voltou a sua postura e limpou o rosto dando um sorriso fraco. — Já fiquei tempo o suficiente. Preciso ir. — Pegou sua bolsa e aproximou-se de mim olhando nos meus olhos e eu permanecia firme. — Adeus.

Segurei-a pelo braço, puxando-a juntando nossos corpos, agora encarando fixamente em seus olhos azuis, com as bordas avermelhados pelo choro. Desci meu olhar até seus lábios que me chamavam, até que eu fui me aproximando-me e juntando nossos lábios, nossa respiração foi falhando, e os olhos dela se fechando, até que nos encontramos num beijo. Um beijo totalmente diferente daquela noite, um beijo tranquilo, que emitia paixão de ambas as partes. — Assim como paixão também emitia a saudade. Senti isso quando ela me abraçou aprofundando mais aquele beijo. 

Quando nos soltamos ela ficou sem graça, além de ter um sorriso lindo no rosto.

— Eu… — Fiquei em silêncio. Não sabia se era o meu momento de falar aquelas três palavras. Afinal eu ainda estava muito machucado. — Vem comigo pra Coréia.

— O quê?

— Você não quer fazer algo por mim? — Ela me olhava espantada. — Então, venha morar comigo. Têm tudo que você e os meninos precisa. Me dá uma prova de amor.