Voltei aos meus sentidos, arrumando minha postura, me afastando dele. Bebi minha tequila engolindo àquilo em seco pensando nas suas palavras. Estava fingindo que não tinha entendido ao certo aonde ele queria chegar dizendo aquilo, embora meu lado sacana havia entendido perfeitamente bem. Mordi meus lábios inferiores, e um logo suspiro, giro-me meu corpo olhando o pessoal dançar. Tocava alguma música desconhecida por mim, mas a batida era muito boa além de ser sexy. Sai dali deixando ele sorrindo, ou melhor acompanhado pela sua bebida, que sugiro ser whisky.
— É cada anjo que a gente encontra, nessas festas. — Ouvi do meu lado uma voz masculina dizer. A maliciosa veio carregada em sua voz, senti um arrepio passar por todo meu copo junto com a repulsa.
— É cada homem abusado, que a gente encontra também. — Falei irritada olhando para o garoto de cabelos negros e olhos puxados. Sem pensar muito volto a caminhar na direção da pista de dança. Não tinha o hábito de dançar com tanta gente, eu era tímida pra isso. Enquanto subi para o segundo andar de casa, onde tinha poucas pessoas, e fiquei olhando a festa dali de cima mesmo.
Odiava quando Darlla sumia e me deixava nesses lugares sozinha. Sempre pensei como seria se eu fosse uma garota mais ousada, afinal nunca achei meu estilo provocante. Talvez pelo modo como meu pai nos criou eu me fechei para garotos e meu próprio estilo. Mas de uma hora pra outra senti que estava na hora de fazer mudanças, daquelas que eu o arrependimento seria inevitável mas eu tinha que me acostumar e mudanças são essenciais. Talvez o álcool já subiu pra cabeça.
— Como diabos você, chegou aqui? — Era a Darlla, girei meus pés e a encontro com o anfitrião da festa.
— Com minhas pernas, simples. — Respondi irônica sorrindo.
— Engraçadinha — Revirou os olhos rindo. — Te procuramos pela festa toda. — Ela diz seria e me entrega um copo. — Toma é drink. — A bebida azul borbulhava e saia um vapor do mesmo. Não dei muito importância para aquilo e apenas bebi, sem fazer cara feia.
— Oi Jimin. — Falei o olhando agora, com um sorrisinho. — Ta uma loucura isso aqui.
— Essa galera, eu chamo uns, e ele chamam outros, e minha casa vira esse formigueiro de gente. — Diz simples dando de ombros, rindo forçado. Ficamos por ali por algum tempo até que ele saiu dizendo que ia encontrar alguns amigos. Fiquei conversando e bebendo com Darlla enquanto olhava alguns meninos bonitinhos na pista dançando.
— Emilly do Céu! — Darlla diz entre dentes assim que os meninos nos olharam e sorriram. — Hoje tem!Jeongguk — Malibu 23:12 PM
— Eu disse que essa festa ia ser um porre. — Reclamei me encostando no balcão do bar, olhando para Yoongi nada feliz. Pior que isso só festa de bebê.
— Tá chata por que o beijoqueiro, não achou ninguém. Ou você foi dispensado pelas patricinhas da faculdade? — Ele debocha e por fim solta aquela risada cretina dele, me fazendo revirar os olhos.
— Eu não sou dispensado. Principalmente por essas riquinhas, frescas. — Falei cheio de convicção e nesse hora Jimin chegou animado.
— Eae! — Nos comprimentou. Todo amigável, não? Nem o conhecia bem, apenas estava aqui por Yoongi, que de alguma forma o conhecia muito bem. — O que estão aprontando?
— Jeongguk não beijou ninguém é tá putinho. — Anunciou e eu bufo irritado.
— Não creio… O pegador, não está trabalhando na pista hoje? — Jimin riu. Quem deu essa intimidade toda pra ele mesmo?
— Tô fechado pra balanço. — Sou curto e grosso na resposta.
— A gente precisa ajudar nosso amiguinho, boca de mel, não acha? — Yoongi diz abraçando Jimin me olhando. Eu só sabia ouvir aquilo de braços cruzados e negando rindo fraco. Idiotas.
— Eu tenho certeza. — Jimin disse concordando com aquela estupidez, não era de menos. Dois idiotas juntos, só dá em confusão. — Olha pra isso tudo, cheio de meninas lindas, e você vai ficar ileso? Não mesmo.
— A gente escolhe a menina, e o Jeon vai pra jogo.—Yoongi diz, todo convicto achando que eu vou obedecer às ordens. Às vezes essas baboseiras me cansava, e sinceramente hoje minha paciência é curta. Não era todo dia que eu estava pra zoar com os moleques.
— Não, obrigado. — Dou um sorriso falso.
— Olha aquela musa desfilando. Ah, espera… a loirinha me deu maior fora, hoje cedo.. — Nem dei bola, e ele continuou. — Parece até mesmo um anjo, vindo na nossa direção. — Yoongi disse, e eu, curioso olhei, afinal eu nunca tinha o visto falar tão bem de uma garota assim.Assim que meus olhos se puseram sobre a menina, sinto um nó se formar na minha garganta. Era Emilly e aquela menina do quiosque, mas elas não estavam vindo na nossa direção. — Vai mesmo deixar a chance passar? Se você não for eu vou novamente. — Parecia que Yoongi era um demônio falando no meu ouvido sem parar, não podia deixá-lo com Emilly, conheço muito bem esse canalha. Quando eu me vi já estava caminhando na direção delas e só pude ouvir Jimin falar distante.
— Cara elas não! — Já estava no meio de toda aquela gente dançando animada, se pegando e os caralho a quatro. Então num jogo rápido pegue-a pelo braço e puxei a mesma para mim, batendo nossos corpos um no outro. Aquilo tinha assustado-a mas quando ela viu que se tratava de mim, abaixou a cabeça e disse.
— Pensei que quisesse garotas boas, longe de você. — Disse com um sorriso travesso, iniciando uma dança lenta com ela.
— Acontece que eu gostaria de vê seu outro lado. — Diz ousada, sorri de volta com aquilo.Vou me aproximando dela. Seus olhos ficavam cada vez mais chamativos e parecia que me chamavam. Era como se eles carregassem inocência. Aqueles olhos azuis me matavam afogado por me fazer lembrar da imensidão do mar. E cada vez que minha mão enterrava-se na lateral do seu rosto, me sentia mais sem fôlego, quando finalmente meus lábios tocaram nos delas. Foi como se tudo tivesse voltado e agora eu podia ouvir a batida da música, e não as do meu coração. Ficamos ali nos beijando, com suavidade, aproveitando bem o momento, minhas mãos ficavam cada vez mais firme sobre as laterais de seu rosto. Então a falta de ar chegou, nos afastamos e ela nem olhava na minha cara.
— Ei. — Chamo-a com sutileza tocando no queixo dela. Ela me olha e sorri fraco. Abri meus lábios, mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, aquela menina de novo nos atrapalhou:
— Amiga vamos embora! — Sou empurrado pro lado, com brutalidade mesmo. A amiga dela me lança um olhar mortal e saiu puxando Emilly que olhava pra trás também sem entender assim como eu estava. Então foi quando me virei e vi que Yoongi estava sozinho no bar rindo e Jimin indo atrás das meninas. Fui até ele pra tentar entender que merda tinha acontecido.
— O que aconteceu de tão engraçado? — Perguntei.
— Simples, a amiga dela veio aqui e Jimin acabou falando sobre a aposta. — Disse rindo como se aquilo fosse a coisa mais hilária do mundo.
— Eu não estou achando graça nenhuma, nisso. Não estava envolvido em aposta nenhuma, Yoongi! — Peguei no braço dele com força. Neguei com a cabeça várias vezes e o solto saindo dali tentando encontrar as meninas que haviam sumido. Eu precisava ao menos explicar a minha versão.
Corri batendo em algumas pessoas e ouvi também algumas me xingar. Mas quando eu saí elas já estavam entrando dentro do carro que deu partida. Jimin estava no meio fio da calçada acenando pro nada, mas acho que era para elas. — Ei cara. — Chamo-o.
— Que mancada, Jeon. — Vem até mim dando batidinha no meu ombro. — Ainda tentei avisá-lo. — Negou com a cabeça num jeito repreensivo.— Eu não fiz nada! — Vociferei irritado. — Beijei-a sim. Mas, não por causa daquela aposta ridícula, infantil, do Yoongi. — Suspiro, mas nada seria conivente naquele momento. — Me passa o numero dela, preciso me desculpar.
— Não precisa cara, nem falamos nada. — Ele sobe um degrau e dá outra tapinha no meu ombro. — Fica tranquilo — Pisca.
— Tá bom, mas, pelo menos me passa o contato dela. — Me viro para ele novamente.
— Eu vou curtir minha festa, beleza? Me deixa em paz… — Riu e entrou de braços abertos, parecendo um Rei. Não iria entrar mais lá dentro, iria embora. Só achei muito estranho ele não querer me passar o contato dela. Mas de qualquer forma eu vou conseguir, afinal eu sou Jeongguk.
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Garotos como Jeongguk
RomanceDeveria ser um presente inusitado de dezoito anos se Emilly não fosse certinha demais. Mas ao tentar devolver aquele presente não passou pela sua cabeça a hipótese de uma amizade com aquele vendedor bonito do sex shop. Tatuagens nunca lhe chamaram a...