Olhei para meus pés e suspirei. Estava completamente arrependida pelo o que fiz no banheiro. Foi num rápido momento de curiosidade misturado com cansaço e eu nem me dei conta da besteira que estava fazendo. Mais um suspiro escapa de meus lábios, e eu olhei pela janela vendo que já estava escurecendo e ninguém tinha chegado. A praia me chamava. Peguei meu celular e mandei mensagem para Helena querendo saber se eles iam demorar.
"Pior que sim. Jéssica entrou numa loja e ainda nem comemos, por quê?"
Vi aquela notificação pela barrinha e sorriso. — Ficar sozinha sempre dava nisso, fuga para praia —, corri para o banheiro procurando meus biquínis. Depois de pronta fui até a janela e corri até o muro. Eu fazia sempre a proeza de esconder minha bicicleta numas folhas grandes que tinham lá na frente de casa. E pensando bem, minha bicicleta não está aqui.
— Droga! — Bati no chão irritada. Olhei pra piscina e dei de ombros tirando minha roupa e saltando nela. As aulas de natação me ajudaram a surfar uma coisa que agradeço ao meu pai. Fiquei lá até alguns minutos quando ouvi o barulho do motor do carro do meu pai e as vozes altas das minhas irmãs. Corri da piscina com dificuldades e pulei a janela entrando no meu quarto. Tirei toda aquela roupa e coloquei meu roupão e me joguei na cama. Sabia que alguém iria vir aqui com peninha. Então me deitei rápido pegando meu livro e colocando em qualquer página.
— Emy? — Era Kayla do outro lado da porta. Como eu havia adivinhado.
— Oi — Respondo não mostrando tanta empolgação.
— Posso entrar? — Ela entra de todo jeito sem nem eu ao menos responde-lhe, ela deu uma risadinha com sua intromissão. A mesma estava com duas sacolas na mão. — Trouxe pra você. Sei o quanto gosta dessas rosquinhas. — Sorri fraco, analisando a bolsa. — E isto aqui — Pegou a sacola no braço. — É pra você também. Meu presente atrasado de aniversário. — Me entregou. Abri a sacola e vejo que era uma lingerie vulgar toda rendada e que não cobria absolutamente nada, típico das minhas irmãs para tirar uma com minha cara.
— É tão vulgar, Kay… — Falei incomodada, sentindo minhas bochechas esquentarem.
— E daí? Quando você arranja um namorado você usa. Ou até mesmo sozinha para se agradar, afinal você tem um brinquedinho. — Riu safada, me olhando com um sorrisinho nada malicioso.— Kayla… — Eu deveria calar minha boca. — Você já se tocou? Intimamente…
— Sim. — Ela disse tão simplista. — Sim, já me masturbei, já gozei sozinha e já usei brinquedos. — Deu de ombros. — Isso não é algo de outro mundo. Todo mundo precisa se conhecer, explorar seu corpo. Mas claro, que na idade certa.
— Mas… e a vergonha? — Ela suspira.
— É sexo, é prazer, ousadia. Você precisa passar por isso. Se tocar faz parte desse processo de crescer e se conhecer. Saber o que você gosta e o que não gosta. — Ela dizia com maior facilidade. — Além de aprender, você sente prazer. Não precisa ter vergonha de sentir prazer, Emilly.
— Por que está falando isso pra mim? Era só uma curiosidade..
— Curiosidade ou insegurança? E eu sei que você ficou toda ardida por causa do vibrador de presente. — Piscou.
— Não tenho insegurança. — Engoli em seco.
— Ah, não? E porque todo aquele medo? Sei que daria maior rolo caso o papai visse mas ele nunca foi de mexer nas nossas coisas. — Cruzou os braços. — Você tem medo é de você. De você usar ele, de cair em tentação.
— Lógico que não ! — Minha voz saiu trêmula, gaguejada. A porta se abriu e era nosso pai. Ele olhou para Kayla e depois fez um sinal para que ela saísse. Suspirei vendo ela sair e ele entrar fechando a porta e sentando se mais cama de frente para mim.
— Pensou sobre tudo? — Me olha curioso. Sobre tudo o que? A bronca e o castigo ridículo? Fiquei em silêncio. — Sei que você fez dezoito anos, e, é por isso mesmo que fiz isso. Você não pode fugir de casa assim, como bem quer.
— Se eu pedir você não deixa. — Ri fraco dando de ombros.
— Conversei com Helena e prometo ser mais liberal e deixar vocês mais a vontade. — Sorri um tanto quanto duvidosa. Não estava acreditando naquilo, aquele era mesmo meu pai ?
— Está blefando! — Questiono duvidosa. Meu pai riu negando com a cabeça. Não era mentira mesmo.
— Vale praia também?
— Isso é um assunto pensável ainda. — Diz olhando pro lado. — O castigo acabou. Venha vamos jantar. — Pegou na minha mão acariciando.
[...]
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Garotos como Jeongguk
RomanceDeveria ser um presente inusitado de dezoito anos se Emilly não fosse certinha demais. Mas ao tentar devolver aquele presente não passou pela sua cabeça a hipótese de uma amizade com aquele vendedor bonito do sex shop. Tatuagens nunca lhe chamaram a...