Garotas rebeldes

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Era sábado e eu estava em casa. Sendo mais específica na cama guardando caixão, morrendo de medo da Elizabeth entrar no meu quarto para arrumar alguma coisa e encontrar aquele negócio que me mata de vergonha só de imaginar. — Todas as minhas irmãs estavam na piscina se divertindo a música era alta e eu podia ouvir do meu quarto. Moravamos pertinho da praia e a noite era possível ouvir as ondas fortes, era maravilhoso aquele som. Mas meu pai não suporta a ideia de nós pisarmos na praia, ele nunca nos deu uma explicação mas eu tenho certeza que é por causa da minha mãe. Ela era surfista quando eles se conheceram, casaram, e nós nascemos. Mas meu pai odiava saber que a maior paixão da minha mãe era o mar e surf. Então ela nos deixou e não temos mais notícias dela.

Mas aquilo não me impedia de ir a praia escondido quase todas as noites. Ninguém sabe, nem minhas irmãs. Lá é meu refúgio onde vou quando preciso pensar. Aprendi a surfar sozinha em uma dessas saídas a noite. Mesmo sendo perigoso nunca me importei com aquilo, era onde eu descia do salto e não precisava ser aquela menina perfeita e ser "cinderela" como minhas irmãs me chamam.

Sai dos meus pensamentos com a porta batendo umas três vezes. Me ajeitei na cama e mandei seja quem fosse entrar.

— Vai ficar nessa cama o dia todo? — Era Helena. Minha irmã usava seu biquíni minúsculo azul e a mesma tinha um sorriso doce.

— Não estou afim de sair.

— Está mesmo? Ou está preocupada com aquele maldito presente? - Suspiro. — Relaxa, Emilly. Papai não vai saber e ninguém vai descobrir onde você colocou.

— Não estou assim por isso.

— Então o que? Me conta...

— Não. Eu só queria sair mesmo, encobre minha saída caso o papai chegue? — Fito-a.

— O que você não pede sorrindo que eu não faço, chorando ein? — Pegou na minha mão. — Cinco horas quero você aqui, ok?

— Pode deixar capitã! — Me levanto da cama animada indo me trocar.

— Posso saber onde a senhorita, vai? - Pergunta antes de sair do quarto e antes que eu entre no banheiro falo.

— Acesso negado. - Pisquei e ela saiu rindo. Iria a praia, precisava respirar um ar puro e mergulhar. Vesti meu biquíni de cor preta por cima vesti um vestido de cor clara, calcei meus chinelos e sai sem falar com as meninas. Peguei a bicicleta na garagem e pedalei até a praia.

A praia estava lotada. Claro, era sábado e todo sábado tinha campeonato de surf da região. Deixei minha bicicleta encostada numa árvore junto com meu vestido e caminhei até a beira da água. Uma música boa tocava alto agitando aquele lugar. — Mordi os lábios me alongando e sorri vendo as crianças brincando ali perto.

— Emilly! - Uma voz feminina empolgada grita meu nome. Olhei ao redor e vejo minha amiga, Darlla. Ela vem na minha direção com um sorriso de orelha a orelha. — Nem me ligou mais! - Fez bico me soltando.

— Estava tentando processo com um vibrador no meu quarto. - Falo rindo.

— Não devolve? Safadinha, sabia que ia acabar ficando. - Tirou os óculos escuros.

— Não sua louca. Eu fui na loja, mas o vendedor não quis aceitar por causa da nota fiscal. - Nego irritada. — Aliás, ainda tem a notinha?

— Não. - Olhou pra frente. — Eu sempre jogo. - Deu de ombros.

— Você não quer?

— É feio devolver e negar presentes, Emilly! - Me olhou feio. — Olha por que você não vai pegar uma água de coco pra gente? Tô morrendo de sede.

Garotos como JeonggukOnde histórias criam vida. Descubra agora