Adeus.

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Analisei aquela mensagem duas, três vezes e não tinha entendido. O que teria numa cafeteria de meu interesse? Um bolo de café? Não vejo algo que seria do meu interesse, mas como havia ficado um tanto curioso saio do carro e vou até o café. Mas no caminho, ou melhor do lado da cafeteria sentada num banco. Estava Emilly em companhia de um carrinho — Que supôs ser de bebê. Porém era largo demais. —, a mesma fazia alguns sonsinhos fofos e sorria logo em seguida. Era o bebê. Me aproximo dela e do carrinho, ficando de frente para ele. Emilly subiu seu olhar e me encarou, sem piscar. Sorri fraco, e ela abaixou o olhar.    

— É o bebê? — Perguntei nervoso. Como estava de frente para o carrinho e ele de costas para mim, não conseguia ver ainda.

— Ah… Jeongguk. — Ela me olha. Não respondo nada e vou para a frente, puxando a parte que cobria os bebês de chuva ou sol e tenho a surpresa de ver dois lindos bebês. Um dormia tranquilamente, já outro, brincava com o próprio pezinho.

— Dois? — Sussurrando baixo, minha entonação saí animada. Meus olhos marejaram e eu só sorri para o menininho que retribuiu em meio a brincadeira com seu pé. — Qual nome? — Me sento ao lado dela, porém ainda focado nos meninos. Ela ficou algum tempo em silêncio e disse.

— Não acho que isso seja da sua conta. — Suspirou tentando manter a paciência. Olhei rapidamente para ela com a cara fechada, fazendo-a rolar os olhos, e volto atenção aos meninos. — Lucas e Nicolas. — Disse baixo demais. Estico minha mão tocando na mão do que dormia e senti toda aquela maciez e sorri vendo sua pureza.

— São lindos.

— Obrigado. — Ela levantou-se com rispidez. — Pedi que seu amigo trouxe para mim um café, mas ao que parece ele perdeu-se no caminho. — Foi até a barra do carrinho, olhando-me com ironia.— Está tarde, preciso ir embora. — Levanto-me negando com a cabeça.

— Não. — Sou firme. — Precisamos conversar. Esclarecer tudo.

— Não temos o quê esclarecer. — Ela morde os lábios. Do mesmo jeito que fazia quando estava nervosa. — Preciso ir para casa com os meninos.

— Não. Vamos conversar, os meninos podem ficar com Yoongi. Mas eu preciso conversar com você, por que eu não entendi até hoje o por quê daquilo.

— Acabou, não precisamos mais tocar no passado. — Ela girou o carrinho e começou a empurrá-lo.

— Se você não sente mais nada por mim. Vamos conversar. Eu ficaria na dúvida para resto da minha vida… na curiosidade em saber até quando você me amou. — Ela parou no meio da calçada, e ficou calada sem virar-se.

[...]

— Então? Ficará mesmo em silêncio? — Pergunto enquanto vejo ela mexer a colher sobre a xícara de café. Ela desvia sua atenção para minha, e eu tremi vendo aqueles olhos azuis vibrantes.

— Eu precisava. — Desviou o olhar.

— O que estava acontecendo?

— Era, e ainda são coisas minhas.

— Éramos um casal, automaticamente eu deveria saber o que estava acontecendo. — Suspiro passando a mão no cabelo. — Para ser sincero eu não deveria nem estar falando com você, depois do que você fez. Abandonou-me e não me deu explicações. Mas, eu quero voltar a respirar sem ter essa dúvida na hora que eu fosse me deitar na cama, sem pensar milhões de coisas que eu posso ter dito.

— Não. Eu não queria que você tivesse que passar por toda aquela dificuldade, deixando de viver, ser livre e solteiro, por crianças que nem suas eram. — Novamente desviou o olhar dos meus.

Garotos como JeonggukOnde histórias criam vida. Descubra agora