Capítulo Bônus

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Jonghyun Lee

Ali estava ele, imenso, alto e imponente. O maior palácio que o mundo já vira, reconstruido depois de ter sido derrubado nas guerras. Por anos a população nova-asiática manteve memórias do que o palácio tinha sido um dia através de lembranças e poucas fotografias que podiam ser encontradas do palácio imperial que tinha permanecido em pé por séculos.

Agora a situação era diferente, reconquistado nosso poder o palácio fora não só reconstruido mas aperfeiçoado e podia ser considerado realmente o maior palácio do mundo com seus 980 edificios e seus 720 mil metros quadrados. Uma pena que a antiga regra permanecia: ninguém poderia se aproximar do palácio que não fosse o rei, sua familia ou empregados especiais do palácio e com isso permanecia seu antigo nome também, Cidade Proibida. Eu era um dos poucos sortudos que desde o momento do nascimento tinha a permissão de entrar nesse palácio tão grande quanto uma cidade quando quisesse.

Tudo mérito de meu pai Chang Lee, capitão da guarda do rei que permaneceu ao lado da familia real até sua morte, em serviço ao rei Scar. Com a sua morte e o desaparecimento de minha mãe, o rei com sua infinita bondade me treinou e hoje me promoveu capitão da guarda assim como meu pai, sou a pessoa em que ele mais confia, estou ao seu lado e a seu serviço e em troca ele se ocupa pessoalmente da cura de minha avó que possui uma doença pouco conhecida e com o salário que ganho posso mantê-la junto a minha irmã Marie-Ann que com somente 18 anos agora cuida da casa e da nossa avó sem abandonar os estudos.

O dia estava cinza quando entrei no palácio aquele dia, se tivesse prestado atenção ao que minha avó dizia teria percebido que aquele era um sinal de que algo estava para acontecer. Subindo as escadas até a imensa porta da entrada já podia ver os empregados cochichando entre si, todos nervosos, mas não dei muita importância aquilo, era normal para mim. Quando entrei porém, meu amigo Carlos veio até mim, o rei aparentemente exigia minha presença em sua sala, então eu fui, sem saber o que estava por vir.

-Lee Jonhyun, sente-se.- foi o que o rei Scar disse quando entrei pela porta de seu escritorio.

-Andei pensando muito durante esses anos e por fim cheguei a minha decisão faz tempo porém agora chegou finalmente a hora. Sou filho do antigo rei e minha mãe era de Illéa, filha do rei daquela época. Se não fosse por Joseph eu teria uma chance de obter o trono para mim, eu o quero, é um direito. Joseph é um tolo, não é merecedor do trono, é uma tarefa minha liberar o povo e quero que lute por mim quando o fizer.- ele disse e eu permaneci em silêncio. Era de se esperar que ele faria isso. Fazia anos que ele pretendia fazê-lo, anos que tinha mandado pessoas a Illéa como espiãos e anos que a rivalidade entre ele e seu primo rei Joseph Schreave só aumentava, muitos diziam que desde pequenos os dois não se davam bem. O antigo rei Nova-Ásiatico tinha se casado com a princesa illeana como parte do tratado de paz que tinha sido decidido desde que os dois tinham apenas 6 anos de idade e agora...agora o filho deles daria fim a isso por sua ambição.

Não estava de acordo, se ele queria que lutasse por ele significava que eu teria que tomar a frente na guerra que ele causaria e o que isso faria de mim? E a minha família? Se eu morresse minha irmã ficaria sozinha. Não queria isso mas se tem uma coisa que nova-ásiaticos levavam a sério era a lealdade e honra e eu tinha jurado isso ao Rei, então o faria.

-Lutarei, jurei lealdade a Vossa Majestade, então eu Lee Jonghyun o farei, mas por favor Majestade, minha família...- Eu comecei a dizer e ele me parou dizendo:

-Eu estou levando em conta isso capitão Lee, seu pai fez muito pelo nosso país, não se preocupe, sua família estará segura.

-Tudo bem, então o que faremos?-Perguntei e vi um sorriso no rosto do rei antes de começar a falar.

Marie-Ann Lee

A chuva caia como nunca antes, eu podia ouvir ela cair e escorregar pelas plantas e árvores acima de mim, ouvia o barulho das gotas caindo até o chão e a água se espatifando para todo lado quando vi um garotinho com o casaco amarelo pular em uma poça d'água ali perto.

Sentia meu rosto se molhar a cada gota que caia em mim e meu corpo tremer de frio enquanto andava rápido pelo parque até finalmente chegar em casa, bem perto do palácio real onde meu irmão travalhava e onde eu havia estado mais vezes do que podia contar.

Eu odiava aquele lugar. Nada continha alegria e tudo era só...preto e branco. A única coisa que mudava isso era a presença do principe Devon que iluminava tudo e qualquer um nas raras vezes que aparecia.

Era triste saber que minha casa estava tão perto dali, que a sombra escura do enorme palácio cobria tudo e era ali que eu ficaria provavelmente pelo resto da minha vida.

-Oi vovó, cheguei.- me aproximei da velhinha dos cabelos branco platinados sentada no sofá em frente á televisão mais conhecida como Ara Lee, minha avó de apenas 80 anos.

- Oi minha filha, onde está seu irmão?- ela perguntou, pegando minha mão para beijá-la.

-Ele está trabalhando vovó, não se lembra?- Disse e me aproximei dela para beijar sua cabeça e então ir até meu quarto pegar meu notebook.

Enquanto o ligava meu celular fez um barulho, como se uma notificação tivesse chegado, então fui até ele ver o que era e me surpreendi ao ver uma mensagem vinda de um numero desconhecido.

Olá Marie-Ann Lee,

sou Brian Rottemberg, estou te contatando a pedido do principe Ryan Herondale de Illéa, Estados Unidos. Sua mãe Lydia Shay Lee era melhor amiga da mãe do principe Ryan e pensamos que talvez tenhamos informações que poderiam interessá-la. Assim como a senhorita pode ter informações que nos interessam. Se quiser e estiver interessada pode nos contatar através desse número, tem 10 minutos antes que esta mensagem se apague e não encontre mais o número.

Contamos com sua discreção, pela amizade entre suas mães.

-Brian 

Não Me EsqueçasOnde histórias criam vida. Descubra agora