Capítulo XXIV (What's up?)

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APRIL ORSENIGO

Depois do enterro de Jackson, no amanhecer, vim para casa descansar. Ideia de Hayley, claro. Por mim ficaria o tempo que precisasse lá com ela e Hope. 
Hope. A menina ficou devastada e se culpando quando na verdade todos sabiam que ela não teve culpa. Pelo que entendi, o histórico de abandono de Hope é muito grande. Assim como foi com Lara.

Hope teve de sair de perto de seu pai, sua família, ainda muito cedo por causa de Hollow. Pelo que compreendi, Hollow se trata de uma força, um alguém, um ser muito poderoso que gosta do caos e do pânico. E sim, eu fiquei apavorada com cada palavra. Mas a cada dia, basta seu próprio mal.

Quando cheguei em casa, tomei um banho e dormi um bom tempo. E quando acordei revigorada, decidi ver meu amigo Bob, já que não pude ajudá-lo a terminar as coisas do bar.

O inverno chegou em Nova Orleans e por isso opto por usar uma calça preta, uma blusa de crochê também preta e botas. Meu clima está favorável pra mim, já que amo o frio. Por isso, decidido ir caminhando até lá, é longe mas não é do outro lado do mundo. É mais dentro do quartel. Digamos que o quartel é uma caixa, quase um retângulo. O bar é no meio, e minha casa, fica nos fundos.

Ando devagar porque já tive pressa e não deu em muita coisa, então a preferência foi apreciar a vista que está nublada. Talvez chova.
As ruas movimentadas enfeitam o quartel que tem sua Marc registrada pelos bares e turistas que frequentam o lugar. O incrível é que mesmo no frio e numa possível chuva, continua cheia.

Quando chego ao bar, depois de quase meia hora de caminhada, encontro Bob com ele já funcionando.  Minha cara de "wtf" deve ter dito mais que minhas palavras. Gostaria de participar da inauguração pelo menos. Esse é meu amigo, com certeza é ariano. O nome disso é impaciência.

O bar não estava nada feio, pelo contrário. Paredes de tijolinhos e madeira, balcões de madeira escura e mesas da mesma cor. Um quadro no centro do bar com um cardápio do dia. Pelo bem do estanho das pessoas espero que não seja ao Bob fazendo.
E no fundo das paredes com os balcões e banquetas estava o bar repleto de bebidas de todos os tipos. Estava lindo, confesso. Uma vibe meia rock'in roll, diferente dos outros bares aqui que tinha uma pegada de jazz.

Assim que me vê, ele da um sorriso caloroso e vem em minha direção.

— Fala bonita! — ele beija minha bochecha e pega minha mão me guiando até o outro lado. — Eu abri mesmo faltando algumas coisas, antes que pergunte. Me desculpe não avisar. Eu tive um problema essa semana e eu tive de lidar com ele. — ele faz um pausa quando sento de frete para o bar que ele entra.— Sinto pelo seu amigo. O quartel todo já ficou sabendo. Era um querido para todos pelo que entendi.

Me ajeito no assento e ele me oferece uma bebida e eu nego com um gesto.

— Eu fiquei bem mal. Eu sou muito sentimental e sei lá, parece que as coisas estão mais complicadas agora. Ele era um pai para a melhor amiga da minha irmã. Agora, Lara está com Hope saindo por um tempo. — digo me sentindo mais leve por desabafar.

— Espero que fique tudo bem. — ele diz. — Porque não chama seus amigos para virem aqui, é quase uma inauguração, pode aproveitar. — ele sugere. — Não temos música ao vivo, mas temos a rádio tocando, um início é sempre um início. — ele ri. 

Pondero, mas no fim cedo. Lara não está aqui, estou sozinha e também preciso me divertir um pouco.

— Acho que vou chamar uns dois. Não que eu tenha muitos. — rio. — Mas são os mais chegados no momento. Os outros estão bem ocupados. — lembro.

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