Capítulo VIII (Jackson Square)

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APRIL ORSENIGO

Não posso dizer se sonhei ou não com Elijah, mas acordar com o cheiro dele me fez bem. Me fez começar o dia com o pé direito e eu sentia que teria um bom dia.

Talvez parecesse cedo demais para tentar algo com ele. — eu falo como se ele também quisesse. — Mas eu sabia que estava gostando dele. E isso era muito incomum pra mim. Não sou o tipo de mulher que se doa de primeira, ou que se apaixona rapidamente, mas com ele é diferente, é difícil me manter nessa postura.

Quando eu cheguei aqui em Nova Orleans ele estava perto, nos encontramos no Pub, depois sua sobrinha e minha irmã viraram amigas e depois esse jantar... É um sentimento de familiaridade entre nós que eu não sei explicar. Eu sinto no meu âmago que é certo eu estar com ele. Ele é o tipo de cara que eu adoraria passar minha vida. Mas essa é minha visão sobre a coisa. Talvez ele não pense assim e eu não posso culpá-lo. Eu sou responsável pelas minhas expectativas e minhas frustrações.

E espero  que não me fruste em relação a isso. Por mais que a probabilidade seja enorme. Ontem ele se mostrou interessado, estávamos em sincronia total. Ele é extremamente atencioso e amável. É elegante até o íntimo. E nobre, eu o definiria assim.

Enquanto o meu sonho não se realiza eu preciso separar os quadros para levar até a praça. Vou levar apenas uns cinco. Preciso mostrar para ganhar clientela e ver como o fluxo de turistas me ajuda.

Levanto da cama e lamento por ter que tirar o cheiro desse homem de mim. Eu sou uma bobinha, eu sei. Vou até o banheiro no corredor e tomo um banho, saio enrolada na toalha, dessa vez lavando o cabelo.
Vou até meu armário e pego um vestido leve porque hoje está com cara de que vai ser bem quente. Se bem que o tempo aqui varia muito.

Separo um vestido de poá verde e um tênis branco.
Me troco rapidamente e tento absorver o máximo de água dos meus cabelos. Que saem bem bonitos até.

Penteio para que fiquem uniformes e passo um protetor térmico.
Também passo um hidratante no meu rosto, logo depois uma base leve com corretivo e também um rímel nos cílios e um protetor labial. Tento sempre me manter com o mínimo de maquiagem possível.

Coloco meus quadros em uma bolsa grande e quatro suportes para expor, vou levar com a ajuda de Lara. Eu não sou a única nessa praça que vende quadros. Como o fluxo de turistas aqui é enorme, muitas pessoas fazem todo o tipo de coisa para vender.
Notei que ao pesquisar sobre Nova Orleans, histórias sobrenaturais assolam a cidade. Sempre tem alguém pra te contar alguma coisa. Seja a moça da pequena padaria na Bourbon, ou alguém de uma loja de roupas. Todo mundo tem uma história dessa cidade. Talvez pintar sobre isso atraia clientes.

Vou até Lara e ela não está na cama. Quando eu estou saindo do quarto me deparo com ela saíndo do banheiro.

— Menina que susto! — coloco a mão no peito surpresa

— Sabe que eu não faço barulho. — ela comenta andando.

— Um ser humano normal faria barulho né Lara, nem o chuveiro te acusa de um banho. Será mesmo que toma? — digo rindo e divagando sobre.

— Hmmm, tá engraçadinha hoje? — ela diz indo para o quarto e eu vou seguindo atrás e me sento na cama enquanto ela vai se arrumando.

Não temos vergonha de nos trocarmos no mesmo ambiente. Nossa casa em Moab era menor que essa e aprendemos a conviver com total liberdade.

— E aí, me conta sobre ontem. Já sei por alto o que houve, mas você disse que diria mais.  — ela pergunta sobre eu e Elijah.

Minha mente viaja para o grande momento da noite. E um sorriso surge em meus lábios.

A Esperança | The Originals | Elijah Mikaelson | HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora