Capítulo XXIII ( True Time)

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ELIJAH MIKAELSON

Faz algum tempo desde a morte de Jackson e para minha total infelicidade, não pude prestar meu devido apoio. Sei que por um impasse ele morreu, mas estamos em guerra, e em toda guerra há perdas. Infelizmente, foi ele. Sei que deve estar sendo dolorido tanto para Hayley quanto para Hope, mas elas ficarão bem. Depois de tudo isso, ficarão bem.

Fiquei sabendo através de alguns noturnos que fazem rondas para Greta que Hayley fez a cerimônia no amanhecer, após a morte na calada da noite. Um costume dos lobos, onde todos se reúnem e sentem a partida do outro, agora mais intenso por ele ser um alfa. Sendo ele e Hayley os alfas da maior matilha de lobisomens que já vi, é um fato de que agora ela vá comandar sozinha. E eu sinto por isso. A frieza de Greta em matá-lo só mostra o quão ruim ela é, e o quão rápido precisa ser parada.

Pelo que soube escutando pelas entranhas das ruas apertadas do quartel, descobri que April também foi se despedir, não só ela, como a loba que veio com o herege, Jonah. Foram prestar condolências. As lobos antes de Greta viviam em uma espécie de acordo no território. Não éramos amigos, mas sabíamos nos respeitar. Cada tribo convivia de maneira cordial, no seu espaço. As bruxas de um lado, os vampiros de outro e os lobos no pântano, mas tendo passe livre na cidade. Quando finalmente entramos em um acordo, fomos amaldiçoados com a chegada de Greta. Se infiltrando igual um parasita.

E diferente do que eu imaginava, ela está empenhada nesse casamento. O motivo de eu ter termiando com April foi porque desde a Noruega eu sabia que Antoinette era uma boa pessoa, assim como ela. Magoar as duas não estava nos meus planos, minha família era minha prioridade. E eu não tinha a intenção de me casar com ela, apenas me achegar e acabar com Greta. Mas, com esse casamento forçado eu não posso evitar coisas como um beijo, e sexo. Me sinto o pior dos seres, mas é necessário. Meu coração pertence a April e ela sabe, mas minha família depende da minha perfeita atuação como amante. Preciso ser convincente. Mesmo ainda não tendo acontecido algo mais entre nós, sei que uma hora ou outra, minha noiva vai exigir isso de mim.

E além de ser convincente, preciso falar com Niklaus sobre nossos planos.

Através de um vampiro de confiança, eu pude marcar um encontro com ele. Não estava disposto a conversar com Hayley depois de tudo que houve. Seria pedir demais para alguém de luto, alguém que ainda não estava pronta pra tomar decisões sensatas e imparciais. Pelo que conheço de Hayley ela vai atacar a família, ela vai querer sangue por sangue e vai tocar em Greta onde mais dói. Nos filhos sem sombras de dúvidas. Não que eu me importe com Antoinette, mas ela é diferente de Greta e eu gostaria de ter a oportunidade de ajudá-la e mostrar para Hayley que ela não é culpada. Não há nada quebrado o bastante que não possa ser concertado, e por isso quero poder auxiliar.

Quando o fim da tarde chegou, trazendo consigo a calada da noite, eu finalmente pude sair. Nunca senti tanta falta do meu anel da luz como nesses tempos. O fato de só poder resolver tudo durante a noite me irritava. Eu já estava ficando louco nisso tudo.

Antes que eu pudesse aproveitar minha deixa para sair, Antoinette apareceu na porta. Vestida apenas de camisola e com seus cabelos negros como a escuridão caindo pelas costas e colo. Um sorriso amigável fez seus lábios se abrirem.

— Vai sair mon chéri?  — ela pergunta e para atrás de mim fazendo massagem nas minhas costas.

— Eu pensei em dar uma volta. Tenho alguns assuntos para resolver, não é porque sou vampiro que vivo em função disso. — digo sorrindo.

— Posso ir junto? — ela pergunta aprofundando a massagem.

— Prefiro que fique, vou ser rápido, Paul vai comigo. — aviso e me levanto puxando seus braços no ato.

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