Capítulo XIV (Conversations)

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APRIL ORSENIGO

Depois de tudo que vivi com Elijah, uma noite encantadora e uma manhã cheia de surpresas, ele me trouxe até minha casa e seguiu seu caminho porque sei que tinha coisas para fazer.

Quando cheguei não tinha ninguém em casa, Lara ainda deve estar na casa de Hope. Apesar de que Hope tem duas casas, a do pai e a da mãe. Não sei bem qual é. Mas sei que de qualquer forma ela está bem.

Subo para o meu quarto porque preciso tomar um banho e trocar de roupa. Vi um anúncio de que uma escola de dança de salão está precisando de professor. E eu vou lá ver o que consigo com isso. Espero que conquiste a vaga, preciso de um emprego estável em que eu não dependa necessariamente de vender meus quadros.

Amo o que faço e poderia fazer isso todos os dias, mas como aqui é uma cidade grande, eu tenho ciência de que não sou a única artista, e também não tenho clientes fixos por ser nova na cidade. Sei das dificuldades em viver da arte, é só pra quem tem culhão.

Vou até meu quarto e separo uma roupa deixando-a estendida na cama. Vou para o banheiro e tomo um banho rápido, mesmo já tendo tomado um com Elijah. Ele é surreal. Eu nunca na minha vida achei que encontraria um homem como ele. Ele é perfeito para mim, perfeito demais eu diria, mas parece que todas as expectativas que eu coloquei no meu "futuro namorado", ele atende. Era pra ser nós dois. E agora é.

Após me secar e colocar um par de langerie, visto um vestido leve verde musgo, com um drapeado elástico no bojo e mangas levemente bufantes. É fofo, fresquinho e comportado para usar em uma entrevista de emprego informal. Ninguém sabe que vou lá, quero fazer uma surpresa caso eu consiga a vaga. Espero que não tenha muita concorrência.

Nos pés eu coloco uma sandália estilo alpargatas, com leve salto e tiras em um tom de verde escuro, quase marrom. Eu não sou muito fã de saltos, a simplicidade nos sapatos e o conforto ganham meu coração.
Pego uma bolsa mediana marrom e coloco alguns documentos e um currículo meu com referências de Moab. Sei que pode parecer pouco em vista de qualquer outra candidata, mas eu sou qualificada. Tenho certificado de dança e levo isso muito a sério porque amo o que faço.

Como não molhei os cabelos no meu segundo banho, eles já estavam quase secos. Optei por deixá-los soltos, gosto de sentir o vento bater no meu rosto e levar eles para trás.
Passo uma maquiagem leve, apenas para tirar a cara de sono de quem não dormiu direito. O que é pura verdade.

Me lembro que preciso ir no oftalmologista urgentemente fazer meus óculos que eu perdi na mudança. Coisas que eu acostumei, não significa que eu seja míope.  Eu só gosto de usá-los para descanso das vistas. Evita problemas futuros e dão um charme quando você não está muito afim de se arrumar.

Peço um Uber que está com desconto, e isso me anima.  Seguimos até a Jackson Square, o salão de dança é lá.
Não demoro para chegar no meu destino, somente pago o motorista e me despeço. Não sou de ficar conversando com eles, prefiro ficar apreciando a paisagem e imaginando mil coisas enquanto isso.

Bato à porta, e uma senhora me atende. Deve ter em torno de cinquenta à sessenta anos.

— Olá minha jovem, veio agora fazer entrevista? — pergunta solícita.

Balanço a cabeça em concordância.

— Sim, espero que ainda estejam entrevistando. Trouxe um currículo. — falo.

— Ainda que não estivesse deixaria que entrasse. Me aprece uma boa pessoa e gostei de você. Vem, entre. — ela abre espaço pra eu passar e pega meu currículo.

Noto que o local não é dos maiores, mas é tão acolhedor que o tamanho realmente não importa. Adentro e logo vejo uma mulher mais velha que eu, que provavelmente está fazendo as entrevistas. Está vestida mais formal.
O sentimento de ter vindo casual demais me assola e eu começo a pensar em ir embora. Noto que a mais velha lhe entrega meu currículo.
Espero um pouco e percebo que a sala está vazia. Talvez as pessoas não quisessem trabalhar aqui. Algumas acham trabalho com idosos cansativo demais, já eu não me importo.

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