capitulo 7

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      fazia um imenso frio naquela manhã, eu até poderia pegar o carro da mamãe pra ir pra escola, mas tinha um leve problema, eu não sabia dirigir. terminei de vestir meu moletom e arrumei meu rabo de cavalo. peguei minha mochila e desci as escadas pra me despedir de Cristina, a empregada que mamãe tinha contratado.
— eu ja vou cris.
       falei e a mesma sorriu pra mim. Cristina deveria ter uns 35 a 40 anos, longos cabelos castanhos e seus olhos eram verdes claros, ela me parecia uma boa pessoa.
— tenha um bom dia YUMY.
— obrigada.
      agradeci e sai de casa. resolvi ir uns minutos mais cedo hoje, porque queria pegar o ônibus. fiquei uns 4 minutos no ponto de ônibus, ate ele chegar. sentei em um banco mais no fundo e esperei até chegar na escola.
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     desci em frente a escola e cat me esperava.
— bom dia.
— YUMY me encontre na biblioteca na hora do intervalo.
     foi a unica coisa que ela disse antes de ir pra sala. fiquei alguns segundos parada tentando adivinhar o que raios ela queria falar comigo e o porque da sua expressão confusa. respirei fundo e entrei na escola.
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      coloquei a mocinha pendurada na cadeira e me sentei, abrindo o livro na última matéria de biologia. na lousa havia apenas uma anotação.
      passei as três primeiras aulas morrendo de curiosidade, quando o sinal do intervalo bateu eu fui a primeira a sair da sala. cheguei ao corredor e estranhei o chão estar cheio de cacos de vidro e alguns policiais ali, eles me obrigaram a passar pelo outro lado e eu tive que fazer uma volta enorme. eles não quiseram dizer o que tinha acontecido e eu não insisti.
       dei a volta até chegar na biblioteca. cat ja estava sentada me esperando. coloquei minha mochila em uma das cadeiras e me sentei na outra.
— você sabe o que aconteceu na escola?
      foi a primeira coisa que perguntei.
— você não sabe ainda?
     ela falou como se a resposta pra minha pergunta fosse óbvio. neguei com a cabeça.
— assaltaram a escola ontem de madrugada.
— isso explica toda aquela bagunça.
     refleti.
— mas o que você queria falar comigo?
— então, estão dizendo que quem esta por trás disso são os amigos do Gustavo.
    meus olhos se arregalaram.
— Gustavo não faria uma coisas dessas, e não foi ele que roubou a escola.
— como pode ter tanta certeza?
      ela perguntou erguendo a sobrancelha esquerda.
— porque...
     parei de falar ao lembrar que não deveria contar que estive com ele durante a madrugada, ou pelo menos a metade dela.
— porque eu o conheço o suficiente pra dizer que não foi ele.
      mentira deslavada, eu não o conhecia tão bem assim.
— não importa, a policia logo vai descobrir quem foi e acho que não vai demorar.
— mas o que roubaram?
— o notebook com as respostas de provas e também com boletins de alunos.
     ela respondeu incrédula. dai eu me pergunto, se fosse mesmo o Gustavo, o que ele iria querer ou fazer com provas e boletins de alunos?
— isso tudo è muito estranho.
      falei me encolhendo de frio.
— duro que è mesmo, sorte que a escola tem cópia de todos os documentos.
       cat e eu saímos da biblioteca e fomos até a cantina, a gente conversava sobre vários assuntos durante o caminho. no meio do caminho alguém esbarrou em mim.
— olá YUMY.
    olhei pra ver quem era.
— olá.
     era o galinha joão ou joãozinho tanto faz, a minha feição deve estar totalmente confusa. joão nunca tinha falado sequer uma palavra comigo, eu acho que de todos da escola, eu deveria ser uma das garotas que ele fazia questão de ignorar. cat estava boquiaberta e provavelmente estava mais supresa que eu. balancei os ombros e voltei a andar.
minha cabeça estava uma confusão: assalto na escola, gustavo era o culpado e joão falando comigo. realmente hoje o dia começou muito estranho.
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as aulas graças a deus tinha acabado e eu sai da escola decidida a passar em uma lanchonete, estava morrendo de fome. sera que aquele roubo na escola tinha mesmo haver com o Gustavo? ou era apenas alunos idiotas tentando tirar notas boas nas provas? ou alguém querendo incriminar o Gustavo?
sera que ele tinha algum tipo de inimigo ? eu não sei muita coisa sobre ele, pra dizer a verdade, eu não sei nada sobre ele, apenas o nome e sobrenome e que ele mora sozinho, tinha 20 anos. apenas isso.
entrei na primeira lanchonete que encontrei e fui logo pedindo um cappuccino, um pedaço de bolo de chocolate que eu tanto amo. eles colocaram o pedido em uma bandeja, me virei para as mesas, o lugar estava praticamente vazio. ouvi alguém assoviar e olhei em direção do som.
— senta aqui comigo.
Gustavo disse acenando. não tive outra opção, na verdade eu tinha outras 20 opções de mesas, mas meu corpo caminhava para ele.
— conseguiu dormir bem ontem YUMY?
o mesmo perguntou com um sorriso de lado, após eu me sentar.
— muito bem, obrigada.
respondi, lembrando-me do calor infernal que estava sentindo, após ele me deixar em casa.
— Gustavo preciso te perguntar uma coisa.
— pode perguntar o que quiser.
ele disse e eu percebi o tom de malícia na sua voz.
— o que fez ontem depois de me deixar em casa?
perguntei levando um pedaço de bolo na boca.
— por que quer saber?
— sera que tem como você me responder ?
la se vai mais um pedaço de bolo, a cada dia eu estava mais viciada em chocolate. me surpreendi quando o mesmo se levantou e se sentou ao meu lado.
— ontem YUMY, eu fui visitar uma amiga.
ele disse para que somente eu pudesse ouvir.
— sei esse tipo de visita.
revirei os olhos, nem eu mesma sabia porque tinha feito aquilo.
— posso te fazer uma visita também, eu te garanto que não vai se arrepender.
ele puxou um pouco meu moletom e acariciou minha cintura. cerrei os olhos e comecei a mexer o copo de cappuccino.
— ja sabe o que estão dizendo la na escola?
perguntei tentando ignorar seu polegar se movendo naquela área. ele negou.
— que você e alguns amigos assaltaram a escola nessa madrugada de domingo.
— por que não disse a eles o que estávamos fazendo nessa madrugada?
dessa vez ele me puxou, apoiei minhas mãos no seu peito pelo susto e foquei meus olhos nos dele.
— porque nós não fizemos nada.
retruquei.
— oportunidades não faltaram.
ele disse umedecendo os lábios. observei seus lábios sem nem perceber que fazia isso.
— o que raios eu iria querer roubando uma escola ? se eu fosse assaltar algo, eu escolheria um banco. você acha que eu fiz isso?
— não, mas no mundo de hoje não pode se confiar em ninguém.
minha respiração estava dificultada por causa de toda aquela aproximação.
— isso è uma ofensa vindo de você, não confia em mim?
ele entrou com a mão gelada por baixo da minha blusa fina que usava por baixo do moletom e meus pelos se arrepiou um por um.
— è muito cedo pra ter uma opinião formada sobre você.
ao dizer isso, sua mão subiu pelas minhas costas, parando no meio dela, com a ponta do dedo, ele subia e descia, soltei um suspiro. então era isso, tudo que eu dissesse e ele não gostasse, ele iria usar pra me provocar?
— ontem eu tinha coisas mais importantes pra fazer do que fazer um assalto em escola.
desviei o rosto do dele fazendo cara de nojo.
— sua pele está gelada, esta com frio YUMY?
eu queria ter força para empurra-lo, mas meu corpo me traia.
— quer que eu te esquente?
ele disse sussurrando no meu ouvido em tom de provocação. ele estava me tocando e eu não fazia nada para impedi-lo, coloquei minhas mãos por cima do braço dele e ele parou com os movimentos.
— o que você acha de mim? que sou um delinquente ou algo do tipo?
— não.
respondi sendo sincera.
— então o que pensa de mim? acha que sou um louco? alucinado?
neguei rindo.
— ou me acha um cara irresistível e gostoso pra caralho?
— você è muito convencido, sabia?
— tenho meus motivos pra isso.
deu uma piscadela.
— quem disse essas coisas do assalto na escola pra você?
— cat.
respondi, puxei suas mãos e o mesmo as tirou da minha costa.
— não acreditei muito nela e resolvi perguntar a você.
— gostei disso.
tentei me afastar, mas gustavo era mais forte que eu e não me permitiu fazer isso.
— escuta eu preciso da sua ajuda.
— em que ??
— comprei presente pro meus pais e minha irmã, mas preciso embrulhar e não seu fazer essa merda.
— por que não pediu ajuda a sua amiguinha quando a visitou ontem?
balbuciei tentando não parecer com ciúmes.
— precisava de uma desculpa pra te levar la em casa.
ele era sincero, sincero até demais.
— e não se preocupe, eu não vou abusar de você ou algo do tipo, até porque se fosse pra fazer isso, faria agora, encima dessa mesa.
engoli em seco e ele me fitou com um sorriso sádico nos lábios.
— você è um louco.
falei desnorteada.
— não, mas eu consigo te deixar louquinha.
ele se levantou e foi até o caixa. bati duas vezes com a mão na testa e suspirei nervosamente. eu gostaria de entender o que raios está acontecendo comigo ? e por que minhas pernas estão tão bambas ? sera que eu estou enlouquecendo?

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