capitulo 12

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sai daquele quarto ainda cambaleando, o salto alto não ajudava em nada. Segurei meu vestido e tentei não fazer nenhum movimento brusco. Passei a mão pela minha testa suada, joguei os cabelos para trás e atravessei a pista de dança. Não vi nenhum dos amigos do Gustavo, a não ser João que estava em um canto se enroscando com uma loira. Seu olhar se cruzou rapidamente com o meu e ele deu uma piscadinha. Balancei a cabeça e tratei de sair dali.
fui direto para onde Gustavo tinha deixado o carro, e o encontrei escorado no capô do carro, fumando um cigarro. Ele soltou a fumaça e me olhou malicioso.
— pensei que fosse preciso eu ir te buscar.
falou dando mais uma tragada no cigarro.
— você é um tarado, sabia disso?
falei nervosa.
— vou te denunciar por estupro.
disse apontando o dedo em sua cara.
— não, você não vai fazer isso.
ele me puxou usando apenas uma das mãos, me fez ficar no meio das suas pernas e começou um carinho no meu braço.
— me diga por que não faria ?
— porque você mesma disse que me queria. Não se lembra?
senti um arrepio ao me lembrar do que aconteceu a meia hora atrás.
— sera que pode me soltar?
falei tentando me desvencilhar dos seus braços.
como eu pude me entregar tão fácil? eu tinha que ter resistido mais. "Não negue o que você tanto quer"
— se fizer isso não te levo para casa.
ele disse rindo.
— ótimo, não preciso mesmo de você.
mostrei a língua para ele, eu sei que foi uma atitude infantil, mas era a única coisa que eu tinha em mente naquele momento.
a grande questão era como eu iria chegar em casa sem ao menos saber o caminho. Ja estava um pouco afastada da boate quando o carro do Gustavo parou ao meu lado. O vidro da porta do passageiro se abriu e la dentro tinha um Gustavo totalmente furioso.
— depois diz que sou eu que quero você.
fiz bico e o vi sair do carro.
— vou contar até três para você entrar nesse carro.
olhei para as minhas unhas pintadas apenas com base e fingi que não o ouvi.
— 1...2...3
— não pode me obrigar a entrar no carro, eu não sou sua.
não se passou nem um segundo e o Gustavo estava me prendendo contra o carro.
— vou provar o quanto você é minha.
— co...
não consegui terminar a fala, pois Gustavo colocou os seus lábios nos meus e imediatamente raiva se esvaziou do meu corpo.
sua língua passou entre meus lábios e imediatamente eu dei passagem. Senti um choque térmico quando minha língua se encontrou com a dele. Tomei coragem e afundei meus dedos entre seus cabelos, aprofundando mais ainda o beijo. Meu primeiro beijo.
os lábios do Gustavo era extremamente macios, do jeito que eu imaginava. O gosto de menta que ele tinha, deixava tudo mais mágico. Esquece tudo que eu disse sobre o assunto orgasmo ser a melhor sensação da vida, o beijo do Gustavo era tudo de melhor que existia. Enfiei os dedo no meio do seu cabelo sedoso que eu tanto amava.
aquilo tudo parecia um sonho, o melhor sonho que ja tive na vida. Não queria acordar daquilo. Gustavo era o tipo certo de garoto errado, e foi por isso que eu le interessei tanto por ele. Se fosse um garoto qualquer, um dia na minha igreja, que fosse todo certinho ou algo do tipo, eu tenho certeza que jamais me sentia atraída por ele.
eu gostava de Gustavo por ele sempre fazer o que quer e a sua maneira. Ele não se importava com que as pessoas pensavam dele, eu o admirava por isso. Em partes eu queria ser como ele.
quando estava com ele, eu me sentia em outra dimensão. De uns dias pra ca, é so com ele que eu quero estar o tempo todo. Ele me faz quebrar todas as regras e não ligar para isso depois. Algo que eu nunca imaginaria fazer.
separamo-nos por falta de ar, abaixei minha cabeça e a encostei em seu peito.
— por que você faz isso comigo?
perguntei.
— isso o que ?
eu sentia seu coração bater aceleradamente, igual o meu.
— me fazer se sentir atraída pelo perigo.
levantei a cabeça e ele me segurou pela cintura, deu um impulso para que eu circulasse sua cintura e foi o que fiz. Ele me deitou sobre o capô do carro e começou a beijar meu pescoço.
— porque eu sei que você gosta.
ele sorriu safado.
ele tinha razão, eu gostava. Gostava não, eu amava.
ele beijou a parte do meu seio que estava descoberto graças ao decote, uma das mãos apertou meu seio e eu gemi em protesto. Arquei um pouco o corpo e o puxei para um beijo cheio de segundas intenções. Seus lábios eram viciantes, essa era a verdade. Vi o claro de uma lanterna em nossa direção e fechei os olhos rapidamente. O Gustavo se virou para a luz e so então percebemos que era uma viatura.
— algum problema policial?
Gustavo perguntou.
— vi o carro parado e pensei que pudesse ser um roubo, mas vejo que esta tudo bem.
ele se aproximou de nos e eu desci do capô ajeitando meu vestido.
— deviam arrumar um lugar apropriado para fazer essas coisas.
— desculpa, so estávamos cansados dos mesmo lugares de sempre.
Gustavo respondeu e o homem de bigode branco ergueu uma sobrancelha.
— é que ja fizemos isso em todos os cantos da nossa casa, ai pensamos que tal no carro.
— certo, certo. Mas fiquem esperto da próxima vez.
ele nos alertou.
— não se preocupe, não vai haver próxima vez.
falei corada. Pelo menos não no meio de uma via pública.
— tenham uma boa noite.
ele fez um gesto com o chapéu e voltou para a viatura. Dei um tapa no braço se Gustavo.
— por que disse aquilo?
falei colocando as mãos na cintura.
— porque um dia vamos enjoar de usar a cama.
ele respondeu mordendo os lábios.
— se bem que é impossível enjoar de você gemendo meu nome.
— eu acho que estou enlouquecendo, so pode.
balbuciei e entrei no carro, ouvindo a risada gostosa do Gustavo atrás de mim.
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Gustavo parou o carro enfrente a minha casa e pela primeira vez não tinha certeza se queria passar a noite sozinha. O único problema era a mamãe que chegava amanhã pela manhã e não seria nada bom para mim se ela me visse dormindo com um garoto.
olhei para o painel do carro e depois para Gustavo.
— espero que tenha gostado dessa noite.
ele falou tirando as mãos do volante.
— e espero que possamos repeti-la, mas dessa vez no meu quarto.
— tenho que ir, boa noite Gustavo.
abri a porta do carro, mas antes de sair, ele me puxou e me deu um beijo.
— vou considerar isso como um sim.
sai do carro e entrei no jardim indo até a porta. Peguei a chave que guardava dentro de um vaso de flor na entrada. Fechei a porta e me escorei nela durante alguns minutos, eu ainda tinha dúvidas se aquilo realmente tinha acontecido.
subi para o meu quarto e me despi, fui até o banheiro e tomei um banho rápido. Depois me sequei e vesti um pijama de bolinhas. Não demorei muito para dormir, foi só virar de lado e minhas pálpebras pesaram. Fechei os olhos e não vi mais nada.
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meu despertador tocou e eu acordei com aquele barulho estridente. A única coisa que me fez não acordar de mal humor, foi lembrar que hoje não tem escola. Como tinha tomado banho na noite anterior, eu apenas iria me trocar e esperar a mamãe.
coloquei uma blusa de mangas cumprida branca e uma saia jeans, calcei uma rasteirinha e deixei o cabelo solto mesmo. Amanda ja tinha preparado o café da manhã, mas eu estava sem fome.
— como esta se sentindo sabendo que sua mãe volta hoje?
ela perguntou desamarrando o avental.
— muito bem.
respondi um pouco incerta.
eu não tinha certeza se queria que mamãe voltasse agora, porque não vou mais ter tanto tempo com o Gustavo. E ela nem podia imaginar que depois das aulas me encontro com ele, e nem tão pouco da minha noite passada.
— cheguei.
ouvi a voz da mamãe e olhei para ela.
— YUMY que saudades.
ela me abraçou e eu correspondi, menos a parte da saudade. Eu senti sua falta, mas sentiria ainda mais se ela não fosse tão ignorante e julgar as pessoas. Digo isso porque se um dia ela souber que estive com o Gustavo, ela vai querer me mandar para o colégio interno.
— como você esta? parece cansada.
ela passou a mão pelo meu rosto.
— é impressão sua.
respondi logo.
— temos muito que conversar.
sorri tentando mostrar empolgação. Eu estava contente por ela estar ali comigo, mas desejei que Gustavo também estivesse.

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