capitulo 5

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    sábado tinha chegado rápido e ja eram quase 18:10, eu estava terminando de me arrumar. coloquei um short, peça que odeio usar, mas hoje não estava afim de colocar calça. mamãe estava um pouco brava comigo desde ontem, ela não gostou nem um pouco por mim ter aceitado carona de um estranho. eu tive que mentir que quem estava dentro do carro era uma garota dirigindo. terminei de arrumar meus cabelos e calcei meus tênis, desci as escadas e mamãe estava sentada no sofá lendo um livro.
— ja estou indo.
     falei e ela me encarou.
— não volte tarde. não è bom andar sozinha a noite.
     ela me alertou e eu assenti. sai de casa caminhando normalmente, a escola não era tão longe de casa, para minha sorte. o dia estava com um clima ameno, nem calor e nem frio. cheguei na escola e fui procurar a cat nas arquibancadas, quando a mesma me viu, acenou de longe. subi alguns degraus e cheguei até ela.
— que bom que você veio.
      ela disse quase gritando.
— eu disse que viria.
— vou comprar alguma coisa pra gente beber, fica aqui.
    ela falou se levantando, cada vez chegava mais pessoas. estava todos da escola ali. senti uma pessoa sentar ao meu lado e eu me virei pra ver quem era. pisquei algumas vezes pra ter certeza que era ele.
— olá yumy.
     ele disse olhando para o campo.
— o-ola...como te deixaram entrar?
— digamos que a diretora me devia um pequeno favor.  
   ele ascendeu um cigarro e me encarou.
— não esperava que você viesse.
— na verdade, nem eu esperava que fosse vir. uma colega insistiu para que viéssemos juntas e eu não quis pagar de chata e recusar.
    falei olhando em seus olhos castanhos.
— e você, por que veio assistir o jogo?
— meu amigo joão vai jogar e eu não quis dar uma de chato não vindo assistir.
   ele respondeu repetindo minhas palavras e piscou para mim.
— joão? o garoto mais galinha da escola?
     perguntei e ele pronunciou um "aham" mudo.
— acho engraçado você achar isso dele, todas as outras garotas se matariam pra ganhar pelo menos um oi dele.
— pode ter certeza que não estou incluída entre essas garotas.
    dei um meio sorriso e então cat chegou se sentando no seu lugar. ela me entregou a coca.
— não vai me apresentar seu amigo yumy?
    ela perguntou me cutucando.
— muito prazer sou Gustavo foganoli.
     ele me interrompeu antes mesmo das palavras sair da minha boca.
— cat.
     ela respondeu dando um sorriso. depois disso ficamos em silêncio, apenas assistindo o jogo. estava complicado fazer um gol no time adversário. eles jogavam muito bem. quando estava no fim do primeiro tempo, Gustavo voltou a falar.
— vou dar uma volta, quer ir comigo?
     ele disse sussurrando no meu ouvido.
SIM.SIM.SIM.SIM
— não.
      respondi repreendendo os arrepios que sua voz causou no meu corpo e a voz na minha cabeça me mandando ir com ele.
    Ele não disse nada, apenas se levantou e saiu.
— ele è bem bonito.
      cat falou colocando um salgadinho na boca. o primeiro tempo tinha acabado sem nenhum gol do nosso time, e o segundo tempo tinha começado com um gol.  so que do time adversário. cat não parava de gritar um segundo e Gustavo nao tinha voltado mais. confesso que senti falta e me arrependi de não ter ido com ele.
      nosso time estava empatado com o adversário, 1x1. peixinho jogava muito bem, fiquei impressionada. faltava pouco tempo pro final do segundo tempo e todos estavam ansiosos.
coutinho* estava no meio do campo quando passou a bola pro fael*. tinham alguns jogadores o impedindo, mas ele conseguiu e passou a bola.
          45 segundos...
  a plateia estava silenciosa, como se espera-se um milagre. a bola tinha ido parar no pé do inimigo.
         30 segundos...
  nosso time tinha a posse da bola novamente, um dos jogadores passou a bola pro peixinho.
       10 segundos...
depois de ter driblado alguns jogadores. ele conseguiu. peixinho fez o gol da vitória.
      5 segundos.
  o juiz apitou e pude se ouvir os gritos dos jogadores e da torcida da escola. eu e cat nos abraçamos contente.
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     ja era quase 22:30 e eu caminhava pelas ruas mal iluminadas do poste. sabe aquele ditado de "quando mãe fala acontece", pois è verdadeiro. tinha começado a chover e no final daquela rua escura tinha um garoto de uns 23 anos encostado no muro. diminui os passos e senti meu coração acelerar. ele caminhou até onde eu estava e me fez parar.
— tem algum trocado moça?
     ele falou tirando o capuz da cabeça.
— desculpa não tenho nada aqui.
     falei tentando passar, mas ele me impediu.
— então pode me dar outra coisa.
     ele me puxou pelo braço me encostando no poste, antes de eu começar a gritar, o mesmo tampou a minha boca com a mão e com a outra passeava pelo meu corpo, o mesmo enfiou à mão dentro da minha blusa e nessa hora eu ja estava em prantos de tanto chorar. pensei em empurra-lo, mas nessa hora ele ergueu sua camiseta mostrando uma faca.
— por favor, não faz isso.
      pedi entre soluços.
— fica tranquila que você vai gostar.
     fechei os olhos desejando que aquilo acabasse o mais rápido possível, foi então que seu corpo foi afastado do meu e eu senti um alívio enorme. escorreguei até me sentar no chão e abri os olhos. o rapaz limpava o sangue que escorria do nariz, enquanto Gustavo cochichava algo em seu ouvido. espera ai, gustavo?
— você esta bem?
      ele perguntou se afastando do rapaz que saiu correndo, ele se agachou na minha frente.
— acho que sim.
     minha respiração estava descompensada e se não fosse por gustavo, eu não quero nem imaginar o que teria acontecido.
— não se preocupe, ele não vai mais mexer com você.
      ele falou se levantando e me estendeu a mais, levantei me apoiando no mesmo pra não cair.
— vou te levar pra minha casa, você pode tomar um banho e trocar de roupa, porque essa está molhada.
— obrigada, mas eu preciso ir.
      passei por ele totalmente atordoada e morrendo de vontade de simplesmente deitar na minha cama e chorar até amanhã, lembrando das mãos daquele nojento no meu corpo.
— YUMY não me obrigue a te colocar  nesse carro.
      ele disse impaciente.
— você entra por bem ou por mal.
— você esta me ameaçando?
      perguntei me virando pro mesmo.
— não, estou apenas dizendo uma hipótese.
      ele parou na minha frente com os braços cruzados e eu bufei de raiva. me virei e tentei correr, mas ele foi mais rápido segurando meus braços. minhas costas bateram contra seu peito que estava molhado por causa da camiseta, o mesmo aproximou sua boca do meu ouvido.
— eu sei que quer ir comigo, então por que fica tentando fugir?
      a chuva caia sobre nós dois e eu senti um calor estranho subir pelo meu corpo. me virei pro mesmo e soltei meus braços. entrei no carro e em seguida ele também entrou. como que aquele garoto tinha tanto poder sobre mim?
— vai me levar em casa depois ?
— pode ser que sim.
       ele respondeu dando partida no carro.
— Gustavo!
      exclamei preocupada.
     eu ainda estava em estado de choque, as minhas mãos e pernas tremiam. eu estava começando a sentir frio devido as roupas molhadas. Gustavo estava na mesma situação que eu, a roupa grudada no corpo, marcando seu peitoral. passei as mãos nervosas pelo rosto tentando focar minha atenção apenas na chuva que caia pelo vidro do carro. senti quando paramos em uma enorme garagem. Gustavo saiu do automóvel e eu fiz o mesmo.
— não achei que morasse sozinho.
      falei cruzando os braços.
— achou que eu morasse com quem?
     ele diz abrindo a porta e ascendendo a luz da casa.
— com seus pais, talvez?
— não moro com eles desde os 18 anos.
     ele respondeu me levando até o quarto.
— e quantos anos você tem agora?
— 20.
      ele abriu uma porta pequena.
— pode usar esse, eu uso o do outro quarto. e você tem quantos anos?
— tenho 16 anos.
       entrei no banheiro e ele me encarou do lado de fora. fechei a porta e tentei raciocinar em como minha vida tinha mudado de domingo pra ca. domingo eu o vi durante uns dez minutos na igreja e agora estou tomando banho em sua casa. em outros casos e com outros garotos eu nunca teria aceitado vir pra ca, mas Gustavo era diferente. ele tinha algo que me fazia perder o medo e "topar qualquer parada". eu não tinha mais medo do que mamãe acharia se me visse andando com ele, eu tinha mais medo de não ver mais ele.
   terminei o meu banho e me enrolei na toalha, coloquei a calcinha que não estava totalmente molhada e dobrei as roupas que estavam, abri a porta e sai do banheiro. o Gustavo estava em pé perto da cama, apenas com uma toalha branca envolta da cintura. senti meu rosto esquentar e algo no meio das minhas pernas pulsar. ele estava com os cabelos molhados e bagunçados, olhando duas camisetas em cima da cama.
   cai toalha seja uma boa menina e cai.
  era isso que soava no meu subconsciente.
— vou deixar você se trocar.
      falei apertando a toalha no corpo e fui até a porta.
— pode ficar ai se quiser, eu não me importo.
      ele dizia sem um pingo de vergonha na cara e eu sai do quarto, antes que eu mudasse de ideia e resolvesse ficar.
     eu estou começando a imaginar coisas que jurava que iria pensar so quando estivesse casada. era a primeira vez que via um garoto seminu, e isso não è nada bom quando tem hormônios explodindo dentro de você. procurei pela secadora de roupas e isso não foi fácil. a casa de Gustavo era enorme e eu não fazia ideia onde ficava as coisas. coloquei as roupas la dentro e depois liguei. dei uma agachada pra ver se estava tudo certo.
— não achei que fosse achar esse lugar.
     Gustavo chegou por trás e eu quase tropeço nos meus próprios pés. porque eu ficava tão nervosa perto dele. o olhei enquanto ele também colocava as roupas na secadora, agora ele estava com uma calça de moletom preta e continuava sem camiseta. sera que ele tinha noção do quanto eu ficava envergonhada em ver ele assim?.
    imagine a pegada que ele deve ter ou melhor como ele deve ser sem aquela toalha. ja estava enlouquecendo com aqueles pensamentos. ele se virou pra mim umedecendo os lábios.
— daqui uns vinte minutos estão secas.
     o mesmo falou. me escorei na pia que tinha ali e ficamos em silêncio. eu estava morta de vergonha por estar apenas de toalha, mas tentei não demonstrar.
— Gustavo.
      o chamei.
— obrigada por hoje.
— não foi nada.
— è sério. obrigada mesmo, eu não sei o que teria sido de mim se você não tivesse aparecido.
— por que não saberia ?
      o mesmo perguntou chegando mais perto.
— porque eu não queria perder minha virgindade desse jeito, sendo estuprada na rua.
— você não me conhece direito e mesmo assim esta agora na minha casa, tomou banho no meu banheiro e esta somente de toalha na minha frente.
      ele colocou uma mão de cada lado do meu corpo me encurralando, mas sem encostar os nossos corpos.
— me diga yumy, por que aceitou vim comigo?
— por que ao contrário você teria me batido e tentado me estuprar também?
    falei com ironia na voz.
— nunca bateria em você ou pior tentado te estuprar.
    o mesmo falou me olhando nos olhos e eu fiquei com mais vergonha ainda.
— o que você acha que devo fazer com você ?
     as únicas respostas que veio na minha cabeça eram todas pornôgráficas, porque era o jeito que ele estava me deixando agora, completamente louca por ele. nunca pensei que fosse me sentir daquela forma-quente- e sem palavras pra responder. por sorte ou azar a secadora fez um barulho, fazendo ele se afastar lentamente de mim.

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