capitulo 3- meu nome è gustavo

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     ja estava quase na hora de ir pra escola e eu ainda precisava passar na lanchonete pra tomar café da manhã. uma chuva fina caia, mas o vento forte estava quase levando eu e meu guarda-chuva. segurei a mochila com força e atravessei a rua correndo quando o sinal fechou. tentei ao máximo desviar das poças de água no caminho, mas não adiantou muito.
   por fim, eu cheguei ao starbucks, fechei o guarda-chuva e o deixei do lado de fora. entrei e olhei ao redor, o lugar estava cheio. a única mesa disponível era em um canto afastado. não pensei duas vezes e caminhei até ela, coloquei a mochila na cadeira vazia ao meu lado e sentei na outra.
— posso anotar seu pedido moça?
     uma voz feminina perguntou parando ao meu lado.
— eu gostaria de um cappuccino e um pedaço de bolo de chocolate, por favor.
  falei e a moça anotou saindo.
  resolvi ler um pouco, enquanto esperava os pedidos chegar. tirei da mochila o livro "o homem de giz" de C.J TUDOR, tinha começado a ler a dois dias e ja estava quase acabando. era um livro de suspense, muito interessante e que prende o leitor do início ao fim. ajeitei o rabo de cavalo que estava frouxo no cabelo e abri o livro.
— se importa se eu me sentar aqui?
     dessa vez foi uma voz rouca que falou me tirando a leitura. levantei a cabeça pra responder e levei um choque ao ver quem era. aquele garoto de ontem.
— de jeito nenhum, pode sentar.
    falei tentando acalmar as batidas do meu coração, que por algum motivo acelerou. ele sentou de frente pra mim e eu voltei a dar atenção a minha leitura ou  menos tentar.
— você não è aquela garota da igreja?
   ele perguntou e eu subitamente o encarei.
    ele estava ainda mais bonito que ontem, os cabelos loiros levemente bagunçados, o mesmo jeans escuro e uma camiseta branca. ele parecia não se incomodar com o frio que fazia.
  assenti e ele apoiou os braços na mesa forçando os músculos e os ombros.
— nunca te vi antes por aqui.
    tomei coragem pra falar o que estava me matando de curiosidade.
— me mudei faz pouco tempo.
   ele respondeu e ficou me encarando sério. fomos tirados do transe quando a garçonete trouxe meus pedidos, antes dela sair, ele também pediu um café.
— o que faz tão cedo por aqui?
   fechei o livro e fiquei marcando a página com a ponta do dedo.
— vim tomar café antes de ir pra escola.
     respondi.
— e você?
— combinei de me encontrar com um amigo, mas o idiota não chegou ainda. acho que esqueceu.
   ele mordeu os lábios e depois passou a língua sobre eles.
— a propósito, meu nome è Gustavo.
    ele dizia tudo olhando no fundo dos meus olhos e isso me deixava sem graça. tentei olhar pra outra direção, mas eu sempre acabava voltando pra suas lindas orbes azuis clara.
— YUMY.
   falei e deu um pequeno sorriso. tomei um pouco do meu cappuccino e senti o silêncio predominar entre nós.
  Gustavo tinha uma voz incrivelmente rouca e provocante, seu olhar era hipnotizador e seu cheiro era diferente de tudo que ja senti.
  olhei para o relógio pendurado perto do caixa e arregalei os olhos, meu deus estou atrasada.
— eu tenho que ir.
   falei guardando o livro e pegando o dinheiro pra pagar o cappuccino.
— se cuida, YUMY.
   ele disse depois que eu ja estava de pè.
— você também.
     joguei a mochila sobre ombro e passei no caixa pra pagar. depois sai correndo na velocidade da luz. pra minha sorte a chuva tinha parado, apenas o vento ainda estava forte. comecei a correr e em pouco tempo estava enfrente a escola. dez minutos atrasada, eu deveria dar uma boa explicação a professora.
  entrei na escola indo direto pra sala de aula. a classe estava em silêncio devido a prova. entrei na sala após bater na porta e todos os olhares se direcionaram pra mim.
— qual o motivo do seu atraso senhorita cooper ?
      a professora perguntou.
— perdi a hora.
     falei e a mesma ando até onde eu estava e me entregou a folha de teste.
— sente-se e espero que isso não ocorra mais.
      ela disse rude. fui até minha carteira, peguei o estojo e mãos a obra.
      dez minutos já haviam se passado e nem a primeira questão eu tinha terminado ainda, eu não estava conseguindo me concentrar. não estava conseguindo focar meus pensamentos na prova. a única coisa que eu tinha em mente, era aquela voz e aquele loiro lindo. balancei a cabeça tentando afastar a cena dele mordendo os lábios, mas parecia que aquilo tinha sido tatuado na minha mente.
   eu tinha que ir bem naquela prova, pois era a maior nota de peso no trimestre. contei ate dez e respirei fundo. foquei nas questões e o loiro saiu um pouco dos meus pensamentos. consegui terminar todas as questões da prova, mas fui uma das últimas a entregar. agora era so esperar o resto das aulas e ir pra casa.
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     parei na biblioteca pra pegar um livro antes de ir embora. demorei quase vinte minutos la dentro escolhendo o livro e depois sai da escola. o frio tinha ficado um pouco mais forte e alguns pingos de chuva começou a cair. ainda era o começo da tarde e parecia ser de noite. o céu estava escuro e as nuvens carregadas, eu não gostaria de estar na rua quando começasse chover de verdade.
    tudo estava indo bem, até que a idiota deslizou e caiu de bunda no chão, a minha mochila foi parar longe e eu bufei de raiva. os pingos de chuva havia aumentado. eu apoiei as mãos no chão pra levantar. dei uma batida na parte de trás da minha calça. puxei as mangas da blusa até o cotovelo e senti alguém se aproximar de mim.
— YUMY?
     ao ouvir de novo aquela voz o meu corpo todo estremeceu. me virei rapidamente e o vi segurar minha mochila nas mãos.
— eu acho que isso è seu.
     ele apontou a mochila e eu a peguei.
— e isso também.
    ele mostrou a outra mão que segurava meu pequeno guarda-chuva.
— acho que esqueceu no café.
— o-obrigada.
     respondi e peguei o mesmo.
— como sabia que era meu?
— quando eu ia saindo do café, um cara me parou e perguntou se eu te conhecia, acho que ele me viu sentado com você, ele disse que te viu deixar o guarda-chuva la fora na hora que chegou e depois você saiu correndo e esqueceu de pegar, ai eu disse que te entregaria.
     ele falou pegando um maço de cigarro no bolso e o isqueiro, ascendendo. mesmo com a chuva que caia, ele ainda conseguia ascender um cigarro.
— obrigada, de novo.
     passei os olhos pelo seu corpo, parando na sua barriga e peitoral. a camiseta branca estava molhada, dando uma visão do que se escondia ali embaixo. juro que tentei não olhar, mas a curiosidade falou mais alto.
— como sabia que eu estaria aqui?
      perguntei voltando a olhar pro seu rosto.
— te segui desde o café.
     ele mudou a posição ficando de lado.
— não tinha nada melhor pra fazer, então te esperei sair da escola.
    ele era muito sério e isso eu percebi desde ontem quando o vi na igreja. mas isso so o tornava mais interessante. ele soprou vagarosamente a fumaça do cigarro contra as cotas de chuvas e eu prestava atenção em cada movimento que sua boca fazia. estava chovendo, mas eu sentia perfeitamente as minhas mãos soarem.
— acho que ja vou indo.
     falei passando por ele.
— não quer uma carona?
    ele perguntou levando novamente o cigarro a boca.
— não precisa, a minha casa não è muito longe.
    eu ainda tinha receio de aceitar carona, primeiramente eu nem o conhecia direito e segundo que se minha mãe me visse chegando em casa dentro de um carro e com um garoto, ela me mataria.
— como quiser.
     ele deu meia volta, acenou com a mão e depois entrou no carro sumindo da minha vista.
     comecei a andar e dei graças a deus que ele não insistiu, eu não sei se conseguiria recusar novamente.

between reason and emotionOnde histórias criam vida. Descubra agora