capitulo 25

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suas mãos escorregou em minha cintura e ele deu uns passos para trás. Uma música macabra tocava em minha cabeça, meu mundo tinha virado de ponta cabeça, o chão havia sumido, eu estava sentindo uma dor insuportável no peito.
— não pode estar falando sério.
ele disse com raiva.
— eu queria que fosse mentira, mas, infelizmente não é.
as lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos.
— ontem quando cheguei em casa encontrei o passaporte no meu quarto.
— você não pode ir. A gente precisa dar um jeito.
— que jeito Gustavo? não tem o que a gente fazer.
falei soluçando.
— eu disse que nada iria tirar você de mim e eu costumo cumprir minhas promessas.
eu acreditava nele, mas, naquele momento estava difícil acreditar que algo bom iria acontecer. Eu ja estava começando a perder a fé que poderia ser feliz.
— confia em mim?
— eu confio, mas estou com medo.
suspirei tentando conter os soluços.
— eu tenho medo de nunca mais te ver.
— hey escuta...ninguém vai separar a gente ou eu não me chamo Gustavo Foganoli.
ele disse me fazendo rir.
— agora por favor se acalma, porque odeio te ver chorando.
ele beijou o alto da minha testa e depois meus lábios.
— vamos dar um jeito juntos. Nós sempre conseguimos, lembra ?
minha mente viajou para a época que fingimos que estávamos separados para a mamãe, oque acabou não dando muito certo.
o puxei para um abraço apertado, colocando minha cabeça em seu peito. Seria impossível para mim ficar longe daquele abraço confortável do Gustavo, seria impossível ficar sem os seus beijos, suas carícias, o calor do seu corpo colado ao meu e o seu sorriso perfeito. O seu sorriso era a parte mais linda dele para mim. Será que existe um jeito de ser felizes juntos sem ninguém atrapalhar? pelo jeito que as coisas estão, eu duvido muito.
— qual o problema dela?
perguntei baixinho.
— de quem?
— mamãe. Ela esta fazendo tudo isso, pelo simples fato de não querer a gente juntos. Por causa dela, eu estou sofrendo.
— talvez ela tenha um pouco de razão...
ele disse e eu o olhei espantada.
— eu nunca permitiria que minha filha namorasse um cara problemático como eu.
— Gustavo!
o repreendi brava.
— o que ? eu estou falando serio.
ele sorriu de canto.
— mas voltando ao assunto...vou pensar em algo de hoje para amanhã, nem sua mãe e nem outra pessoa irá me afastar de você, eu prometo.
— eu espero que você esteja certo.
falei triste.
— fica aqui comigo hoje?
ele perguntou acariciando com uma das mãos minha costa e a outra minha bochecha. Apenas assenti com a cabeça.
eu não queria voltar para casa, eu não queria ter que olhar na cara da pessoa que estava me fazendo sofrer. Eu queria apenas ficar ali com o Gustavo, segura e protegida em seus braços. Podia até ser loucura, mas, quando estava com o Gustavo, eu me esquecia de tudo. Problemas, pessoas, regras, tudo...tudo mesmo. Quando estava com ele, eu apenas queria viver a minha vida em liberdade, era incrível como eu me sentia ao seu lado. Sentia-me VIVA.
senti meu estômago roncar, pedindo para ser alimentado.
— Gustavo...
o chamei com o rosto escondido em seu peito.
— eu estou com fome.
falei com a voz manhosa.
— o que quer comer hoje?
ele perguntou me levando ate a cozinha.
— chocolate? trufa? macarronada? lasanha? pizza?
— bolo de morango.
respondi e ele gargalhou.
— o que foi?
— pensei que amasse chocolate.
— eu amo chocolate, mas, vamos mudar um pouco o cardápio hoje.
— não temos bolo de morango aqui, você vai ter que esperar enquanto, eu vou no mercado comprar. A mocinha me espere aqui, tome um banho e coloque uma roupa minha.
— por que, quer que eu vista uma roupa sua?
perguntei curiosa.
— você fica sexy, muito sexy.
ele disse de modo safado e pegou as chaves do carro na mesinha da sala.
— ja volto.
não pude conter o sorriso. Era impressionante como existiam pessoas capazes de arrancar sorrisos seus até nos piores momentos. Eu sei que nunca fui muito religiosa, apesar de sempre ir aos cultos com a mamãe, mas, de uma coisa eu tenho certeza que foi Deus que colocou o Gustavo em minha vida, para me tornar uma pessoa melhor.
Fiz o que Gustavo tinha pedido, eu subi até o seu quarto e procurei alguma blusa sua. Abri o guarda roupa e fitei as peças organizadas perfeitamente. Elas iam de roupas casuais até ternos e gravatas, era engraçado imaginar Gustavo vestido de terno e gravata. Ele não parecia ter aquele estilo. Rolei os olhos por todo o guarda-roupa e bati os olhos em um moletom azul claro, não pensei duas vezes e o peguei. Fui até o banheiro e tomei um banho rápido na água quente, depois sai e vesti o moletom. A peça tinha caído perfeitamente no meu corpo, mas, era curta. Desfiz o coque no cabelo e fiquei descalça.
eu fui até o guarda-roupa para fechar o mesmo que tinja deixado aberto, mas, antes algo me chamou atenção. Era uma caixinha azul petróleo com uma fita a rodeando em branco. Eu sei que não era certo olhar as suas coisas sem ele saber, mas, a minha curiosidade falou mais alto. Peguei a caixinha nas mais-valia e sentei no chão com ela nas minhas pernas, abri e dentro tinha fotos. Apenas fotos.
a primeira era com o Coutinho quando o mesmo ainda usava aparelho nos dentes, eles tinham um enorme sorriso no rosto. Fui passando as fotos, até encontrar uma dele com a Vanessa. Os dois estavam muito próximos, ele circulava sua cintura com a mão e ela fazia o mesmo. Dizer que não senti ciúmes era mentira, mas, acreditava em Gustavo. Eu acreditava nele quando dizia que eram apenas amigos.
mas não foi aquela foto que me deixou intrigada, e sim uma foto minha. Ele deve ter tirado quando eu estava desprevenida. Meus cabelos estavam jogados todo para o lado e tinha um meio sorriso nos lábios. Não lembro onde estávamos, mas, foi bem antes de termos algum tipo de relacionamento.
coloquei as fotos dentro da caixa novamente e a guardei no seu lugar. Fechei as portas e sai do quarto. Quase 10 minutos depois, o Gustavo chegou com o meu bolo, so de ver os morangos enfeitando o bolo na parte de cima, a minha boca salivou.
— eu disse que você ficava sexy com as minhas roupas.
ele disse sorrindo e fomos para a cozinha.
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ja era quase dez horas da noite, eu estava na sala com o Gustavo, enrolados em um cobertor juntos e observando a lareira a nossa frente. Ele brincava gentilmente com meus dedos, enquanto, eu mantinha a cabeça em seu peito. Eu podia ouvir as batidas do seu coração. Era um clima de paz e calma. Eu estava tranquila e parecia estar nas nuvens, seus carinhos me deixava assim. Sera que podíamos ficar assim para sempre?
fitei o fogo queimar as lenhas, aquilo me transmitia uma sensação prazerosa.
— quer fugir comigo?
ele perguntou serio.
— ainda não tirou essa ideia da cabeça? como vamos fugir Gustavo? como a gente iria se sustentar?
— dinheiro não é o problema se é isso que esta te preocupando.
ele respondeu calmo e eu levantei a cabeça para encara-lo.
— e para onde iríamos senhor Foganoli?
— eu ja disse que gosto de Nova York, mas, Las Vegas também é uma ótima. Mas, deixo você escolher o lugar.
ele beijou minha bochecha com carinho.
fugir ? talvez, essa não seja uma má ideia.

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