Yellow

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- Olá, Martin.

- Como está o trânsito?

- Uma droga.

- Você ainda toca guitarra?

O jovem esboçou um sorriso no canto dos lábios.

- Nunca parei.

Cinco anos separavam sua partida e encontro com o mordomo, mas continuava sendo como se não houvesse separação.

- Venha, elas estão no andar de cima.

- Conheceu ela?

Perguntou, o seguindo.

- Sua filha é uma dádiva.

- Obrigado.

- Apenas sinto muito por tê-la descoberto dessa maneira.

- Obrigado. Mas pode ter certeza que eu vou reconpensá-la cada momento perdido.

Ele disse, e não conseguia falar isso sem que os olhos ardessem.

- Phoebe...

- Eu e a Phoebe vamos fazer o possível para que os sonhos dela sejam realizados.

Martin sorriu, e lhe fitou como se ele tivesse respondido errado.

- Não. Não posso fazer uma coisa dessas com a minha irmã. Quero que ela seja feliz, e eu não posso dar isso a ela.

- E quem disse que não pode?

Eles pararam de andar ao chegar no andar superior. Max paralisou e seus olhos foram em direção a pequena figura no meio do corredor.

Um sorriso tênue se formou nos lábios dele. O mesmo se repetiu com a criança, que abriu um sorriso cativante, exibindo as covinhas em suas bochechas rosadas. Naquele momento ele pediu aos céus para não deixar ele morrer tão cedo, queria ver aquele sorriso no rosto da filha todos os dias.

Ela estava usando um vestido branco com bolinhas vermelhas, a borda das mangas e da cola eram de uma linha também vermelha e havia um bordado no busto e o desenho de cerejas na cintura. Uma fita xadrez prendia seu cabelinho claro e comprido para trás. E ele descobriu que ela era a menina de seus sonhos, era quase como possível que o universo tenha lhe avisado sobre ela.

- So you can keep me inside the pocket of your ripped jeans, holding me close until our eyes meet and you won't ever be alone...

Disse Sophia, difundindo sua voz pelos corredores vazios. Não esperava que pudessem ouvir longe, contando que ele pudesse ouvi-la.

- Wait for me to come home.- Completou ele, sem conseguir conter as lágrimas que incendiavam por seu rosto.- Wait for me - reforçou a frase, para que ficasse nela.- to come home...

Sophia deu passos devagar em direção a ele, e sentiu seus as lágrimas acumuladas em seus olhinhos atrapalhar sua visão. E continuou a cantar:

- And if you hurt me, that's okay, baby. Only words bleed. Inside these pages you just hold me and I won't ever let you go.

Max se abaixou e apoiou os joelhos no chão para recebê-la de braços abertos e a segurou perto por longos segundos quando seus bracinhos finos envolveram seu pescoço, mesmo que ele estivesse de joelhos ela ainda teve que se esticar para abraçá-lo e quando piscou uma lágrima rolou por sua face delicada, enquanto seu papai sussurava:

- When I'm away, I will remember how you hold me. Under the lamppost back on 6th street, hearing you whisper through the phone: wait for me to come home.

- Wait for me to come home.

Ele disseram juntos no final.

Sophia ficou de pé novamente sem tirar os olhos do pai, sentiu as mãos da mãe lhe segurar.

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