Waves

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A assistente visitou o orfanato três dias após a chegada da nova criança, como geralmente acontecia nesses casos.

Trazia as informações do registro na visita e seu objetivo era observar sua situação como um todo.

A profissional foi levada diretamente até a sala da madre superiora, visto que aquele orfanato em específico era administrado pela igreja. E era o único que tinha realmente uma boa estrutura para receber uma criança.

- Me chamo Klara Goldenberg. Sou assistente social do estado.

- Boa tarde.

- É sobre a criança que lhe foi deixada.

- Claro, já estou a par.

Respondeu a matriz.

- Sim, Madre. A tutora da menina morreu há um mês atrás e até hoje, nenhum familiar apareceu e não sabemos quem foi o homem que a deixou aqui. Na verdade, Lorenna quase não existe para o sistema. Poucas informações sobre ela. Apenas que foi adotada recém-nascida, é filha da irmã de Samara Steelle, que faleceu quando ela tinha três meses. Porém Samara morreu há um mes. Ainda é um mistério como a menina veio parar aqui.

- Você sabe onde ela nasceu?

- É sobre isso, senhora.- A religiosa estava a todo ouvidos.- Metroburg. Num hospital de grande prestígio, me surpreende esse fato. Mas o que me deixa completamente alarmada é que seus pais adotivos trabalhavam para pessoas muito...bem...poderosas, nós conhecemos seu nome. O que acha?

- Humm...vamos tomar uma providência imediatamente.

Respondeu, retirando o telefone da base.

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Phoebe olhou para o céu nublado através da vidraça do Estúdio de Balé, e segurou a bolsa no antebraço pensando se a chuva cairia antes dela chegar em casa.

Ainda eram 13:32, cedo para uma tempestade. Hoje realmente não era seu dia, pensou.

- Já vai pra casa, Phoebe?

Ela olha para trás e encontra a pequena menina a olhando, ela se abaixou ao lado dela.

- Oi, docinho. Ainda está aqui?

- Mamãe vai chegar a qualquer momento.

- Tudo bem.

Phoebe levantou.

- Já vai? Encarar está tempestade?

- Até lá já estou em casa.

A colega sorriu, e Phoebe saiu.

Hiddenville estava a todo vapor, pessoas atrasadas, babás empurrando carrinhos de bebê, pessoas arrastando crianças ou em seu horário de almoço.

Tudo estava movimentado, porém ela se sentia a pessoa mais solitária do mundo. Já havia se sentido assim mais vezes, mas como ontem não tinha acontecido. Era como se uma parte de seu coração tivesse sido arrancada, a deixando vazia e incompleta.

Um sentimento de inquietação e desolação que não a deixou dormir. Pensava que tudo estava relacionado a Max, porém algo lhe dizia que o problema não era por causa dele.

A chuva se iniciou, pingos grossos caindo sobre ela descontroladamente, mas ela não se importou se a cada passo que dava no caminho de casa, sua roupa molhava mais e mais e seu cabelo grudada em sua testa e rosto, estaca envolvida em reflexões profundas, era como se tivesse deixado seu corpo em modo automático e estivesse fazendo algo mais importante.

Foi tirada daquilo pela buzina, e olhou para o lado. O vidro da janela desceu, lentamente.

- Phoebe - Max falou.- Entra.

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