Legends

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Ela dirigiu para fora Hiddenville, foi pelo caminho mais longo, parecia o lugar ideal no momento. Em determinado marco, parou em uma encosta para afastar os pensamentos pois a todo instante lembrava da menina, que era praticamente um bebê, mas sua súplica ecoava em sua cabeça,e seu coração se comprimia no peito. No banco do passageiro, a seu lado, a caixa praticamente exigia credibilidade e Phoebe a pegou e abriu suas laterais, com um click ao afrouxar, ela sentiu as mãos tremer, prestes a selar seu destino para sempre.

Ela abriu a caixa e olhou para todas as inúmeras coisas que ali estavam. Para alguém, aleatoriedades, para ela, uma informação confidencial.

Pegou a manta vermelha e levou ao rosto, cheirava a algo indescritível, a pulseira do hospital com seu nome e o nome da filha, fotos de polarpid pequenas feitas com a câmera de Billy, eram imagens dela grávida, da rotina da família, de Max com a filha recém nascida nos braços, Chloe com a menina e Nora. Havia seu diário, o antigo celular de Max, roupas da criança, pen-drives e alguns documentos e objetos que também pertenceram à Sophia, como mamadeiras e chupetas.

Então, aproveitando quando sinal fechou, para sua sorte, ela se debruçou sobre o volante e começou a chorar. Suas unhas apertavam ao redor do volante violentamente. Lágrimas grossas faziam repetidos caminhos sobre seu rosto, de forma que a maquiagem ficasse uma tragédia só. Ela gemia e grunia como jamais fez antes, mas no momento, se não jogasse tudo para fora ela ia perder seu raciocínio. A garota bateu levemente a cabeça sobre o local onde se localizava a busina e o automóvel praticamente gritou como ela, para que todos pudesse ouví-la.

O sinal abriu sem que ela notasse e então havia carros buzinando e motoristas irritados com ela. Descendo o vidro da janela, ela jogou a cabeça para fora e gritou:

- VAI PRO INFERNO!!!

Girou o volante e entrou pela contra mão, iria voltar para casa e ficar com a filha, iria pensar, apenas pensar e agir quando estivesse pronta.

E quando olhou para frente, encontrou o carro dele. Mexeu a cabeça para ter certeza que não um sonho.

- O que eu tô fazendo?!

Disse a si mesma, e jogou o carro para o lado do dele e buzinou.

Max virou o rosto e vacilou, fazendo o carro formar um zig zag na pista. Ele entendeu os sinais dela e quando o carro branco parou no acostamento sentiu as mãos formigarem e fez o mesmo atrás do carro dela.

Ela não sabia de nada.

Não sabia se o que estava fazendo estava certo, se Max voltaria, se ficaria indignado porque ela deixou Sophia com Bárbara e Henry, se pelo ao menos a escutaria. Quando saiu do carro, não sabia bem o que fazer, tudo o que desejava era vê-lo. O vento levava seu cabelo para sua face.

Aquilo era uma completa insanidade.

- Phoebe.

Diz.

- Max.

Eles se entreolham, ficam se encarando. Estavam como uma mangueira entupida, que logo explodiria.

- Cadê a Sophia?

- Está com os avós.

- O que?! Você tá louca, é isso?

- Max, nossos pais. Eu falei com eles...

Ele a interrompeu.

- Você falou com nossos...- Ele colocou as mãos no quadril e olhou para o lado.- E veio me convencer a entrar no jogo deles, mais uma vez.

- Eles são nossos pais!

- Eles não gostam de nós, eles não se importam. Quando descobriram que você tava grávida, eles quiseram se livrar do problema imediatamente. Só queriam a família perfeita deles.

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