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CAPÍTULO DEZOITO

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CAPÍTULO DEZOITO

este é um jogo selvagem de sobrevivência.

Estava escuro demais para Pietra identificar no que pisava além de lama. O som era estranho e ela tentou se movimentar o mais silenciosamente possível enquanto era seguida por Lynn, Tris, Tobias e Shauna. 

Zeke e Uriah estavam em dois prédios próximos pra darem cobertura caso as coisas saíssem do controle. E embora fosse algo necessário Pietra esperava que eles não precisassem fazer nada. 

Ela se segurou em uma das hastes de metal da ponte e se impulsionou para cima, começou a escalar com certa agilidade. Tentou manter todo o peso nas mãos mesmo que as palmas já estivessem doloridas. Sua coxa ardia as vezes no local ferido, mas nada que ela não aguentasse. 

Ela se encostou em uma barra na horizontal e respirou fundo antes de olhar para cima, onde tinha a visão de Kang que encarava o próprio relógio. Tobias colocou a mão em seu ombro quando eles ouviram o som de passos, mas não eram os de Jeanine.

— Olá, Jack — era a voz de Max.

— Onde está Jeanine? Pensei que ela ao menos teria a cortesia de vir em pessoa.

— Eu e Jeanine compartilhamos responsabilidades, de acordo com nossas especialidades — Pietra franziu o cenho — Isso significa que eu tomo todas as decisões militares. Acho que isso inclui o que estamos fazendo hoje. 

— Tudo bem — diz Jack dando de ombros — Vim para...

— Devo informar-lhe que isso não será uma negociação. Para que pudéssemos negociar teríamos que estar no mesmo patamar, e você Jack, não está.

— O que quer dizer com isso?

— Quero dizer que vocês são a única facção descartável. A Franqueza não nos oferece proteção, sustento ou inovação tecnológica. Portanto, para nós, vocês são dispensáveis. Além disso, vocês não se esforçaram muito para agradar seus hospedes da Audácia — sua voz soava quase robótica — Por isso, vocês são completamente vulneráveis e inúteis. Portanto, sugiro que você faça exatamente o que eu digo. 

— Seu desgraçado — Jack disse entredentes — Como ousa...

— Não precisa ficar nervosinho. 

Pietra deixou uma mão cair ao lado do corpo enquanto tentava enxergar Max do lugar onde estava. Porque aquele não era Max. Fechou os olhos por alguns segundos pensando se seria possível que Jeanine o estivesse controlando, mas isso obviamente não estaria acontecendo. Os membros da Audácia, por mais traidores que fossem, jamais iriam continuar com Jeanine se ela estivesse manipulando seu líder com um soro. 

Não, Max estava consciente. Pietra tinha certeza disso, mas ao mesmo tempo tinha certeza de que não era ele próprio falando. Tris pareceu ter a mesma ideia porque olhou para a morena ao seu lado e apontou para a própria orelha, depois para Max.

Foi como se uma luz se acendesse. Era tão óbvio. Jeanine não confiava em Max para contar seus planos, então colocou um fone nele e dizia exatamente o que o mesmo devia falar. Mas um fone não alcança uma distancia tão grande, Jeanine estava por perto. 

— Tenho três exigências — Max começou — Primeiro, que você devolva o líder da Audácia que tem mantido preso. Segundo, que permita que seu complexo seja revistado por nossos soldados, para que possamos extrair os Divergentes de lá. E terceiro, que você nos forneça os nomes daqueles que não foram injetados com o soro de simulação.

— Por quê? — sua voz soou amarga — O que estão procurando? E por que precisam desses nomes? O que pretendem fazer com eles?

— O propósito dessa revista seria a localização e remoção de todos os Divergentes do complexo. Quanto aos nomes, não é da sua conta. 

— Não é da minha conta? — ralhou. 

De repente, Jack saiu do campo de visão de Pietra e ela ouviu o som de passos sobre sua cabeça. Conseguiu identificar que Jack agarrara Max pela gola da camisa. 

— Solte-me, ou ordenarei que meus guardas atirem — Pietra franziu o cenho.

Se ela sabia que Jack havia agarrado Max tinha que estar vendo a situação, então estava por perto. Pietra olhou ao redor e parou em uma prédio, era ao lado do que Zeke estava. Haviam duas silhuetas na janela, uma mais alta e ereta, e a outra curvada e com uma arma enorme em mãos. 

Pietra indicou para todos que começassem a descer e Tobias assentiu, Tris desceu atrás dele e de Shauna que tinha certa dificuldade em se pendurar apenas pelos braços. Porém Pietra não viu sinal de Lynn abaixo, então se voltou para cima onde a menina escalava já com a arma em mãos. 

Pietra segurou em seu pé e negou com a cabeça quando ela se virou, mas Lynn apenas continuou a escalar em direção a beirada da ponte. Sua irmã mais velha arregalou os olhos quando notou mas não se moveu, Pietra lidaria com isso. Ela sempre lidava. 

Firmou os pés em uma barra e mesmo sentindo o ferimento em sua coxa formigar de dor; se impulsou para cima com toda a força que conseguia, mas quando alcançou Lynn ela já havia jogado um dos braços para cima da ponte. Foi muito rápido. Pietra segurou em seu braço no mesmo momento em que ela apertou o gatilho fazendo com que o cotovelo voasse na direção do rosto da líder que se desequilibrou e caiu.

Sua costas bateram primeiro no chão, a cabeça em segundo e por último as pernas que a fizeram urrar de dor. Para sua sorte, a lama era funda e ela não bateu a cabeça com muita força. Tobias estava ajoelhado ao seu lado quando ela abriu os olhos, ele soltou um suspiro aliviado. 

Pietra se levantou apesar da tontura e se apoiou em Lynn que desceu habilidosa assim que percebeu o que havia feito. Shauna e Tris corriam para longe na direção do prédio onde Jeanine havia sido avistada. 

O som de tiros ecoava para todo lado e o trio correu na direção do concreto assim que ficaram a par da situação. Lynn e Tobias estavam atirando em alguém na ponte mas Pietra não prestou atenção nisso. Estava mais ocupada correndo atrás de Shauna e Tris. 

— Pietra! — ouviu Tobias chamar mas sua cabeça ainda girava por causa da queda. 

E ela continuou correndo na direção do prédio até ouvir o som de um carro arrastar pneu na estrada. Tris gritou algo algo e a última coisa que Pietra ouviu antes dos tiros cessarem foi um grito angustiante. 

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