Após fugir para a Amizade e sem saber que rumo tomar Pietra se sente pressionada a voltar para sua própria facção e enquanto lida com as turbulências de um amor platônico tem sua confiança posta a prova por quem deveria ser seu porto seguro.
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CAPÍTULO VINTE E OITO
essas vozes em minha cabeça ficam altas, eu queria poder calá-las. sinto muito ter de decepcionado.
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— Olha, embora tenha sido bem divertido assistir os dois melhores lutadores da Audácia quase se matando, eu estou intrigado — Peter falou assim que Pietra entrou na casa em que estava hospedada — Vocês não eram melhores amiguinhos que se amam e não podem ficar juntos por causa da empata foda que surgiu do nada com a intenção de atrapalhar?
Pietra não se deu ao trabalho de olhar pra ele. Seguiu seu caminho escada acima em direção ao seu quarto e ele foi atrás, tagarelando como uma matraca.
Ela entrou no quarto e antes que Peter pudesse alcançar a maçaneta ela bateu a porta em sua cara sem dizer uma palavra sequer. Ela encostou as costas na parede e o ouviu bater na porta com o nó dos dedos e resmungar alguma coisa que ela não entendeu.
— Eu estou bem — sussurrou em meio a um suspiro.
Na Abnegação não haviam espelhos, mas Aisha fizera questão de colocar um naquele quarto. Era pequeno, apoiado em cima da mesa como se fosse um porta retrato. Pietra não ligava muito para espelhos, mas naquele momento teve vontade de joga-lo pela janela.
Seu nariz estava sangrando; um dos olhos estava roxo e inchado. Havia um corte relativamente grande na testa, e os dentes estavam vermelhos de sangue. O lábio também estava cortado, e ela nem olhou para os punhos. Podia sentir o nó dos dedos machucado, e as palmas molhadas de suor e sangue; sangue de Tobias.
Será que ela estava mesmo bem?
— Pietra Caroliny Foxworth, abre essa porta agora ou eu vou quebra-la ao meio! — Aisha berrou e bateu com força na porta do quarto.
Pietra sabia que nada a faria sair dali, e que ela de fato quebraria a porta ao meio se visse necessidade; então girou a chave e se afastou da porta antes que o furacão Aisha entrasse no quarto. Ela bateu a porta atrás de si e fuzilou Pietra com o olhar.
— Que merda foi aquela? — rosnou — Você é uma irresponsável! Sabe quanto tempo levou pra arranjar essa jaqueta? E você simplesmente rola pelo chão batendo em Quatro com ela, nem se deu ao trabalho de tirar. Teria ganhado aquela luta na metade do tempo se não estivesse usando couro, por Deus garota. Você não tem um pingo de estilo.
Pietra riu e se sentou na cama com as mãos sobre o colo. Ela sabia o que Aisha estava fazendo, por isso ficou calada até que o sermão de cinco minutos acabasse. E quando acabou, a loira se sentou ao lado dela e respirou fundo.
— Agora que descontei minha raiva em coisas fúteis — ela se virou para Pietra e seu tom de voz mudou completamente — O que aconteceu?
