CAPÍTULO OITO
isso doí como o inferno.
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Pietra não tinha certeza se aquilo era real ou apenas um delírio causado pela dor em seu machucado. Ela piscou algumas vezes para ter certeza do que estava a sua frente; porque não parecia estar acontecendo.
Não era algo inacreditável. Luke fugiu da Audácia e encontrou abrigo com os sem facção assim como Edward fizera. Mas apesar disso Pietra ainda não conseguia acreditar.
— Vejo que esses dois anos foram gentis com você — ela comentou.
Ele estava maior e mais musculoso, parecia ter muito mais que dezoito anos. Seus cabelos castanhos estavam um pouco maiores e sua barba agora ficava visível. A única coisa que trazia de volta a lembrança de quem ele havia sido eram seus olhos azuis que continuavam os mesmos.
Menos assustados, mas ainda os mesmos.
— Te digo o mesmo — ele se aproximou e seu primeiro instinto era a abraçar e dizer como estava com saudade, mas não faria isso depois de tudo que houve.
— Fico feliz que esteja vivo — ela deu um sorriso que não chegou aos olhos — É bom saber que pelo menos alguém está.
— Quando disseram que você estava aqui, eu... Eu tinha que te ver — confessou — Não consegui acreditar.
— Já viu — deu de ombros — Onde estão o Quatro e a Tris?
— Pietra — ele deu um passo a frente — Eu sinto muito pelo que houve.
— Eu também.
Ele engoliu em seco.
— Eu sei que você me culpa pelo que houve...
— Eu não apenas te culpo — rosnou — Você puxou o gatilho. Você o matou e eu não vou te perdoar por isso.
— Sinto muito — ele disse após alguns segundos em silêncio — O Quatro está com a mãe dele, eu te mostro onde é.
Ele saiu em direção a uma sala longe dali e Pietra o seguiu em silencio. Ela queria o perdoar, afinal, tinha perdoado o verdadeiro culpado. Mas Luke foi quem puxou o gatilho, não Logan. Luke atirou nele, não Logan.
Luke era o assassino, não Logan.
Eles chegaram a uma sala onde Evelyn e Tobias se encaravam mortalmente. O lugar tinha uma aparência velha e suja, e não parecia um quarto ou um escritório, era uma simples sala.
— Justamente quem eu gostaria de ver — a mulher sorriu — Obrigada, Luke.
— Luke — Tobias franziu as sobrancelhas.
— Surpresa — ele disse desanimado e foi embora.
— Esse lugar está parecendo um cemitério, francamente — a morena comentou para si mesma baixinho.
— O que disse? — Evelyn sorriu.
— Nada — Pietra cruzou os braços — Por que gostaria de me ver?
— Temos assuntos a tratar.
— Temos? — Pietra franziu a sobrancelhas.
Evelyn não parecia ligar para o nítido deboche que a líder da Audácia dirigia a ela. E quando Pietra deu um sorriso inocente a mais velha sorriu em resposta e respirou fundo mas não conseguiu continuar pois Tobias a interrompeu.
— Por que você simplesmente não conta para ela o que me contou, mãe?
— Sim, é claro — a mulher semicerrou os olhos e se voltou para Pietra — Depois da fuga de vocês as coisas ficaram delicadas entre as facções. A Audácia e a Erudição não se responsabilizaram pelo ataque e como você foi a responsável pela criação do soro eles a acusaram de ter orquestrado o ataque e fugido para algum lugar depois de ser desmascarada. Eu creio que a própria Audácia está contra você agora.
Evelyn disse cada palavra com calma e um sorriso no rosto. Pietra não a conhecia, mas sabia que depois de apanhar do marido, ser expulsa da Abnegação e condenada a viver como sem facção ela não seria amável daquela forma. Havia algo por trás de sua doçura.
— E o que você ganha com isso? — questionou e a mulher arregalou os olhos.
— Com o que, exatamente?
— Me contando isso. Me alertando que a Audácia talvez esteja contra mim — ela deu um passo para frente; o som de suas botas contra o chão.
— Nada, eu estou te ajudando.
— Eu conheço diplomacia quando vejo, Evelyn — se aproximou e abaixou o tom de voz — Se não vai dizer o que quer de mim, eu vou me retirar agora.
— Ela só está tentando ajudar — Tobias ralhou.
— Bem, obrigada pelo alerta — Pietra sorriu inocente — Vou tomar cuidado quando estiver de volta a Audácia.
Ela descruzou os braços e antes de sair trocou um rápido olhar com Tobias que aparentava estar indignado com a atitude da mesma. Mas ela não ligava. Não ia se importar com o que quer que Tobias estivesse pensando dela naquele momento.
Ao sair fechou a porta sem delicadeza e fechou os olhos por um segundo; Luke estava ali.
— O que houve? — ele perguntou soando preocupado.
— Eu não vou falar com você — abriu os olhos e seguiu seu caminho sem olhar para o moreno — Onde a Tris está?
— Com o irmão, provavelmente — ele engoliu em seco — Mas não sei onde.
— Tá, vou procurar — ele engoliu em seco e ela deu de ombros.
— Eu te ajudo.
— Não precisa.
— Pietra, eu sei que a Evelyn não é a pessoa mais amigável do mundo, mas em defesa dela, você também não é — ela parou de caminhar e se virou para trás encarando o sem facção a centímetros de distancia dela — Não sei o que ela te disse, mas...
— Quer dizer que ela não é amigável?
— O que? — ele franziu o cenho.
— Só responde a pergunta, Luke.
— Não. Ela é insuportável, sempre de cara fechada e vive mandando e mandando. Eu nunca recebi um obrigada, sabia?
— Sabe, acho que vou ter que te perdoar, afinal.
— Olha, eu acho que você bateu a cabeça muito forte lá dentro — ele a segurou pelos ombros e ela sorriu — Do que você está falando?
— Eu preciso da sua ajuda pra descobrir o que a Evelyn está tramando contra mim e Tobias — ela olhou para baixo — Ou com ele.
— Então você quer que eu, o braço direito da Evelyn, a traia pra te informar das coisas?
— Exatamente — ela sorriu de canto e ele suspirou.
— Pode contar comigo.
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DROWN, insurgente² ✓
Fiksi PenggemarApós fugir para a Amizade e sem saber que rumo tomar Pietra se sente pressionada a voltar para sua própria facção e enquanto lida com as turbulências de um amor platônico tem sua confiança posta a prova por quem deveria ser seu porto seguro. ៚ conc...