DROWN, insurgente² ✓

15.

CAPÍTULO QUINZE

isso vem e vai em ondas. é sempre assim, sempre assim. nós vemos nossos jovens corações desaparecerem na inundação.

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Quando seu corpo atingiu o chão Pietra já estava ao lado dos dois com um braço nas costas de Tori a ajudando a se levantar. Os guardas da Franqueza xingavam algo enquanto a líder passava pela porta com os dois traidores de sua própria facção. 

— Eles não podem entrar aqui — disse com firmeza o primeiro deles.

— Ela acabou de ser baleada — rosnou Zeke — Dá um tempo!

— Então ela deve procurar auxilio na facção que escolheu apoiar. A Franqueza não dá abrigo para traidores. 

— Não importa que vocês a levem e a amarrem em uma cama para evitar que ela atire em todo mundo! — Zeke gritou irritado — Só não deixem que ela sangre até a morte aqui.

Aisha surgiu acompanhada de Helena e duas mulheres da Franqueza que levaram Tori dali então Pietra se virou para prestar atenção na discussão de Zeke com os dois guardas.

— Quantas vezes eu vou ter que dizer que era um espião? — ele reclamou.

— Pode falar quantas quiser, eu vou continuar não acreditando — o segundo guarda retrucou.

— O que houve? — Pietra perguntou.

— Os traidores da Audácia descobriram que estávamos coletando informações sobre eles. Tori tentou fugir mas eles a atingiram. Eu a ajudei a chegar até aqui.

— É uma linda historia — um membro da Audácia que Pietra nem notou que estava ali gritou — Que tal conta-la de novo sob efeito do soro da verdade? 

— Sem problemas — Zeke ergueu os punhos a frente do corpo — Se está tão desesperado assim para me prender, podem me levar. 

Pietra sentiu vontade de rir. E Zeke correu na direção de algo atrás dela encontrando Uriah, os dois se abraçaram em um cumprimento e Uriah sorriu.

— Ouvi dizer que você é um traidor imundo.

— É, fala sério. 

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— Não acredito que não nos contou — Lynn reclamou.

Depois de um longo julgamento sob soro da verdade que Pietra julgou desnecessário eles foram para o refeitório onde Zeke apreciava enormes coxas de frango enquanto Shauna o abraçava de lado e Lynn resmungava sobre ter sido excluída e sobre como se sentia enganada. 

— Vamos lá — disse entre uma mordida e outra — Eu não devia ter contado nem a Shauna e Uriah. Qual o sentido de ser um espião se todo mundo sabe disso?

— Sim, mas a gente tem te insultado desde o dia do ataque — ela resmungou — Agora me sinto uma idiota por ter feito isso.

— Você é uma idiota, Lynn. Faz parte do seu charme. 

Ela jogou um copo de plástico nele que sorriu em resposta. 

— Como eu ia dizendo — ele esfregou os olhos —, meu trabalho consistia em tirar os desertores da Erudição em segurança lá de dentro; por isso tem um grupo grande deles aqui. Mas Tori, eu não sei o que ela estava fazendo lá. Ela sumia e passava horas fora, e sempre que ficava por perto parecia que ia explodir. Não é a toa que eles nos descobriram por causa dela. 

— Mas como você acabou nesse cargo? — Marlene disse — Você não é tão especial assim. 

— Foi mais pela minha localização. Depois do ataque eu estava bem no meio de um grupo de traidores, então segui com a farsa. Mas não faço ideia de como Tori foi parar lá. 

Pietra havia se mantido calada grande parte da conversa. Ela já havia escutado tudo aquilo durante o julgamento de Zeke, e passou horas matutando o motivo de Tori estar na Erudição. Não fazia muito sentido, mas ela tinha algumas suspeitas sobre o que ela estava fazendo. 

— Pietra — o moreno chamou e ela ergueu a cabeça — Você sabe onde está o Quatro?

— Ele está buscando A informação — Uriah disse dramático.

— O que é A informação? — Tris franziu o cenho.

— Sobre uma misteriosa reunião de Jack Kang com Jeanine — Pietra deu de ombros.

— Mas não é você que deveria ir atrás dessas coisas?

— Abdiquei das minhas habilidades de líder por algumas horas — fez uma careta — Deixa o Quatro levar a gloria um pouquinho. 

Enquanto todos riam de alguma piada feita por Zeke, Tris abaixou a cabeça com uma expressão estranha, claro que todos na mesa perceberam.

— O que foi? — Uriah pergunta.

— Não é óbvio? — ela murmura — A irmã do Will está ali.

— É, eu falei com ela sobre deixar a facção uma vez — Zeke deu de ombros — Ela disse que viu uma mulher da Abnegação ser assassinada enquanto estava em uma missão para Jeanine e que não aguentava mais. 

— Como podemos saber que ela não é uma espiã da Erudição?

— Ela tem nos ajudado bastante desde que chegou aqui — Marlene acenou com a cabeça.

— Isso não prova nada — Lynn retrucou. 

— Ela não é uma espiã, e mesmo que fosse não é como se tivéssemos algum plano secreto que ela pudesse passar para a Erudição — Shauna assegurou — E se fosse o caso, não contaríamos pra ela.

— Eu vou ver como a Tori está — Pietra disse e saiu sem dar mais explicações.

Desde que a vira não conseguira se concentrar em nada. Tori sempre fora uma lembrança de seu passado, mas não tanto quanto Cara. Seus olhos sempre semicerrados como se estivessem julgando cada passo que Pietra dava. 

Ela saiu apressada do refeitório sem intenção de realmente ver Tori, mas o que lhe custava? Em algum momento ela precisaria conversar sobre o que aconteceu na Erudição. E não queria fazer isso durante um julgamento sob efeito do soro da verdade, queria que Tori, sua amiga de infância, a contasse o que estava fazendo lá. Esperava não ter que passar dos limites.