Após fugir para a Amizade e sem saber que rumo tomar Pietra se sente pressionada a voltar para sua própria facção e enquanto lida com as turbulências de um amor platônico tem sua confiança posta a prova por quem deveria ser seu porto seguro.
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CAPÍTULO VINTE E SETE
passo meus dias trancada nessa névoa tentando esquecer você, e eu caio novamente.
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Pietra não tinha vontade nenhuma de abrir os olhos.
Apesar dos colchões da Abnegação serem um tanto duros, e um raio de luz transpassasse a cortina diretamente em seu rosto ela só queria continuar deitada fingindo que estava tudo indo bem.
Era possível ouvir Zeke e Uriah discutindo com Aisha no andar de baixo, mas isso não a incomodava. Não como a lembrança do dia anterior. E a lembrança de que Peter dormia no quarto ao lado. Ou que Eric estava preso algumas casas dali.
— Que ótima forma de começar o dia — murmurou e se virou ficando com a cara no travesseiro.
O complexo da Audácia era grande o suficiente, mas não era um lugar seguro para juntar os membros restantes e os sem-facção. Por isso os lideres e Evelyn decidiram ir para a Abnegação.
Era, de fato, bem maior que a Audácia, mas eles não se lembraram que o complexo estaria destruído e coberto por corpos. De acordo com Tori, foi bem difícil para todos, principalmente a Audácia, terem que examinar casa por casa até ter certeza de terem tirado todos os Abnegados.
Ela agradeceu por ter sido enviada na missão de buscar Tris, não tinha certeza se seria capaz dessa tarefa sem vomitar todas as refeições dos dias passados.
Pietra se forçou a sair da cama e não se deu ao trabalho de trocar sua bermuda larga de malha e blusão antes de sair do quarto e descer as escadas até a sala. Se jogou no sofá ao lado de Uriah e observou a decoração sem graça da casa.
— Bom dia pra você — ele disse e ela fez uma careta.
— Seria bom se eu tivesse dormido em uma cama, não uma mesa — ele riu.
— Não é muito diferente da Audácia.
— É, mas na Audácia pulamos de trens em movimento por diversão, dormir em mesas não é nada demais.
Uriah revirou os olhos mas riu. Pietra gostava da companhia dele, e ficava imaginando como ele estava lidando com a morte de Marlene. Ele também era Divergente afinal, talvez se sentisse culpado por ela ter morrido graças a eles. A líder sentiu vontade de o abraçar de repente, mas não fez isso. Ele não notou a sutil mudança no ambiente, e o clima voltou ao normal quando Zeke apareceu.
— Olha quem decidiu acordar — ele se sentou no meio dos dois com um braço sobre os ombros de Uriah e o outro sobre Pietra.
— Cadê a Aisha? — Zeke revirou os olhos de forma exagerada na menção do nome.
— Fazendo almoço — resmungou — Porque de acordo com ela a gente não pode comer bolo de chocolate em todas as refeições.
— E você avisou a ela que carvão também não é uma opção viável? — ela deu ênfase no carvão.
