dezesseis

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Demorou toda uma noite e algumas horas antes de Draco perceber que ele e Potter não eram os únicos alunos miseráveis e em estado de alerta por causa dos Dementadores. Aquilo não deveria ter sido uma surpresa tão grande, mas já que Draco era tão egocêntrico, ele sinceramente não tinha pensado em ninguém a não ser si mesmo e Potter.

Havia uma razão para aquelas criaturas serem usadas contra os piores criminais em todo Mundo Bruxo. Elas eram extremamente efetivas deixando ditos criminais tão deprimidos ao ponto de que eles não só não conseguiam pensar em fugir ou em tentar machucar alguém ou si mesmos. Não. Eles ficavam em um estado quase não vivos em que não conseguiam pensar em nada, a magia dos Dementadores enchendo o cérebro deles com uma nevoa muito fria e pegajosa ao ponto de que alguns deles até se esqueciam de seus nomes, esqueciam de qualquer coisa a não ser os crimes que tinham cometido.

A mãe de Draco visitava a tia dele, Bellatrix, uma vez todo ano, e Narcisa sempre passava ao menos um mês inteiro se recuperando – tendo pesadelos constantes e reclamando de frio até quando estava, na verdade, bem quente, e mal soltando o marido e o filho dela, já que paranoia também era algo que Dementadores podiam causar.

Azkaban era um lugar horrível que deixava as pessoas que por lá passavam tão mentalmente fracas que elas acabavam ficando fisicamente doentes também.

Imagine então o que Dementadores causavam em um bando de crianças despreparadas.

Draco tinha que admitir que, depois da primeira vez no Expresso, eles ao menos mantiveram a distância deles. Mesmo assim. Só saber que eles estavam ao redor do castelo causava uma certa sensação de desconforto e tristeza nos alunos, até com eles não podendo realmente ver os Dementadores.

Havia uma tensão no ar– bem, para ser justo, provavelmente haveria aquela tensão de qualquer maneira, ao menos ao redor de Draco, por causa da situação com a Câmara ano passado, mas agora aquele peso estava em todo o Castelo, e deixava tudo frio de uma maneira muito extrema e impossível de se ignorar.

Draco achava que os Dementadores e os pesadelos dele iriam ser as piores coisas com a qual ele teria que lidar aquele ano. No primeiro café da manhã dele, logo no comecinho do primeiro dia de aula, Draco foi provado errado.

Ele sabia que Daphne tinha uma irmã mais nova.

Ele sabia que Daphne tinha uma irmã mais nova que era, no momento, uma primeiranista tímida e grudenta. Draco, como ele já tinha deixado claro no surto que teve ano passado, odiava primeiranistas. Ele também achava que pessoas que eram tímidas e grudentas eram ridículas e precisavam parar de existir. Era por isso que ele zombava tanto de Lobgbottom.

E foi por isso que quando Daphne foi na direção dele na mesa da Sonserina e fez a irmã dela se sentar do lado de Draco, Draco, bem lentamente, olhou para Daphne, olhou para a Greengrass em miniatura e então soltou uma risada, balançando a cabeça.

"Eu não quero ela sentada perto de mim," ele disse.

Greengrass em miniatura se encolheu, o rosto pegando fogo e parecendo que queria desaparecer. Daphne lançou um olhar para Draco que não era como nada que ele já tinha visto no rosto de Daphne antes, o mesmo tipo de olhar que o pai de Draco lançava para sangue-ruins. Era muito cheio de ódio e agressividade e promessas de violência, e Draco não sabia que Daphne era capaz de algo do tipo.

Draco não pôde deixar de engolir em seco.

"Eu tenho que ir no banheiro," Daphne disse, fazendo soar como se isso fosse problema de Draco. Não era. Draco não dava a mínima para isso.

"Ok, e?" Draco franziu o cenho. "Você quer a minha permissão?"

"Eu quero que você cuide da minha irmã enquanto eu faço isso."

but we are brave,   DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora