vinte um

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Draco era inteligente.

Ele não era como Granger ou Theodore, não gostava de aprender simplesmente por aprender. Draco era um Malfoy e sim, ele gostava de ler, mas principalmente ele entendia o quão perigoso palavras e ideias e conhecimento podia ser e entendia o quão perigoso ele podia se tornar se juntasse palavras e ideias e conhecimento. Era o que a família dele tinha feito por gerações. Era o que eles iriam continuar fazendo por gerações.

As notas dele eram uma continuação disso também. Porque ele era um Malfoy, ele não tinha permissão para não estar no topo, e mesmo que Granger fosse melhor do que ele em tudo que eles tinham juntos a não ser Poções, Draco nunca tirou nada menos do que um E. Ele era bom. Ele era ótimo.

Ele era tão malditamente inteligência e ele nunca duvidou de si mesmo. Alguns diriam que ele era arrogante. Draco sabia o que ele podia fazer. Draco se importava com a sua magia mais do que ele se importava com qualquer coisa e ele sabia que era poderoso, ele sabia o quão bom era ambas na parte teórica e na pratica. Principalmente na pratica, treinando com o pai dele desde antes de ter uma varinha.

Então, é, ele não era um idiota, mas ele estava começando a achar que ele era bem burro, porque mesmo depois de todas as vezes em que ele quebrou a cara, Draco ainda continuava achando que iria conseguir adivinhar o que ia sentir quando algo acontecesse.

Por exemplo – ele achou que iria rir quando os sangue-ruins fossem atacados ano passado, mas ao invés disso, até mesmo antes de Tom, Draco tinha ficado enjoado vendo Justin Finch-Fletchley petrificado. Ele achava que iria fazer uma festa para comemorar se Hermione Granger acabasse machucada, mas ao invés disso ele tinha se sentido terrivelmente e completamente vazio observando o espaço entre Potter e Weasley.

Ele achou que a obrigação e a culpa que ele sentia iria desaparecer completamente assim que ele ouvisse que Bicuço não ia ser morto. E ainda assim–

Eu fiz o melhor que eu pude, meu príncipe. Nós vamos discutir o que te fez mudar de ideia um pouco mais nas férias de Natal. Por enquanto, só não se preocupe.

Draco releu aquelas palavras um milhão de vezes, mas o aperto no estômago dele não diminuiu nem um pouco. O peito dele ainda estava muito, muito pesado, e ele ainda queria ir ver Bicuço depois de ver Pomfrey.

Ele era inteligente, mas aparentemente Draco também era um burro que não conseguia entender nem as suas próprias emoções, e ele nem queria saber o quão errado ele era sempre que tentava entender as emoções de outras pessoas.



Quando Draco foi ver Bicuço no dia seguinte, lá fora estava congelante o suficiente para os dentes dele estarem tremendo. Abbie deslizou na frente dele, uma trilha de verde em meio ao branco perfeito, e Draco a lançou um sorrisinho, apertando seu casaco um pouco mais. As botas dele faziam um barulho bem agradável enquanto amaçavam a neve seca, mas isso era a única coisa agradável sobre a situação.

Ele pegou a varinha dele, sussurrando um feitiço simples, e apesar dele o ajudar a se sentir um pouco aquecido, Draco não podia deixar de se abraçar inconscientemente, ainda sentindo alguns calafrios fantasmas, o resultado da mente dele saber que estava frio apesar do corpo dele não sentir mais nada.

"Eu odeio você," ele sussurrou para Bicuço e Bicuço só soltou um pouco de ar pelas narinas dele, chutando o chão um pouco. A respiração dele cristalizou no ar. A de Draco também.

Draco esfregou as duas mãos enluvadas dele uma na outra. Abbie se entrelaçou na perna de Bicuço, relaxada e preguiçosa como sempre. Ela provavelmente queria muito dormir com o clima estando daquela maneira, mas não mudava o fato de que ela meio que era uma traidora. Se Draco não gostasse dela tanto assim, ele estaria bem bravo.

but we are brave,   DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora