Capítulo 6

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Isabela estava convicta de uma coisa, que nunca havia visto aquele garoto em todo tempo que estivera no palácio e por algum motivo se sentia confortável perto do mesmo. Jimin possuía olhos dourados, que na luz produzida pela arvore ficavam ainda mais brilhantes. Seus cabelos loiros desciam no comprimento dos ombros, delicadamente amarrados para trás com algumas mechas rebeldes caindo sobre a nuca. Ele vestia uma camisa branca com detalhes em azul escuro nos punhos e botões, que destacavam ainda mais o dourado de seu olhar.

-Arvore da vida? – repetiu Isabela. - Namjoon me contou algo sobre isso esses dias.

-Então você já sabe o que ela é capaz de fazer? - perguntou Jimin.

-Curar qualquer coisa. - respondeu ela. - Está me dizendo que essa é a árvore da história?

-Todas as histórias tem um pouco de verdade nela. - disse Jimin. - Essa não é diferente.

-Mas como? - ela perguntou incrédula. - Como algo assim pode existir...

Isabela não conseguia desviar os olhos do brilho das folhas que pareciam se prender tão fortemente sugerindo serem feitas de ouro. Foi naquele momento que ela notou que o lugar era quente. A arvore não irradiava somente brilho, mas também calor. Ela desviou os olhos da estrutura brilhante e os colocou em Jimin, notando o leve rubor em suas bochechas, aparentando estar lá a um longo tempo.

- Por que não a usamos para curar as pessoas lá fora?

- Um poder como esse é muito perigoso. - disse Jimin seriamente. - Não podemos expor essa árvore. Há pessoas que a procuram e querem para seus próprios caprichos. A mantendo aqui, ninguém sabe da sua existência e ninguém sofre por isso.

-Se não é pra ninguém saber. Então porque você está aqui?

- Eu estudo a árvore. - Confessou o menino apontando para seus utensílios a volta dela. - Eu a estudo, cada dia mais. Procuro um jeito de poder tira-la daí.

-Quer tirar ela daqui? - perguntou Isabela. -Mas por que motivo? Acabou de dizer que a mantendo aqui ela fica segura.

-Ha muitos motivos. -Se sorriu. - Mas o principal deles é que não podemos tocar nela. Dizem que se tocarmos o poder dela é absorvido pela pessoa que a tocou. E nenhum humano pode possuir o poder ou todos serão amaldiçoados.

-Amaldiçoados? - ela riu. - Pensaria que era mentira se isso não estivesse brilhando bem na minha frente.

-Na verdade nunca soube sobre a maldição, mas é o que costumam nos contar. - respondeu Jimin.

-Melhor prevenir do que remediar.

-Exato. - Ele balançou a cabeça. - Eu nunca encostei nela com as minhas próprias mãos, apenas pego as folhas que caem na esperança de conseguir alguma coisa.

-E o que você descobriu?

Jimin sorriu travesso e levantou do banco, procurando algo entre os papeis e os vidros com líquidos. Até finalmente tirar de uma de suas bolsas um pequeno vidro redondo com uma pasta branca.

-Isso aqui é o pó de uma das folhas mortas que eu colhi no ano passado. - ele abriu o pote. - Chegue mais perto.

A menina suspirou, hesitante por um segundo, mas logo a curiosidade gritou mais alto e ela se aproximou de Jimin.

Jimin passou um pouco da pasta no indicador. Um cheiro doce pairou no ar tomando os pulmões de Isabela em instantes. O garoto esticou a mão se aproximando da bochecha da jovem que recuou na mesma hora. Jimin não disse nada, apenas assentiu incentivando a menina e a dizendo, sem palavras, que estava tudo bem. Ela ergueu uma sobrancelha desconfiada, mas logo se endireitou permitindo o toque do menino. O mesmo foi dando leves passadas no arranhão que havia no rosto da menina. Ela sentiu um formigamento no local, com pequenas ondas quentes passearem por seu rosto e antes mesmo que ela pudesse perguntar, Jimin falou com um sorriso satisfeito.

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