[𝟕] 𝐑𝐞𝐢𝐬 𝐝𝐚 𝐩𝐞𝐠𝐚𝐝𝐢𝐧𝐡𝐚

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— Será que se eu me jogar da torre de astronomia agora, meu pai vai brigar menos por eu ter pego uma detenção com apenas uma semana de aula? — Sussurrei para meus amigos que estavam perto.

— Não acho que o tio Sirius vá brigar com você só por isso. — Harry disse antes de seguir atrás de Minerva.

— Não era dele que eu estava falando. — resmunguei.

Eu sabia que Sirius não ligaria para isso, afinal, ele era três vezes pior. Agora Remus ? Eu já estava preparada para receber uma carta de no mínimo duzentas linhas dizendo o quão desgostoso ele estava por eu ter feito isso.

— É o meu fim. Eu já aceitei. — choraminguei.

— Não é como se você tivesse sido condenada à prisão perpétua em Azkaban. Você só.. está de detenção. — disse Hermione tentando me consolar. — Pense pelo lado positivo.

— Existe um lado positivo? — disse perplexa.

— Você poderia ter sido expulsa! Ai sim, seria o fim do mundo. — concluiu a cacheada.

Ela tinha razão. Ser expulsa era realmente muito pior.

— Acha que ainda teremos aula de voo ? A Madame Hooch está na enfermaria com Neville e acho que já esta quase na hora do intervalo. — Luna disse enquanto se aproximava de nós.

— Acho que não. — disse Ron pensativo. — Vamos na cozinha ? Estou com fome, talvez os elfos tenham alguma coisa.

— Você não consegue parar de pensar em comida, nem por um segundo ? — disse Ginny revirando os olhos.

O garoto apenas deu de ombros e seguiu com Hermione a caminho da cozinha. Ginny e Luna foram logo atrás. Eu ainda estava confusa com o que tinha acontecido, pensei em tirar um tempo para pensar e resolvi ir para biblioteca afim de refletir sobre o que eu tinha feito. Eu não havia pego nem um livro para ler, sabia que naquele momento eu não conseguiria. Apenas estava sentando pensando em tudo e ao mesmo tempo em nada.

— Está pensando em mim? — uma voz masculina sussurrou no meu ouvido e eu me virei assustada.

— O que vocês estão fazendo aqui ? Achei que não soubessem ler. — disse revirando os olhos ao perceber que se tratava dos gêmeos Weasley.

— Tão engraçadinha.. — Fred falou. — Apenas estávamos preocupados com a nossa querida amiga.

— Eu não sou sua "querida" — resmunguei.

— Ta bom, esquentadinha. Nós trouxemos um muffin para você, espero que goste. — disse o outro gêmeo me entregando um bolinho.

— Eu não vou comer isso. — analisei um pouco o muffin que agora estava na minha mão. — Esse bolinho foi claramente adulterado. — conclui.

— O que ? Como você sabe ? — disseram em coro.

— Primeiramente, não sou nenhuma idiota. Segundo, se prestar bem atenção há uma pequena perfuração na parte de baixo do bolinho. O que me fez concluir que ele havia sido furado e recheado com alguma substância. — disse olhando de cima a baixo para eles. — Além do mais, tudo que vem de vocês é suspeito.

Eles pareciam perplexos tentando descobrir como eu sabia daquilo tudo.

— E ai, o que tem dentro dele? — questionei.

— Isso pequenininha, se chama creme de canário. — George disse enquanto se sentava ao meu lado.

— Onde encontraram isso ? Eu nunca ouvi falar.

— Nós não "encontramos", nós criamos! — Fred disse empolgado.

— Ele transforma qualquer um que coma, de modo passageiro, em um canário. — George completou. — Não é brilhante ?

— Eu diria "bizarro". De qualquer forma, se forem tentar enfeitiçar alguém com esse creme outra vez, tentem colocar ele na massa do bolo. Fica menos perceptível. — conclui dando de ombros.

— Genial ! — disseram juntos.

— Eu fiquei sabendo que você azarou Malfoy hoje. Parabéns, está se superando. — Fred disse colocando a mão sobre meu ombro, que eu imediatamente tirei.

— Não me lembre disso, por favor. Ainda estou pensando em como lidar com a reação exagerada do meu pai. — suspirei.

— Você está brincando não é ? Aquilo foi incrível! Me disseram que ele ficou chorando igual um bebê depois. — George disse e caímos os três na gargalhada. Chamando atenção da bibliotecária que disse que se não fizéssemos silêncio seríamos expulsos da biblioteca.

— Onde aprendeu esse feitiço ? Sabe, esse que você usou nele. — Disse George. — acho que ninguém nunca ouviu falar.

— Aprendi com meu padrinho, ele me ensinou tudo sobre feitiços de azarações. Levicorpus foi criado por um aluno que estudava com ele. — afirmei. — Era comum naquela época usar feitiços de azarações com seus próprios colegas, a menos é claro, que Minerva soubesse. Ela não gostava nada disso é sempre os proibia de atacar uns ao outros, mesmo que eles não dessem ouvidos a isso e continuassem se azarando.

— Você já tinha praticado ele antes ? — Fred perguntou com curiosidade.

— Não. Essa foi a primeira vez que eu azarei alguém. Mesmo que já tenha feito varias pegadinhas antes, nunca tinha chegado a esse ponto.

— Pegadinhas? — George falou empolgado.

— Agora você está falando a nossa língua, somos os reis da pegadinha. — afirmou o outro gêmeo convencido.

Os gêmeos se entreolharam até que George disse.

— Não gostaria de se juntar a nós ? Bom, você sabe. Somos muito criativos com as pegadinhas, mas, Filch sempre acaba nos pegando e com você ao nosso lado, tudo seria diferente.

— Me juntar a vocês ? — eu estava surpresa com o convite. — Acho que posso fazer essa caridade. — disse ironicamente.

— Caridade ? Você está falando com um rei ! — disse George fazendo bico.

— Deixa eu te explicar uma coisa. Uma rainha pode muito bem comandar um império sozinha. Já um rei, sempre precisará de uma rainha ao seu lado. — disse enquanto me levantava para ir embora.

— Até amanhã majestade. — me virei e vi George acenando como se fosse da realeza.

— Até. — disse antes de fechar a porta de biblioteca.

Eles até poderiam ser dois idiotas, mas acredite, eu estava gostando disso.

𝐒𝐨𝐛 𝐚 𝐥𝐮𝐳 𝐝𝐨 𝐥𝐮𝐚𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora