Estávamos tomando café no grande salão. Luna e Eu não havíamos ido para a mesa da Grifinoria hoje. Para o meu plano dar certo, tudo tinha que se iniciar na mesa da Corvinal, para não levantar suspeitas.
— Luna puxe o meu cabelo. — Eu sussurrei para ela, que estava sentada ao meu lado.
— Eu não vou puxar seu cabelo Lira! isso não é certo. — Ela retrucou.
— Então eu vou roubar seu pudim! — Ela me olhou surpresa e puxou uma mecha. Não foi muito forte, era só pra mostrar que ela tinha puxado. A parte de fingir que tinha doído, agora era por minha conta. — AÍ LUNA! VOCÊ ESTÁ FICANDO LOUCA?
— O que mas foi você que... Ah, entedi. EU NÃO SOU LOUCA! ... ficou bom? — ela perguntou baixo e eu apenas assenti.
— NÃO É O QUE PARECE! — Eu gritei ainda mais alto, em busca de chamar atenção.
— Ei meninas, o que está acontecendo aqui? — Penélope, a monitora, perguntou?
Eu não respondi, apenas peguei um pedaço de torta que estava em cima da mesa e atirei nela. Iniciando assim, uma guerra de comida. Geleias, bolos, frutas.. tudo voando pelo grande salão. Os lufanos ficaram desesperados com tanta comida sendo desperdiçada, mas acreditem, era tudo necessário.
Meu alvo havia chegado. Avistei o professor Gilderoy entrando no salão, sempre com aquele sorriso falso no rosto, e corri atrás dele com uma jarra de suco de abóbora. Não era concentrado como aquele que eu usei para tingir o cabelo de Draco, mas ainda sim, faria um estrago. Despejei todo o conteúdo da jarra nele, focando em seu rosto e cabelo.
— JÁ CHEGA! SE EU VIR MAIS UM PEDAÇO DE BOLO SE QUER, SENDO JOGADO NESSE SALÃO, A ESCOLA INTEIRA FICARÁ DE DETENÇÃO... POR TEMPO IN-DE-TER-MI- NA-DO! — Disse a professora Macgonnal, enquanto entrava acompanhada de Dumbledore.
Eu corri para me esconder, mas o professor me seguiu, puxando meu braço.
— Você não vai escapar da detenção! Hoje a noite depois da aula, trate de chegar bem cedo a minha sala. Ah, e não faça planos. Você vai me ajudar a autografar todos os meus livros.. e isso vai demorar bastante. — Eu dei de ombros e saí correndo de volta a mesa de Corvinal.
Dumbledore fez um grande de discurso para mostrar o quão desgostoso estava por toda aquela situação. Eu tinha consciência de que o que eu tinha feito era errado, mas tinha um professor fajuto dando aula na escola, a culpada teoricamente não era minha.
XxX
Durante o dia eu evitei falar com a Luna. Mione e Ginny sabiam que era tudo um plano, mas os outros não. Então, eu fingi realmente estar muito brava com ela. Ninguém sabia ao certo como aquilo tinha começado, então eu tive que aturar diversas perguntas de varias pessoas que eu nem conhecia.
Eu me encontrei escondida com as três meninas em um banheiro, na hora do intervalo, e repassei todo o plano. Elas iram convencer a professora Macgonnal a ir com elas até a sala de DCAT. — Onde eu já estava. — E depois nós iríamos mostrar a ela todas as provas que tínhamos contra o professor, assim não daria tempo dele fugir, caso tentasse escapar.
XxX
— Vamos garota, entre, temos muitos livros para autografar. — O professor disse ao me ver parada na porta de sua sala. — Você não ouviu? Entre!
Eu estava com muita raiva dele. Como uma pessoa pode ser tão sonsa ao ponto de mentir para o mundo bruxo inteiro, dizendo ser alguém que não é?
Eu entrei na sala calmamente, sem trocar nenhuma palavra com ele, e me sentei em uma mesa, pouco mais baixa que a dele. Peguei minha pena para começar a "autografar" aquela pilha de livros que estava na minha frente, mas a raiva tomou conta de mim, e eu acabei explodindo antes da hora.
— Eu não vou autografar isso aqui! — disse enquanto jogava os livros no chão.
— O que disse?
— Você escutou muito bem o que eu disse! — eu disse enquanto me levantava para ir embora.
— Não sei se percebeu, senhorita Black-Lupin..— Ele disse se levantando e vindo em minha direção. — Mas EU sou seu professor, portanto sou a autoridade do local, e você está de DETENÇÃO. — Ele fez questão de frisar essa última palavra. — Então se não quiser passar mais algumas semanas me ajudando depois da aula, trate de sentar nessa cadeira e comece a autografar esse livros antes que eu perca minha paciência!
— EU NÃO VOU AUTOGRAFAR ESSA CÓPIA BARATA QUE VOCÊ CHAMA DE AUTOBIOGRAFIA! — ele murmurou algo para si mesmo, mas eu não consegui escutar.
— Ah.. então você só descobriu agora? Eu pensei que o chapéu seletor só colocasse na Corvinal pessoas inteligentes...
— O chapéu seletor começou a falhar, quando colocou um idiota como você lá!
— Calada! — Ele pegou a varinha que estava no bolso de sua camisa e começou a andar de um lado ao outro da sala.
— Como ninguém descobriu todas essas suas mentiras antes? — Eu questionei e ele soltou uma pequena risada.
— Acha mesmo que você foi a primeira pessoa a descobrir? — Ele enquanto me encarava. — Muitos descobriram antes de você, pequena aberração..
— Não me chame assim! — Eu disse semicerrando os dentes.
— Ah cale a boca! Eu não aguento mais escutar essa sua voz insuportável. Eu realmente deveria ter acabado com você naquele dia, no campo de quadribol, eu sabia que você iria me dar muito trabalho, poderia ter inventado que apenas "errei" o feitiço... Mas agora, agora você não tem mais saída.
Eu dei alguns passos para trás, torcendo para que Hermione e Ginny chegassem com Minerva. Mas não chegaram. Ele apontou a varinha para mim e...
— Obliviate!
Eu fechei os olhos esperando que acontecesse alguma coisa.. mas nada aconteceu. Abri os olhos e percebi que o professor intimidador que estava na minha frente à alguns segundos atrás, agora estava no chão abraçado com as suas próprias pernas. Me aproximei meio receosa e ele levantou a vista olhando para mim.
— Quem é ... você? — Ele perguntou de uma maneira... boba talvez?
— Lira Black-Lupin.. Prazer?
— Prazer, eu sou o... eu não sei quem sou. — Ele começou a rir.
Eu sabia que tinha algo estranho com ele, mas talvez aquilo fosse só mais uma armação. Eu peguei um dos livros que eu havia jogado no chão minutos atrás e joguei na cabeça dele. A professora Macgonnal entrou na sala na mesma hora, e tudo que eu pude dizer foi:
— Eu posso explicar.
XxX
Contei tudo que havia acontecido para a professora Macgonnal. Ela relatou a Dumbledore tudo que havia acontecido e checando as diversas provas que eu havia recolhido, não tiveram outra solução a não ser entregar Lockhart para o ministério.
Lockhart aparentemente havia sido atingido pelo seu próprio feitiço. Ele não lembrava de nada, não falava coisa com coisa. Eu até pensei em ter pena, mas só de pensar que a pessoa que poderia estar louca agora fosse eu, a tal "pena" sumia.
Meus pais quase infartaram ao receber a notícia do que eu tinha feito. Em menos de duas semanas eu consegui enviar duas pessoas para o ministério.
Enfim, acho que nem os Aurores estavam trabalhando tão bem quanto eu.
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𝐒𝐨𝐛 𝐚 𝐥𝐮𝐳 𝐝𝐨 𝐥𝐮𝐚𝐫
Roman d'amourLira é filha de dois dos maiores lordes de sua época, mas não é só isso que faz com que ela possua uma certa fama. Entre decepções com a família e relacionamentos amorosos conturbados, ela ainda tem que buscar saber sobre o seu passado. Lira não s...