𝐒𝐨𝐛 𝐚 𝐥𝐮𝐳 𝐝𝐨 𝐥𝐮𝐚𝐫

[𝟐𝟏] 𝐎 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐚𝐧𝐡𝐨 𝐜𝐚𝐫𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐝𝐞 𝐃𝐫𝐚𝐜𝐨

— Bom dia tia Cissa, Bom dia Draco. — Falei enquanto me sentava na mesa para o café da manhã.

— Acordou de bom humor hoje querida, isso é ótimo! Acho que deveria mostrar esse seu lindo sorriso para o mundo. Hoje está um dia muito bonito, por que não vão dar um passeio? Não estão planejando passar as férias inteiras nesse casarão não é?

— Eu pretendia ficar lendo alguns livros de..

— Chaaato... — Draco me interrompeu e Eu revirei os olhos.

— É coisa de gente intelectual, Draco. Sei que seu cérebro não se desenvolveu por completo, então eu entendo você não achar graça em fazer coisas de pessoas evoluídas.

— Parem com isso, estamos tomando café. — Narcisa interrompeu. — Vocês deveriam sair juntos, ir lá algum lugar. Assim, podem tirar um tempo para se conhecerem melhor.

— Eu acho que já a conheço muito bem, mãe. Tão bem ao ponto de dizer que se saíssemos sozinhos, nos mataríamos no caminho.

— Nos matar não, querido. Claramente EU mataria você. Sem magia, apenas usando minhas mãozinhas.

— Tá vendo mãe? Eu espero que ela mantenha essas "mãozinhas" dela, bem longe de mim.

— Eu não aguento, vocês cansam minha beleza. — Narcisa afirmou se retirando da mesa.

Depois de alguns minutos, Draco resolveu quebrar o silêncio.

— Ei..

— Hm? — Falo com a boca cheia de torrada.

— Eu não quero passar o dia inteiro aqui.

— Hm...

— Eu estava pensando, e.. podíamos caminhar um pouco, e depois passar no três vassouras para comer alguma coisa.

— Por que esse convite do nada? Eu não quero aceitar sair com você só porque sua mãe te obrigou. — Eu respondi.

— Não é porque a minha mãe me obrigou... eu quero ir.

— Quer ir?

— Com você. Pronto, era isso que você queria ouvir?

— Eu vou pensar no seu caso. — Disse com um sorriso de lado. — Vamos ver se até lá você vai ser bonzinho.

Terminei de comer minhas torradas e dei um último gole no café, antes de retornar ao meu quarto.

XxX

Estava sentada na escrivaninha do quarto, lendo um dos livros que trouxe para passar o tempo. Estava totalmente envolvida no que eu lia, até que ouço batidinhas na porta.

— Quem é? — Eu questionei ainda sentada.

— Adivinha.

— Eu não sou adivinha!

— Ah.. e aí decidiu se vai comigo? — Draco disse entrando.

— Vai pagar o nosso lanche?

— Pretendo.

— Então eu vou.

— Ok. — ele se virou para ir embora, mas eu o interrompi.

— Mas... você vai ter que me tratar como a princesa que eu sou. Se sair um dedinho da linha, vai beber cerveja amanteigada sozinho.

— Tanto faz...

— O que disse?

— Você é sagaz.

— Ah bom, pensei ter ouvido outra coisa.

Ele se aproximou calmamente de mim, me olhando de cima a baixo.

— O que você está lendo? — ele questionou.

— Pensei que não gostasse de ler.

— Só estou sendo educado, sua ignorante.

— Hm.. suspeito.

— O que é "suspeito" ?

— Essa sua aproximação der repente, interesse nas coisas que eu gosto.. até agora você nem me xingou.

— Qual é o seu problema garota? Se eu sou eu mesmo com você, você reclama. Se eu tento melhorar, você reclama. Se não quiser, não precisa ir, eu já estou acostumado a ficar sozinho. — Ele disse e eu corri atrás ele, largando meu livro e segurando seu pulso.

— Eu vou!

— Tem uma hora para estar nos jardim. Se não estiver no horário, eu vou sozinho. — ele fechou a porta e eu corri até o meu malão, procurando uma roupa adequada.

Depois de muita procura, encontrei um belo vestido azul. Eu sabia que tinha crescido bastante durante as férias, mas não esperava que ele ficasse tão curto. Não havia muito tempo para procurar outro, então tive que vestir ele mesmo. Sentei na penteadeira e comecei a escovar o meu, agora longo, cabelo ondulado. Deixei ele totalmente solto e coloquei uma presilha em um dos lados.

Desci as escadas correndo e dei de cara com ele na porta da entrada. O loiro começou a me julgar com olhar, quase como se estivesse analisando se eu era digna de ser vista com ele.

— Você vai ASSIM? Nesse sol escaldante? — Eu disse ao notar a roupa inteiramente preta que ele vestia.

— Algum problema?

— Muitos! Olha só pra você. Devo falar "meus pêsames" ou acender um incenso para o seu ente querido que faleceu?

— Você já viu como está vestida? Parece que saiu de um brechó. Andar com os Weasleys está fazendo com que você comece a usar roupas de segunda mão também? — Ele disse com um sorriso no canto da boca.

— Idiota. — Eu murmurei para mim mesma.

Ele estendeu seu braço em minha direção.

— O que é isso? — eu estranhei.

— É pra você segurar meu braço. — Ele falou como se fosse óbvio.

— Medo de você me apunhalar pelas costas. — Eu brinquei mas ele pareceu não gostar.

Tentei segurar o braço dele, mas ele soltou. Saiu andando na frente e eu corri atrás dele.