[𝟏𝟖] 𝐂𝐨𝐧𝐬𝐞𝐪𝐮𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨

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— HERMIONE ! HERMIONEEE ! — Gritei enquanto continuava batendo na porta em busca de ajuda.

— Pelo amor de Merlin Lira, deixe de ser dramática! — disse a menina já me puxando para dentro do quarto.

— A Ginny está aí? — questionei enquanto observava o quarto.

— Não, ela tá correndo atrás de Rony que fugiu com os biscoitos. O que aconteceu ? Alguém morreu ?

— Pior que isso. — eu ainda estava tentando digerir o que tinha acontecido.

— Você está me deixando preocupada, vamos, fale logo o que aconteceu.

— Suponha que alguém tenha me beijado.

— Quem te beijou ? — ela me interrompeu lançando um olhar confuso.

— Não importa, é só uma suposição. — afirmei seriamente. — O isso significa?

— O que significa o que ? O beijo ou o motivo de terem te beijado? — a cacheada parecia cada vez mais confusa.

— Os dois!

— Se ele te beijou, bom, talvez ele goste de você. — Meu coração começou a errar as batidas quando ela disse isso. — E talvez, ele tenha te beijado para saber se você sente o mesmo.

Eu passei alguns segundos analisando o que ela tinha dito e cheguei a conclusão de que não fazia sentido. Era óbvio que George não gostava de mim, seria idiotice da minha parte pensar que ele perderia tempo gostando de mim, sabendo que metade da escola gostava dele.

— Hermione isso não faz sentido, ele não gosta de mim.

— Como sabe disso? — me questionou.

— Eu simplesmente sei!

Ela revirou os olhos e passamos mais alguns minutos em silêncio até que ela resolveu continuar a conversa.

— Mas e aí, como foi?

— Como foi o que ?

— Você sabe.. o beijo. Como ele foi ?

— Estranho, diferente, confuso e.. bom.

— Quão bom ? — ela parecia animada com a conversa.

— Pare de me fazer perguntas! — Exclamei. — Não durou mais do que cinco segundos e eu saí correndo logo em seguida. — conclui.

— Eu não acredito que você fez isso. Porque você saiu correndo ?

— O você faria se seu — Fui interrompida pelo barulho da porta se abrindo. — Droga é a Ginny. — disse enquanto fechava as cortinas da cama de Hermione e lançava um feitiço silenciador.

— Porque ela não pode saber Lira ? Achei que vocês fossem amigas.

— Eu não quero que ela saiba que eu beijei o irmão dela. — assim que conclui a frase percebi que havia falado mais do que deveria. — não foi isso que eu quis dizer. — tentei consertar o que tinha dito mas a cacheada parecia incrédula.

— Então quer dizer que você beijou o Ron? — ela disse pouco triste.

— Rony? Eca, não. É claro que não. — revirei os olhos e ela parecia aliviada. — Foi o George.

Naquele momento eu gostaria de desaparecer do mapa. Hermione parecia que estava em choque, não tinha reação e ficou em encarando por alguns segundos. Dava pra ver que ela queria falar alguma coisa, mas era como se as palavras fugissem da boca dela.

— Foi tão absurdo assim, o que eu disse ? — eu resolvi quebrar o silêncio.

— Não foi absurdo. Eu só não estava preparada pra ouvir isso. — ela disse meio sem graça. — Você acha que ele gosta de você?

— Não, claro que não! — exclamei indignada. — Esse... beijo. — disse enojada. — Não significou nada para nenhum de nós!

Isso era mentira. Mesmo que eu tivesse a certeza de que George não sentia nada por mim, eu não podia afirmar que não sentia nada por ele. Meus sentimentos estavam uma loucura, e eu não sabia como controlar aquilo.

— Então porque ele te beijou ? — Ela continuou a me questionar.

— Estávamos em baixo de um visco idiota, talvez ele só quisesse cumprir a tradição.

— Tradição ? Francamente Lira. — ela soltou uma risada sarcástica. — Eu nunca ouvi dizer que alguém beijasse só por "tradição".

— Então está ouvindo agora! Não quero continuar falando disso, não estou me sentindo confortável.

— Não posso te obrigar a nada, só falaremos sobre isso se você quiser, mas... Você não vai contar a Ginny ? Ou ate mesmo a Luna ? Elas são suas amigas também, e você não vai poder esconder isso para sempre.

— No momento eu prefiro que você fique quieta, e não fale sobre esse assunto nem para a sua sombra. Quando eu me sentir confortável eu contarei a elas.

— Tudo bem. — Ela sorriu. — Agora vamos, temos que nos arrumar para o jantar de Natal.

— Droga! Eu já havia esquecido do jantar. Você acha que vão notar a falta da minha presença?

— Levando em consideração que foi você quem teve a ideia do jantar.. Sim, eles vão sentir sua falta. — A cacheada disse rindo.

— Como eu vou olhar para Ginny agora? Ela sempre sabe quando eu estou mentindo. — eu estava nervosa so de pensar na possibilidade dela descobrir. — E Merlin, ainda tem George! Eu não tenho coragem de descer e falar com ele como se nada tivesse acontecido.

— Olha eu não sei o que vai fazer, mas, é bom decidir logo. O jantar vai ser servido daqui a pouco e você tem que ter uma desculpa plausível se quiser faltar.

Era insuportável a forma como Hermione sempre tinha razão. Eu não podia simplesmente não ir e usar a desculpa de que estava com dor de cabeça, eu tinha que ir.

Hermione saiu da cama para se arrumar, e eu continuei escondida lá por um tempo, até decidir que eu iria ao jantar e fingiria uma naturalidade em relação aos fatos que haviam acontecido a um tempo atrás. Mesmo que isso significasse ignorar George.

𝐒𝐨𝐛 𝐚 𝐥𝐮𝐳 𝐝𝐨 𝐥𝐮𝐚𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora