𝐒𝐨𝐛 𝐚 𝐥𝐮𝐳 𝐝𝐨 𝐥𝐮𝐚𝐫

[𝟒] 𝐍𝐚 𝐜𝐚𝐛𝐢𝐧𝐞

Estava caminhando no corredor do trem quando, percebi que dentro de uma das cabines. Havia um rosto conhecido, que parecia triste até notar minha presença.

— Lira — brandou em entusiasmo. — Eu não te vi lá fora, pensei que tivesse desistido.

— Hora não seja tola Luna, eu nunca desistiria. Nunca te deixaria aqui sozinha. — afirmei.

A loira parecia muito contente com o que eu havia dito, pois, me puxou para um longo abraço em seguida.

Passaram-se apenas alguns minutos para que a porta da cabine fosse aberta outra vez. Revelando mais dois rostos que não eram desconhecidos.

— Olá Neville. Como você está ? — Não te vi durante o verão. — perguntei pouco curiosa.

— Ah você sabe. Meus pais trabalham bastante, então, acabei ficando com a minha vó. — falou com um sorriso amarelo.

Neville estava um pouco triste. Eu sabia que ele gostava de ficar com a avó. Mas diferente de mim, ele quase não saia de lá. É claro que meus pais sempre o convidada para ir na nossa casa. Mas eram poucas as vezes que a Tia Alice deixava.

— Venha, sente-se conosco. — pedi ao garoto que ainda estava parado na entrada. — estávamos mesmo achando isso aqui meio vago. — conclui.

Um pouco atrás dele estava uma bela menina de cabelos vermelhos. — que lembrava o da minha madrinha. — eu já havia visto ela antes, então, chamei a para se juntar a nós.

— Ginny não é ? — perguntei ainda em duvida se era mesmo esse o nome que eu havia escutado antes.

— Sim. — confirmou. — Você deve ser a Lira. Eu não prestei muita atenção quando nos encontramos mais cedo, mas, agora percebo que você tem um nome muito bonito. — disse me arrancando um sorriso.

— É o nome de uma constelação do hemisfério celestial norte. — a loira que estava ao meu lado falou. — desculpe, achei que gostaria de saber. — disse ao perceber a expressão confusa no rosto da ruiva.

— Ah essa é a minha amiga Luna. — falei enquanto puxava a loira para mais perto. — eu sei que meu nome é estranho, não precisa mentir.

— Eu acho um nome muito bonito. Lira.. Lira Weasley parece bem legal. O que acha Fred ? — me virei em direção a porta onde me deparei com as mesmas duas figuras ruivas que havia visto na estação.

— Eu acho que fica ótimo George! — disse o outro gêmeo convencido. — Ginny! ainda bem que te encontramos, você esqueceu seu casaco e mamãe mandou que te entregássemos.

A garota assentiu e se levantou em direção aos irmãos mais velhos que seguravam um belo casaco de tricô laranja com um "G" no meio.

— Obrigada por terem vindo me entregar o casaco meninos. Acho que já podem ir. — disse enquanto voltava ao seu assento.

— Tem razão irmãzinha. — Vamos George, vamos pregar uma peça na cabine dos sonserinos. — disse com um sorriso malicioso.

— Boa ideia Fred. Tchau Ginny. — disse indo embora. — retornou como se estivesse esquecido de falar alguma coisa. — Tchau Weasleyzinha. — disse olhando para mim.

Meu rosto estava com uma expressão fechada. Ainda estava em choque com as barbaridades que havia acabado de ouvir. Quem ele pensa que é para me chamar de — fiz uma careta de nojo. — "Weasley" — eu gostava do nome, achava bem bonito até. Mas não gostava de como ele havia dito aquilo.

— Oh não ! — o som agudo da voz de Neville tomou conta da cabine. — onde está o Trevo ?

— Aquele seu sapo de estimação ? — perguntei e ele apenas assentiu enquanto olhava em baixo dos bancos. — vi a preocupação e desespero no rosto do menino — Eu vou te ajudar Nev vou perguntar nos outros vagões se alguém viu ele.

Sai pelos corredores do trem em busca de alguma informação do sapo, até avistar alguém conhecido.

— Harry, nós não nos vimos desde ontem. Cheguei um pouco atrasada hoje então não tive tempo de te procurar para sentarmos juntos. — disse enquanto entrava na cabine.

— Não é nem o fato de você ter chegado atrasada. Eu que estava muito ansioso. Então, resolvi chegar mais cedo. Esse é o meu amigo. — disse apontando pro garoto que estava em sua frente entupido com uma barra de chocolate.

— Prazer, meu nome é Lira Black-Lupin. — disse enquanto me acomodava ao lado de Harry.

— Sou Ron, Ron Weasley. — disse com a boca cheia de chocolate e a acabei fazendo uma expressão de nojo ao dar um aperto de mão naquele menino cheio de chocolate.

— Então Lira, para que casa você pretende ir ? — disse Harry enquanto me oferecia um sapo de chocolate.

— Eu quero ir para a Grifinoria. — disse Ronald. — Sabe, toda a minha família foi da Grifinoria. Então, eu gostaria de ir para lá também.

— Bom, eu ainda não sei. A família Black inteira era da Sonserina e nem por isso eu afirmo com total certeza que quero ir para lá. Afinal, acho meio estupido basear a casa que eu vou ser colocada, na casa que outros parentes próximos foram colocados. — disse olhando para Ron que agora estava comendo feijões de todos os sabores. — Meus pais, padrinhos, tios, todos foram da Grifinoria e eu também não sei se lá é o meu lugar. Sinceramente? Acho que ficarei feliz indo para qualquer uma.

— Eu realmente gostaria de ir para a Grifinoria como meus pais, mas acho que se for para qualquer outra casa ficarei feliz também. — disse Harry.

— Qualquer uma menos Sonserina. Não ah um bruxo que tenha se envolvido com artes das trevas que não tenha sido da Sonserina. — disse o ruivo intrometido.

Eu estava prestes a pular no pescoço dele para defender a Sonserina. Mas a porta da cabine se abriu revelando uma menina metida de cabelos cacheados.

— Vocês viram um sapo ? Um menino chamado Neville perdeu o dele. — disse enquanto entrava.

— Eu ja perguntei sobre isso antes, ninguém viu nada. — afirmei seriamente.

Ela simplesmente ignorou o que eu tinha dito e entrou na cabine como se tivesse total intimidade.

— Oh seu óculos está todo quebrado. Não se preocupe, vou dar um jeito. — disse enquanto virava na direção de Harry, enquanto procurava sua varinha dentro da capa.

— óculos reparo!

No mesmo instante o óculos redondo e remendado de Harry foi concertado fazendo com que todos ficassem abismados olhando para a menina.

— Agora está bem melhor não acha ? — disse se vangloriando.

Eu ainda estava em choque. Como alguém poderia ser tão intrometida, ao ponto de entrar em uma cabine com pessoas totalmente desconhecidas e achar que tem total intimidade para.. na verdade, ela só consertou o óculos dele. Não parecia algo tão fora do normal se parasse para pensar bem. Mas ainda sim era estranho.

— Eu sou Hermione Granger e vocês são ?

— Harry Potter, prazer. — disse apertando a mão da menina. — obrigada por consertar meu óculos. — Esses são Ron e Lira.

— Aí meu Merlin, Lira ? Lira Black-Lupin ? — disse surpresa.

— Quem mais seria. — disse revirando os olhos.

— Eu ouvi falar de você. Eu estava pesquisando varias coisas que achei que deveria saber antes de vir. Achei sua história em vários jornais antigos. — disse animada.

— Olha eu não me importo com o que você viu ou ouviu falar de mim. Eu não quero que continue falando da minha vida. — disse com raiva. — E meninos, se vistam. Acho que já estamos chegando. — conclui enquanto saia da cabine.

— Ela é realmente muito estressada. — comentou a menina em um sussurro.

— Você vai se acostumar. — Harry concluiu.

— EU AINDA POSSO OUVIR VOCÊS. — gritei já do lado de fora.