Um mês já havia se passado desde o meu incidente no Natal. Quando Luna voltou, no dia primeiro de janeiro, eu resolvi contar a ela e a Ginny o que havia acontecido. Deixando bem claro, que não havia possibilidade de George ter algum interresse romântico por mim.
Luna na verdade não ligou muito, mas, Ginny ficou extremamente desapontada por eu não ter contado a ela antes. É claro que depois que eu expliquei meus motivos, ela entendeu e me apoiou bastante. De início ela achou que George realmente gostava de mim e que aquele beijo não havia sido um acidente, porém, chegamos à conclusão de que aquilo fazia parte de mais uma de suas pegadinhas.
Eu e George não trocamos muitas palavras desde dezembro. Eu evitava o máximo possível que nós ficássemos no mesmo ambiente e ele parecia fazer o mesmo. É claro que nossos amigos perceberam essa indiferença que estava entre nós, mas eu contornei a situação dizendo que tínhamos apenas brigado por uma coisa besta.
XxX
•12 de fevereiro de 1993•
Era uma noite fria, ainda não tinha dado o horário do toque de recolher, por isso ainda dava para ouvir barulhos vindos das comunais.
Eu estava caminhando sozinha pelos corredores do colégio. Não sei muito bem aonde eu estava indo, talvez nem estivesse indo a lugar nenhum, só queria andar um pouco.
Depois de um tempo eu decidi que queria olhar as estrelas e sai em direção a torre de astronomia. O problema, é que já tinha alguém lá.— Quem é?
Eu pensei em fingir que não estava ali, talvez fugir novamente fosse uma boa opção.
— Vamos, fale logo! quem é? — A voz repetiu mas séria dessa vez. — Olha eu não to com paci.. — Ele início mas ao virar para trás e perceber que era eu quem estava ali, não completou a frase.
— Oi... — Eu acenei para ele. — desculpa se eu estou.. incomodando você.
— Você nunca me incomoda Lira, eu que fui grosso de mais. — O ruivo disse. — Vem, eu sei que você gosta de olhar as estrelas também.
Eu me aproximei meio receosa. Eu estava a mais de um mês fugindo dele, e agora, de uma hora para outra, eu estava sentada ao seu lado, admirando o céu estrelado.
— Eu queria mesmo falar com você, sabe, para pedir desculpas... — Ele quebrou o silêncio desconfortável que estava entre nós.
— Não precisa pedir desculpas, eu só queria que.. ficasse tudo bem de novo.
— Eu fui um idiota, me perdoa?
— É, você foi. Mas.. é o meu idiota preferido... — Ele olhou pela primeira vez, depois de todo aquele tempo, nos meus olhos. — Que Fred não escute isso, é claro. — Eu completei e ele riu sem graça.
— Por que saiu correndo? — Ele questionou e eu me senti corar.
— Eu te perdoo se você não tocar mais nesse assunto. Podemos só fingir que nada nunca aconteceu?
— Tudo bem, eu não estou com muita moral pra questionar. — Ele disse com um sorriso e eu apenas sorri fraco de volta. — Eu tenho um presente pra você.
— Um presente? — Eu perguntei surpresa.
— É, um presente. Era para eu ter te dado no Natal, mas... você sabe né. Eu ando com ele todos os dias desde então, eu sabia que um dia você ia me perdoar.
— Eu só não falei com você antes porque... — Nem eu sabia o motivo. Vergonha, talvez? — Eu não sei.
— Olha, eu não sei se você vai gostar..
— É claro que eu vou gostar! — Eu o interrompi.
— Toma. — Ele me entregou uma pequena caixinha vermelha de veludo.
Abri a caixinha e me deparei com um lindo colar. Ele tinha uma pingente de Lua pendurado, era lindo. Eu poderia sentir um sorriso genuíno se formando no meu rosto. George me encarava sem nenhuma expressão. Talvez ele esperasse que eu não gostasse e jogasse no rosto dele. — O que eu não era nem louca de fazer. — Foi ai que eu percebi que ele tinha algo no pescoço também.
— Posso colocar? — Ele perguntou e eu assenti, entregando o colar para ele. — Você gostou?
— É claro que eu gostei, é perfeito! — Eu exclamei. — Muito obrigada George! — Eu pulei para lhe dar um abraço, ele não parecia esperar aquilo, mas logo retribui o carinho.
— Eu tenho um também.
— É, eu percebi. — disse me afastando dos braços dele e puxando o seu colar para olhar mais perto. — É um..
— Sol. — Dissemos juntos.
— Aí meu Merlin, isso é tão incrível! Fred tem um também?
— Ah não, eu não achei que ele gostaria de um. Comprei só para nóis dois. — Ele disse sem graça e eu não pude evitar de sorrir. Ele ficava fofo com vergonha.
— O Sol e a Lua.. sempre juntos, até mesmo quando estão separados. — Eu afirmei a ele que agora, não me olhava mas com vergonha.
— Então, está tudo bem entre nós não é?
— Claro que sim!
— Ainda bem, pensei que ia perder minha Weasleyzinha. — Ele disse e eu ri.
— Idiota. — Eu murmurei para mim mesma, mas ele ouviu.
— Seu idiota. — Ele afirmou me fazendo rir ainda mais.
— Agora vamos, está frio aqui. Eu não quero pegar um resfriado agora, tenho que estar muito saudável para poder aproveitar as minhas férias no Brasil. — Eu falei me levantando e ajudando ele a levantar também. — Onde você vai passar as férias esse ano?
— Vou pro Egito com a minha família. Se não fosse isso, você poderia passar uns dias na minha casa, né?
— Ah claro, é claro que eu iria. Na verdade, eu adoraria ir.
— Poderíamos pregar varias peças no Percy!
— Sim! Isso seria fantástico. Talvez no próximo ano, quem sabe.
— É, quem sabe. — Ele concluiu antes de sairmos da torre de astronomia.
XxX
Os últimos meses de aula foram incríveis, mesmo não tendo acontecido nada de muito diferente. Eu e os gêmeos fizemos pegadinhas com pelo menos metade da escola, antes das férias. Nós iríamos passar quase dois meses longe, então, tínhamos que fazer coisas incríveis para não sermos esquecidos nesse meio tempo. — Mesmo que eu soubesse que isso era impossível. — Eu estava muito animada para voltar para casa, estava crente de que eu iria para o Brasil, o problema é que nem tudo aconteceu como eu esperava.
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𝐒𝐨𝐛 𝐚 𝐥𝐮𝐳 𝐝𝐨 𝐥𝐮𝐚𝐫
RomanceLira é filha de dois dos maiores lordes de sua época, mas não é só isso que faz com que ela possua uma certa fama. Entre decepções com a família e relacionamentos amorosos conturbados, ela ainda tem que buscar saber sobre o seu passado. Lira não s...