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Família.

E se ela fosse diferente? E se todos os erros fossem apagados? E se todos fossem aquilo que nós queríamos que fossem?
A resposta é clara, se tudo fosse perfeito... de nada adiantaria viver.

Dean estava cara a cara com o médico. O homem de olhos azuis e cabelo branco estava preocupado com o loiro a sua frente.

— Dean... Nós não nos vemos à meses... eu pensei que fosse seguir com a terapia.
Sua voz era calma

— Eu... Eu... me desculpe – Ele se rendeu respirando fundo com um tom choroso – Eu pensei que estava tudo bem mas... você já sentiu uma dor absurda... uma dor que aparece quando você fecha os olhos e se estende até os seus pensamentos? Ela vai... arrancando sua paz aos poucos... e... ela faz você pensar mil vezes antes de encarar a realidade...

— O nome dessa dor é medo. – Ele tira os óculos e os põe na mesinha ao lado – O medo é algo comum no qual todos nós sentimos... você não deve se deixar abater por ele! Mas sim, encarar a vida real porque... mesmo que seja horrível... A vida real é tudo que nos resta.

Dean estava frágil, ver seu pai ali numa cama e logo em seguida ver seu irmão transtornado estava o tirando o fôlego e o fazia sentir responsável por todas aquelas desgraças que rondavam  sua família. Mesmo que ele não saiba que só existe um culpado por tudo e ele não quer ver quem é.

— John winchester? – um homem gordo e baixo entrou no leito dizendo – Rapaz, você nos deu um susto terrível.

John apenas expressou um sorriso largo, ele havia acordado à algumas horas e já havia feito alguns exames.

— Olá doutor.
Disse Amara ao perceber que o médico saia do leito depois da rápida avaliação.

— Olá Sr. Winchester, o seu sogro já pode receber visitas da família ok? Eu virei daqui à algumas horas com os resultados do exame gástrico.

— Obrigada. Eu vou entrar para ter uma conversa com meu sogro... será que é conveniente?
Ela diz num tom sério.

— Claro que sim.
Ele sorri e anda rápido no corredor ,Amara respira fundo e entra no quarto onde John está tentando se sentar.

— Vaso ruim realmente não quebra...
Seu tom foi puramente sarcástico.

— O que quer aqui?
A voz do homem saiu meio rouca por causa do soro que tomava.

— Desde que tentou se matar semana passada que eu ,Dean e castiel não temos paz... se você queria deixar seu filho infeliz, ou melhor ,seus filhos. Você conseguiu.

John olhou para ela e tirou o aparelho do nariz

— Eu só queria acabar com a minha inutilidade...

— Nós dois sabemos que você é bem mais inteligente que isso John... Eu não acredito que tenha feito isso de forma séria.

Ela sentou- se numa cadeira ali do quarto e bebeu um gole de água

— Acha que eu tentei me matar de brincadeira?

— Não mesmo. Meu avô sofreu envenenamento, eu acompanhei desde a internação até a morte dele inteirinha... Nós dois sabemos que a quantidade tomada foi estrategicamente para uma intoxicação e não para um suicidio... – ela observa John começar a respirar fundo – e você provavelmente não sabia da sequela... A síndrome intermediária... você vai ficar um tempo paralisado... babando... suando... você não foi nada inteligente... e tudo isso para que?

— Eu não vou ver meu filho com um homem! – Ele diz alto — Eu prefiro morrer ao ve-lo agarrado no bigode de outro homem!

— Você é doente!

Eu digo ao entrar na sala ,eu ouvia a conversa há aproximadamente uns 5 minutos.

— Então é você... — Ele diz – você está fazendo a cabeça do meu filho!

Eu vou até ele e segurando na gola de sua roupa eu digo:

— O único que está fazendo a cabeça do Dean aqui é você! ‐ Eu digo – você tem noção do quanto Dean tem chorado por medo de te perder? Do quão abatido ele está? Eu... Eu... Eu teria vergonha de fazer o que você fez só por puro preconceito! Você não merece perdão!

Uma risada é dada

— E Você merece? Olha só pra você rapaz... fala como homem! Eu eduquei meu filho pra ser um homem inteligente... não pra ser um boiola como você! Meu filho é um homem inteligente como eu! Eu já separei vocês antes, mandando essa vazia burra da Amara 3 anos atrás pra Bufford... Eu já separei vocês dois tantas vezes... e olha só pra você – Ele sorri enquanto tosse– você nem sabia que eu tinha conhecimento dessa bobagem que o Dean tem com você... mas ele não é como você...

Eu daria um soco no rosto daquele homem se a voz de Dean não tivesse soado e dito algo que nos fez parar para ouvi -lo

— Você tem razão quando diz que eu e Cas não somos iguais... talvez se fossemos nada disso aqui funcionaria... Ele é forte, inteligente, é a pessoa mais linda que eu já conheci... Eu sou um fodido com a família mais desestruturada que tem no Kansas... e tudo por culpa sua! Eu não tive pai... eu não tive mãe... você sempre  esteve ocupado demais culpando o mundo por tudo ter dado errado pra você que acabou esquecendo que eu e o Sam estávamos lá... Nós precisamos de você! E não importa o tanto que você sofreu... o tanto que queria que tudo fosse diferente... Nós ainda estávamos lá... ainda eramos seus filhos e ainda estávamos sofrendo! Eu lembro de como tudo era perfeito antes... Eu lembro de  como eu tinha orgulho de ser seu filho... Eu lembro do homem que  você foi e agora não reconheço mais. Eu tenho vergonha de você... Você  tem toda razão,  eu não sou como o castiel... mas eu não quero ser como você!

John estava assustado, seus batimentos estavam rápidos.

— Filho.... não foi assim, eu sempre quis o melhor pra você e pro seu irmão...

— O melhor pra nós? – Dean sorriu – Você drogou o seu filho mais novo por quatro anos ,você me obrigou a ir pro exército e me obrigou a casar só pra manter o seu capital! Você fez o melhor pra você sempre... desde que a mamãe morreu você não foi mais o mesmo!

— Não fale da minha esposa!
John gritou bem alto assustando a todos nós

— A sua esposa era a minha mãe! – Dean gritou mais alto — Eu e Sam esperávamos que você fosse nosso pai! Porém claramente você nunca esteve preparado pra isso não é? E vendo  tudo que você fez... todo esse plano pra me impedir de viver minha vida... agora eu tenho certeza pra dizer tudo  que eu sempre quis e tive medo por anos.

Dean se aproxima.

— Eu sou gay papai... mesmo que você odeie isso ,mesmo que tire sua vida... mesmo que você se envergonhe tanto aponto de tentar suicídio de novo... Eu não deixarei de ser e não deixarei de amar castiel... porquê é isso que eu sou... é isso que me faz diferente de você!

Dean olha nos olhos do pai e diz

— Quanto ao Sammy... Eu no seu lugar me manteria longe... Ele descobriu o negócio das drogas... Ele não vai ser tão racional quanto eu fui. E se ainda te resta alguma vergonha na cara... você nunca mais vai olhar na cara de ninguém dessa família... dessa família que você destruiu no momento em que se colocou em primeiro lugar.

Dean se afastou do homem que chorava muito

— Para onde vai filho?

— Eu vou viver minha vida longe de você... ah... pode ficar com o dinheiro e Com tudo... Eu tenho castiel e Sam... e para mim, nada vale mais do que o amor da minha família.

Dean me puxava para longe dali, amara  corria à nosso alcance e ao chegarmos fora do hospital amara diz

— Você está livre Dean... vocês dois estão...

E foi ali que eu vi a alegria nos olhos de Dean, e naquele momento eu percebi que...

Eu o amava.


Eu (NÃO) Amo Dean Winchester |DESTIELOnde histórias criam vida. Descubra agora