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Estar ali entre todas as pessoas que amavam billie me mostrava que eu tinha largado a turma de voluntário na qual eu liderava e que eu a havia de certa forma abandonado uma amiga.

Mas que culpa eu tinha, eu estava fazendo o melhor para mim no momento né?

Ainda lembro da expressão de tristeza quando eu  avisei a todos que eu iria embora só depois de já estar na estrada... nem minha mãe, nem gabe, nem Meg... nenhum deles nunca mais me viu por que eu estava tão destruído e tão vulnerável e só simplesmente tão cansado que eu apenas decidi abrir um outro caminho no qual eu me enviaria e talvez nunca mais voltasse.... no entanto aqui estou eu, sentado num banco da igreja ouvindo pessoas falarem sobre billie, uma das mulheres que mais me ajudou na vida.

— Gostaria de chamar um grande amigo da billie... Castiel, por favor...

Eu respiro fundo e seco algumas lágrimas que estavam em meus olhos e me levanto.

Uma perna na frente da outra, meu corpo está pesando

— Eu prometi a Billie que eu sempre teria algo à dizer caso um dia eu precisasse falar sobre ela... – Meus olhos estão ardendo e eu de repente sinto eles umedecerem —
mas as vezes a angústia é tão grande e a dor é tão profunda que não há espaço para palavras... apenas para as lágrimas... Ela amava todos que estão aqui... e eu queria dizer que ela estará com todos nós em nossos corações e... por mais que doa... por mais que nos mate por dentro as vezes devemos aprender a respeitar a dor, pois sem ela... nós  jamais iremos evoluir.

Deixei o microfone ali e desço do palco olhando para baixo, é quando eu ouço:

— Voltou do mesmo jeito que foi...

Olho para trás e vejo Meg ,seu rosto está um tanto abatido mas ela ainda tem um rosto acolhedor.

— Meg... Oi!

Eu vou em sua direção e um abraço devagar e aconchegante se faz presente em meu corpo junto ao dela, ela me transmita energias boas mesmo depois de alguns anos longe de mim.

— Você tem onde ficar ? Chegou hoje?

Ela diz passando as mãos no meu rosto

— Ele vai ficar lá em casa...

Gabe diz ao lado de minha mãe, eu olho de repente e sinto um calor no peito.... Eu estava com minha familia de novo e isso era difícil de ignorar.

— Porque não disse que voltaria pro enterro Cas?
Minha mãe diz

— Assim que recebi a ligação eu peguei algumas coisas e vim direto pra cá... Eu não tive tempo durante a viagem... me desculpem.

— Não se preocupe,  foi um baque para todos nós.

Naomi disse, seus cabelos estavam esbranquiçadas e umas rugas se faziam presente em seu rosto ,a velhice lhe caía bem.
Todos se direcionaram para a porta  da grande igreja e logo estavam em suas casas.

A cidade mudara muito  ,haviam árvores e casas novas por todos os lugares, bem diferente do que era há dois ou três anos atrás.castirl se sentia uma pessoa deslocada num lugar novo ,mas aquele era o local que ele tanto desconhecia era para ser sua casa.

A Rua onde sua mãe morava continuava a mesma coisa  ,senão por causa das novas cores das casas.

— Você está tão diferente.
Disse Naomi,  olhando para o filho enquanto preparava um café.

— Ah... eu não acho.
Digo sorrindo.

— Essa é a graça querido, as vezes mudar é tão necessário que quando a gente finalmente toma essa decisão, acabamos nem vendo o tempo passar.

Sorrio de lado ,apenas encarando a cozinha.

Nada havia mudado no interior da casa.

Algumas pessoas estão presas dentro daquilo que elas chamam de destino e isso se aplicava perfeitamente à Dean winchester.

Na mesa de jantar estavam Dean, John,  Sam e Amara.

Não foi só a minha vida que tinha mudado em três longos anos... Dean havia se formado em Artes e representava muito bem sua faculdade dando aulas para crianças e nas horas vagas organizando algumas exposições na galeria de Gabriel. Dean havia tomado decisões e havia se arrependido delas desde a última vez que nos vimos

— Dean ,Eu queria que quando tivesse um tempo fosse pegar o restante do material para terminarmos de fazer a casa do rex.

Amara disse enquanto comia um estrogonofe de frango que ela mesma havia feito para todos.

— Farei isso no sábado.

— Obrigada.

À relação dos dois era de fato longe de ser amigável, eles brigavam mais do que sorriam e tudo isso era culpa de John que sempre queria palpitar em alguma coisa na casa e as vezes até na relação dos dois.

Sam por sua vez havia crescido aos excessos ,fumar e beber eram seus passatempos favoritos e Dean sabia que ele fazia aquilo apenas para compensar toda a tragédia que foi a vida daquela família desde que Mary winchester morreu naquela sala de parto.

Dean tinha ciência de que o que sentia era longe da tal felicidade, mas o que ele poderia fazer? Também sabia que seu trabalho como professor e artista não pagavam as contas do tratamento do pai e menos o padrão de vida que a família winchester tinha e infelizmente ele era o único que podia se sacrificar no momento.

Agora Dean se encontra na varanda de sua casa, está de noite e o dia foi terrível pois nem no enterro de billie ele conseguiu ir e isso martelava sua cabeça.

— A vida de casado já está te tirando o sono irmãozinho?

Sam diz com um cigarro de maconha na boca, aquela cena era deplorável mas se tornara constante.

— Não... Eu só estou pensando.

— Com essa cara  eu imagino que deve ser sobre a sua amiga que morreu, certo?

Dean olhou para o irmão e suspirou pegando o cigarro e dando uma leve tragada, logo o jogando no chão e o esmagando ,ouvindo em seguida um "Ei" de Sam em reprovação.

— Eu prometi a Billie que eu estaria com ela... e desde que o castiel se foi Eu estive do lado dela com o alfie e nós tentamos fazer de tudo... e eu nem consegui dizer adeus...

— e tudo por culpa do John...
Sam diz se encostando na mureta

— Não Sammy... Eu não culpo o papai...

— Devia... sua vida foi terrível...

— Para com isso
Dean disse

— Me responde uma coisa...
Você já entrou em uma situação  em que sabia exatamente o que ia acontecer ? Mas você entra mesmo assim... e quando seus temores vem a tona você se culpa porque já sabia... mas isso é quem você é... é isso que você faz

Cara... Isso é normal... Mas eu sigo uma filosofia...

— A que diz ,fume quantas  maconha precisar até esquecer de tudo?

Sam e Dean sorriam

— Não, quer dizer... essa também – Gargalhou – mas  como eu sei que não faria isso... O que eu quero te dizer é...
Não deixe que as escolhas erradas do passado façam você ter medo das do futuro, porque o caminho certo é aprender que errar também faz parte da vida.

Os dois se olham e Dean abraça o irmão mais novo, até que uma silhueta se forma ali no meio da rua mal iluminada. Um homem de estatura média vestindo um sobretudo claro está andando para longe.

Dean conhecia aquele torso independente de quanto tempo passasse longe.

— Castiel!?

E então o homem virou e ali estava eu que tinha apenas saído para uma caminhada noturna estava agora na frente do homem que tanto me fez feliz... e logo depois me levou ao inferno.

— Dean?

Meus olhos estão abertos, boca seca...

Estou  surpreso.

Eu (NÃO) Amo Dean Winchester |DESTIELOnde histórias criam vida. Descubra agora