- Nova oportunidade -

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Breanna/Ah-ri

   Já fazia uma semana, desde que havia me mudado, então, após me vestir, saí de meu apartamento, andando até o prédio, onde trabalhava. Cheguei no local, entrando no elevador, apertando o botão do meu andar. Caminhei até a minha sala e me sentei na mesa, abrindo o notebook.

   — Você faz outra coisa, além de trabalhar? Te conheço faz uma semana e nunca te vi fazer outra coisa — falou, Chun, entrando na sala, junto de Jimin. — Fala sério, a gente devia ir pra uma boate no fim do trabalho. Não vou aceitar um não, como resposta.

   — Estrangeira. — Nos viramos para a porta, vendo Jeon, parado em frente a ela. — Me acompanhe — pediu, continuando a andar e eu olhei para os meus amigos.

   — Boa sorte — sussurrou, Jimin, então, apressei meus passos para segui-lo. 

   Entramos no elevador e o silêncio foi a nossa maior companhia. Respirei fundo, antes de andar, junto de Jeon, até a sua sala. Ele se espreguiçou, indo até a sua mesa, se sentando em sua cadeira, então apontou para o que estava na sua frente, então acatei como um pedido para me sentar.

   — Tenho uma coisa pra você — falou, abrindo uma gaveta, retirando uma pilha de papéis dali. — Quero isso pra amanhã — pediu e eu arregalei os olhos, incrédulo. Todas essas papeladas para amanhã? Humanamente, impossível.

   — Eu trabalho com o marketing... — disse, tentando me livrar, mas sua sobrancelha arqueada, me fez mudar de ideia. — Amanhã? — perguntei, tentando ter certeza de que eu não estava maluca, ou ouvindo coisas, afinal... talvez, ele até pense, de novo sobre esse assunto.

   — Não fui claro o suficiente?

   — Claro que foi. Foi claro. Cristalino. Transparente como água. Super... — Tentei soar gentil, mas ele massageou as têmporas e apontou para a porta.

   — Fora.

   — Tá bom. — Peguei os papéis e andei, rapidamente, até a porta, saindo dali e pegando o elevador, voltando ao meu andar. — Jungkook é um cretino. Pediu pra entregar tudo isso amanhã.

   — Brincou? — perguntou, Jimin, olhando para os diversos papéis.

   — Vou ter que furar com vocês hoje. — Ouvi reclamações, vindo dos dois, então, relaxei os ombros. — Eu prometo que amanhã, vou fazer o possível pra ir com vocês, mas hoje, tenho que trabalhar. Tudo bem? — questionei, então, os dois, concordaram, mesmo que não gostassem da minha resposta.

   Eu tinha muitas coisas para fazer, durante o dia, então, tentei ao máximo, revisar todos os papéis que consegui. Após algumas horas, percebi no relógio que já estava na hora da minha reunião que faria com a empresa. Eu trabalhava com o marketing da empresa, então, daria minha sugestão sobre as propagandas.

   — Está atrasada — falou, Jeon, quando entrei na sala, colocando as pastas, em cima da mesa.

   — Eu sei, me desculpe. — Me desculpe, eu estava organizando os quinhentos papéis que você me deu para entregar amanhã. Claro que não falei isso em voz alta. Não seria demitida em minha primeira semana. — Bom, podemos começar? — perguntei, sorrindo, então, todos concordaram.

   — O novo perfume da Nuove prelibatezze é um cheiro novo. Algo que foi pensado por semanas, até que conseguimos. O plano é fazer um comercial fofo que... — Eu parei de prestar atenção nas palavras dele. Não fazia sentido. Era parte da cultura deles, mas eu tinha um plano melhor.

   — Eu discordo — falei, chamando a atenção de todas as pessoas. — Acho que pra chamar atenção, deveríamos fazer algo, completamente, diferente. Algo mais... sensual. Quando uma mulher coloca perfume, faz isso pra se sentir mais forte, confiante... sexy. Se usarmos isso a nosso favor, poderíamos chamar um público maior. Quantas pessoas se sentem frágeis e fracas... sem confiança? Ela poderia, de forma figurada, vestir o perfume.

   — Deve ser normal em seu país, usar algo assim, mas na Coréia não costumamos usar algo muito sensual. — Um dos colaboradores, disse e eu sorri, concordando com a cabeça.

   — Imaginei que diria isso. No entanto, ao que parece pelos grupos de música, o país está querendo adotar a sensualidade, pelo que eu vi nos grupos que fazem sucesso nos outros países. Podemos seguir sua cultura e ser sexy do mesmo jeito. Sexy, sem ser vulgar. Além disso, ursos de pelúcia e vozes fofas, afinadas e enjoativas, não vão te diferenciar de outros comerciais. Você só vai ser mais um no mercado — avisei e abri os braços.

   — Eu gosto da ideia dela — disse, o diretor de marketing, olhei ao Jungkook e levantei as sobrancelhas, as abaixando no momento seguinte, junto a um sorriso de lado. — Vamos trabalhar com sua ideia. — Sorri, radiante e concordei com a cabeça.

   — Garota — chamou, Jeon, assim que a reunião havia acabado e a sala estava vazia, então, eu o olhei, curiosa. — Bom trabalho — elogiou, começando a sair do cômodo e uma sessão de pulos e soquinhos no ar, por parte minha, se fez presente, então ele se virou e eu tive que melhorar a minha postura.

   — Obrigada pela oportunidade, eu disse que não iria te decepcionar — falei, então, saí correndo, de volta para a minha sala. — Eu consegui uma boa impressão! — gritei, animada, comunicando aos dois que sorriram, mesmo não entendendo o que aconteceu.

   — Parece que deu tudo certo na sua reunião. Como foi? — perguntou, Jimin, animado.

   — Eu dei um plano de marketing. Eles aceitaram e amaram! — gritei, animada, recebendo comemoração da parte dos meus amigos. Eles se aproximaram e me abraçaram, gritando felizes. Felizes por mim. Isso é algo que nunca tive na Inglaterra. Amigos felizes pelo meu sucesso.

   — Estrangeira — chamou, alguém da porta, então, me virei, vendo Jeon, parado, encostado no batente. — Você fez um bom trabalho na reunião. Nós vamos fazer um jantar em comemoração à sua brilhante ideia. Vai querer ir? — Abri a boca para responder, mas neguei com a cabeça.

   — Tenho que trabalhar. Se lembra, né? A sua... ordem — contei, apontando para os papéis. — Tenho que entregar amanhã, então, nada de jantar. E eu adoro trabalhar — disse, animada. A última parte era verdade. Adorava trabalhar, mas, sinceramente, a pilha de documentos, era enorme.

   — Me desculpe por isso, ainda, preciso dos papéis amanhã.

   — Relaxa, eu vou adorar trabalhar, até tarde. E por incrível que pareça, não foi ironia. — Ele bateu na porta duas vezes e saiu de onde estava. — Vou trabalhar. Me perdoem. Amanhã, a gente sai, eu acho.

   — Não atrasa. Nós vamos ficar chateados, se não for — alertou, Jimin, saindo com a Chun da sala. Suspirei, olhando aos papéis. Temos trabalho.

BOA MENINA || JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora