- Criando suspeitas -

501 52 2
                                    

Breanna/Ah-ri

   Acordei de manhã, olhando para os lados. Jeon estava adormecido ao meu lado. Eu me levantei, indo até o banheiro para tomar um banho. Comecei a lavar o cabelo, distraidamente, enquanto sentia a água quente do chuveiro bater nas minhas costas, até que comecei a enxaguar o shampoo, mas fui interrompida por mãos nas minhas costas, fazendo um grito agudo, me escapar.

   — Opa! Eu te assustei? — perguntou, Jungkook, enquanto ria e tentava me acalmar.

   — Se você me assustou? É claro que você me assustou — respondi, agoniada, me abraçando e ele riu, negando com a cabeça. — Nunca mais faça isso, que susto que eu levei — pedi, terminando de lavar o meu cabelo e acenei com a cabeça, saindo do chuveiro.

   — Ah, você já vai sair? — perguntou, chateado e eu concordei com a cabeça.

   — Vou falar com a sua vó, te vejo lá embaixo. Tchauzinho — despedi-me, me trocando e descendo as escadas, encontrando a mulher, preparando a mesa. — Bom dia, acordou cedo? — perguntei, me sentando na mesa, então, Jeon apareceu, se sentando na mesa.

   — Bom dia às duas — disse, olhando para os lados, sem foco, então, sorri, ficando em sua frente. — O café já está pronto. Sempre pontual, vovó — falou, servindo sua xícara de café e eu fiz o mesmo, mas engasguei, ao sentir o gosto amargo.

   — Tudo bem, querida? — perguntou a avó e eu concordei.

   — Está tudo bem — falei, tossindo para limpar a minha garganta. — Só está, um pouco... amargo — confessei, forçando um sorriso que, provavelmente, saiu como uma careta, deixando minha xícara na mesa.

   — Deve estar amargo pra você — contou, Jungkook, olhando para a própria xícara de café amargo. — Nunca vi alguém colocar tanto açúcar em um café — disse, entediado e eu arqueei a sobrancelha, cruzando os braços.

   — O quê? — questionei, incrédula, o olhando. — Nunca me viu colocar açúcar no café.

   — Pode apostar que já. — Ele, finalmente, me olhou com uma cara de nojo, até continuar falando. — Seis colheres em um mísero copo — falou, como se aquilo fosse um absurdo e eu neguei com a cabeça, irritada.

   — É a quantidade exata e precisa pra um paraíso de cafeína. — Ele riu, negando. No final do café, ele me levou até uma sala cheia de espelhos. — O que fazemos aqui? — perguntei, cruzando os braços e ele sorriu, ligando uma música.

   — Achei que devia me conhecer — contou, segurando minhas mãos, então eu concordei, esperando qualquer palavra a mais. — Eu danço. — Parei de sorrir e o olhei, durante um tempo, até duvidar de suas palavras.

   — Você... dança? — Ele concordou e eu sorri, me sentando, esperando ele provar o que sabia. Claro que após as suas palavras, eu acreditei que ele dançava bem, mas não imaginava que ele era tão bom nisso. — Uau, você é incrível. Eu adorei — falei, assim que a música acabou e ele riu, envergonhado.

   — Não foi nada — contou, sem graça e eu me levantei, indo até ele.

   — E eu? Olha só. Puxa e solta, puxa e solta — falei, formando meus passos desengonçados e ele começou a rir. — Ah, confessa. você gostou, um pouquinho — disse, continuando sem saber o que estava fazendo e ele segurou a minha mão, me puxando para frente do espelho.

   — Tenta assim. — Passamos o resto do dia dançando, mesmo que eu não tenha habilidade nenhuma para fazer isso. No final do dia, jantamos com a avó dele e nos sentamos em um banco do lado de fora, junto das árvores. — Nós vamos oficializar a sua sala. Quando voltarmos à Seoul, vou te dar a chave da sua sala.

   — Você vai me dar uma sala oficial? — Ele concordou e eu sorri, animada, mas fechei a cara, no momento seguinte. — Mas, por que vai me dar essa sala? É alguma coisa a ver com o que a gente tem? Porque, se for, eu não quero e...

   — Para... por que, sempre, surta, quando eu te dou alguma coisa, relacionada a trabalho? — questionou, confuso e eu suspirei. Aquela conversa me despertava lembranças.

   — Depois de terminar a minha faculdade, eu entrei em uma empresa, como estagiária. Eu tinha um chefe incrível, ele me dava todas as oportunidades de trabalho e quando eu fui promovida, ele me chamou pra sair. Eu achei que era algo sobre trabalho e aceitei — contei, segurando na mão de Jungkook e fechei os olhos, tentando segurar as lágrimas. — Mas no meio do jantar, ele tentou... encostar em mim. Ele disse que merecia reconhecimento, porquê ele era o motivo do meu sucesso.

   — Nossa... eu não imaginava. Me desculpa.

   — Aquilo me fez acreditar que eu não merecia a minha promoção. É por isso que eu, sempre, surto, quando faz algo por mim no trabalho, por causa da minha relação com você — confessei, não percebendo as lágrimas que já caiam pelo meu rosto. — Eu quero ganhar as coisas. Só que quero ganhar, porquê mereço e batalhei pra estar ali.

   — Eu não posso dizer que entendo.

   — Não, não pode. Jungkook, você trai a esposa todos os dias e comigo. Sabe o que aconteceria com você, se isso fosse à público? — Ele negou com a cabeça. — Nada. Com você não aconteceria nada. Agora comigo? Toda a carreira que eu construí, iria pro espaço. E se eu estivesse traindo meu marido com você, então? Seria a mesma coisa. Você se sairia bem e todo mundo, me chamaria de vadia.

   — Sabe qual foi a primeira coisa que eu pensei, quando te vi? — Neguei com a cabeça e ele sorriu. — Eu pensei: que menina esquisita — confessou e eu o olhei, irritada.

   — É sério?

   — Sim, você era bem esquisitinha. No entanto, a segunda foi: eu vejo sucesso nela. A primeira coisa que fez, foi anotar o meu nome em um post-it e grudar na tela do seu computador, porquê ficou com medo de esquecer. Você é tão esforçada. Eu sabia, desde o momento que te vi e... percebi que não era estranha. — Fez uma pausa e cruzei os braços, rindo. — Eu sabia que seria importante investir em você. E a certeza me veio, ainda mais, quando te vi na sua primeira reunião.

   — Valeu.

   — É, não se acostuma, não. — Negou com a cabeça, então, eu ri, empurrando seu ombros. — E sobre o que falávamos... antes de oficializar a sala, deixamos o novo gerente trabalhar, durante alguns dias pra ver se... aguenta a pressão. E você foi acima da média. Nem reclamou pra preencher papelada.

   — Eu adoro preencher a papelada.

   — É, mudei de ideia. Você é, mesmo, esquisitona. — Eu dei risada e me deitei em seu colo, vendo ele dar beijinhos em meu rosto. — Mas eu gosto da sua esquisitice — confessou e eu abracei o seu pescoço, animada.

BOA MENINA || JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora