- Aceitar, ou não? -

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Breanna/Ah-ri

   No dia seguinte, me levantei para trabalhar. A pergunta que Jeon havia feito, ainda, ecoava na minha cabeça. Eu deveria concordar com isso? Balancei a cabeça, irritada, entrando no prédio, então, percebi que Jungkook estava ao meu lado e acenei com a cabeça como um cumprimento, então entramos no elevador.

   — Bom dia, Ah-ri — cumprimentou e eu olhei ao visor que marcava a cada andar, respirando fundo. Enquanto a porta, ainda, fechava, pude ter uma certeza, eu queria beijar esse homem, mesmo que ele fosse casado. E me odiava por pensar isso, mas não tive muitos reflexos, até puxar ele pela gravata, o aproximando de mim, selando nossos lábios.

   Suas, grandes, mãos, agarraram a minha cintura, passando para as minhas costas, se apoiando ali. Meus dedos, agarraram-se em seus fios castanhos, os puxando para trás, amava encostar em seus cabelos. Ele resolveu me empurrar, até a parede do elevador, alisando a minha coxa. Quando o andar, estava, quase, chegando no meu andar, o soltei, arrumando as minhas roupas.

   — Bom dia, Jungkook — respondi ao seu cumprimento, saindo do elevador, indo até a sala, onde eu trabalharia o resto do dia.

   Após algumas semanas de raciocínio, não havia me decidido. Eu, realmente, estive pensando na possibilidade de aceitar a proposta de Jeon. Eu não queria ser a amante do Jungkook, mas ao mesmo tempo, adorava a sensação de estar com ele. Eu precisava de um tempo para pensar, então, eu e Jimin andávamos pelos corredores do shopping.

   — Olha só, você está bem aérea — comentou, Jimin, olhando algumas roupas. — Você devia fazer algo por si mesma e... esquecer isso. — Após alguns segundo de reflexão, eu sorri, abraçando ele, animadamente.

   — Você é um gênio. Obrigada — falei, saindo de perto dele, pedindo um táxi. Eu precisava fazer algo por mim mesma. Eu já tive muitos problemas para começar a pensar em outra pessoa. Eu precisava ser egoísta.

   Entrei no carro, observando a paisagem se formar. Eu só sabia de uma coisa. O egoísmo teria que me ajudar agora. Eu havia trazido o papel que Jeon havia me entregado e precisava dizer a ele, tudo o que eu estava sentindo. Eu cheguei, batendo na porta, até ver o homem me atender. Eu sabia que a esposa dele, já havia viajado, novamente. Ela só havia ficado uma semana na casa.

   — Não diga nada. Eu primeiro. A minha vida toda, haviam regras que eu precisava obedecer. Caminhos que eu tinha que seguir e... ordens que eu precisava cumprir — falei, vendo ele me encarar, confuso. — Só que... eu quero que tudo isso se foda, eu preciso fazer algo por mim. Eu quero. Quero continuar o que nós temos. — Após, ele me encarar por um momento, um sorriso brilhou em seus lábios.

   — Entra — pediu, então, obedeci, adentrando sua casa, então, me sentei no sofá, observando a casa. Era um lugar bonito, claro e aberto. — Boa menina — disse, mexendo nos meus cabelos e eu sorri, orgulhosa.

— Vem cá — falei, agarrando seu pescoço, preparada para atacá-lo com um beijo, mas, antes que eu pudesse fazer isso, ele me empurrou, delicadamente, pela cintura, fazendo o sorriso que estava no meu rosto, sumir. — O que aconteceu? Eu fiz algo de errado?

   — Não, mas precisamos conversar primeiro — falou, arrumando meu cabelo para trás da orelha. — Mas precisamos conversar sobre os seus limites. No sexo. Quando você se sentir desconfortável, precisa me avisar. 

   — Tudo bem... — disse, concordando com a cabeça. — Eu prometo que aviso.

   — Não sobre isso — contou, me puxando para ficar em seu colo, então, eu deixei a cabeça pender para o lado, quando ele colocou a mão na minha bochecha, a acariciando. — Precisamos que você diga uma palavra fora de qualquer assunto, relacionado ao que estaríamos fazendo. Algo que você não vá falar, sem querer. Uma safeword.

   — Safeword. Uma palavra de segurança? — traduzi, pensativa, e ele concordou, colocando meu cabelo para trás, então, passou as mãos pela minha coxa, indo em direção ao meu pescoço em um carinho que me fez arrepiar. — O que é isso?

   — Você vai dizer essa palavra escolhida, sempre, que se sentir desconfortável com alguma coisa — explicou, olhando em meus olhos, quase, com a preocupação estampada. 

   — E eu posso mudar a palavra?

   — Não. Você vai, sempre, usar a mesma — respondeu, dando um selinho no meu nariz. — Pode escolher uma agora e a gente sobe pro quarto. — Concordei, abraçando seu pescoço e deitei minha cabeça em seu ombro, começando a pensar em alguma coisa.

   — Paris. Eu acho que é uma boa escolha. — Apertei, ainda mais, o abraço, sentindo o cheiro gostoso que ele tinha. Eu não entendia como ele conseguia ser tão cheiroso. Era algo que eu não compreendia, mas o seu cheiro natural, misturado com o perfume da colônia que ele usava, tinha o poder de me hipnotizar. — Você é tão cheiroso — resmunguei a mim mesma, beijando sua bochecha.

   — Tudo bem, sempre que não gostar de algo, quero que diga Paris. — Assenti diversas vezes com a cabeça, então, ele se levantou comigo em seu colo, me levando até o quarto. — Se ajoelhe. — Como se fosse automático, eu obedeci, quase, beijando seus pés, apenas, por fazer.

   — Faça o que quiser comigo. Tudo que quiser. 

   — Fique aqui. Não se mexa, até eu dizer que pode se levantar — falou, apertando meu maxilar com força, acabei suspirando com isso e continuei parada, observando ele andar pelo quarto, sem pressa alguma. 

   O homem abriu a camiseta social, a tirando de seu corpo, colocando-a, cuidadosamente, em um cabide. Eu só podia observar, ele, claramente, me provocando. Os suspiros escapavam da minha boca, naturalmente, principalmente, quando ele deixou a cabeça cair para trás, mordendo os lábios, então, ele tirou o cinto, deixando a fivela metálica cair no chão, a arrastando, até parar na minha frente.

   Ele não disse, absolutamente, nada, apenas, me observou e eu fiz o mesmo, o encarando, como se implorasse para que ele me deixasse o tocar. Um meio sorriso pairou em seu rosto, então, sua mão, tocou em minha cabeça, a alisando, me encarando com aqueles olhos tão intensos. Foi inevitável, não morder os lábios, os lubrificando por estarem secos demais.

   — Levante-se — ordenou, então, como se fosse automático, eu me ergui, o olhando nos olhos. — Você fica tão bonitinha, me olhando com esses olhinhos de cachorro sem dono. Chega a ser tão patética — falou com a elegância que só ele tinha, agarrando meu maxilar, cravando as unhas na minha bochecha. Acabei gemendo em satisfação.

   — Me fode, até eu não conseguir mais falar. Eu quero que você me deixe sem andar... por favor — implorei, junto a um bico nos lábios e o observei grunhir, irritado, dando um tapa estalado na minha bunda, me fazendo gemer.

   — Será que eu deveria fazer isso por você? — perguntei, pacientemente e, como se fosse automático, eu concordei com a cabeça, tentando me aproximar dele, o que Jeon não deixou acontecer, me deixando desesperada. — Não seja tão apressada, boneca. — O uso do apelido, me desestabilizou. Eu, provavelmente, cairia no chão, se ele não estivesse agarrado na minha cintura, me segurando.

   — Junnie... — implorei mais uma vez, mas ele negou com a cabeça, junto a um meio sorriso.

   — Vamos fazer algo, um pouco mais... do meu jeito. Vamos ver se você sabe pedir com educação — disse, arqueando a sobrancelha e eu olhei para baixo, pensando. Sempre fui muito educada. No que eu estava falhando? — Você sabe fazer isso? — Mordi os lábios, nervosamente, forçando meu cérebro a pensar.

   — Não...

   — Não, senhor — corrigiu, me fazendo entender no que estava errando, então, sorri. Em um impulso, estendi o braço, esperando que ele me abraçasse, mas ele não o fez, o que me deixou chateada.

   — Me desculpe, senhor — pedi, junto a um bico nos lábios, sentindo uma piscada no meu ventre, o que me fez suspirar. Jungkook deu um sorriso mínimo e colocou a mão na minha cabeça, fazendo um carinho, quase, inexistente.

   — Boa menina. Agora, peça com educação.

BOA MENINA || JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora