- Dia da audiência -

430 50 9
                                    

Breanna/Ah-ri

   — Bom dia, Jungkook. Lisa — cumprimentei aos dois, assim que cheguei na sala de Jeon, vendo os dois conversando. — Sei que a empresa tem o protocolo pra seguir, até chegar em você, mas eu as ignorei — contei, animada, ouvindo o riso dele que me olhou, como se esperasse a proposta. Lisa nos olhou, interessada e juntou as mãos.

   — O que tem a nos oferecer? — perguntou, então, sorri, concordando com a cabeça.

   — Eu estava pensando nesse tempo de feriado e decidi que... talvez, nós devêssemos fazer uma festa pra marketing. Depois da audiência que vamos, obviamente, ganhar — completei, confiante, batendo no ar. — Então, podemos fazer isso pra melhorar o marketing, depois desse processo. Eu já falei com o Darwin e já está tudo preparado pra audiência, hoje.

   — Você confia demais nesse advogado — falou, incomodado e eu sorri.

   — Você também deveria, ele é seu advogado. Vai te representar hoje. — Ele arqueou a sobrancelha e eu sorri. — Bom, estamos prontos? — perguntei, esperançosa e ele concordou, se levantando da cadeira, junto da esposa. A Lisa foi na frente e ficamos, um pouco mais para trás.

   — Espero que esteja certa sobre a capacidade dele.

   — Darwin, jamais, colocaria a relação dele com você pra te ferrar em um processo. Cada derrota dele, pesa no currículo dele — confortei e ele segurou em minha, como se estivesse. buscando reforço. — Não se preocupe, vai dar certo. — Beijei sua mão e a soltei, saindo do prédio, junto com ele, encontrando Lisa parada em frente ao carro.

   Entramos no carro e fomos, até a audiência, encontrando Darwin no salão do lugar, corri até ele, puxando o ar, pela dificuldade em correr nos meus saltos. Ele esperou, pacientemente, até que eu recuperasse o meu fôlego e voltasse a mim, arrumando a minha postura de uma maneira mais apresentável.

   — Você conseguiu algo bom pra gente hoje?

   — Eu, sempre, consigo. Confia em mim — pediu, então, concordei. Eu me sentei no banco, observando a cada palavra de todos, até chegar na vez da defesa falar que foi a única parte que eu, realmente, consegui prestar alguma atenção. — Seu nome é Nayeon, certo? 

   — Certo.

   — Ótimo, agora... Nayeon, pode me dizer, o que é isso? — perguntou, pegando um papel e colocando na mesinha, em frente à ela, essa que olhou, curiosa e arregalou os olhos ao perceber do que se tratava a papelada. — Pode responder? — Ela concordou, ficando, visivelmente, mais pálida.

   — É um exame médico meu.

   — E esse exame, se trata de uma alergia. Eu analisei ele, antes de colocar ele nas minhas coisas. Você tem alergia à perfume, correto? — Ela engoliu seco, antes de concordar com a cabeça e falar que ele estava certo. — Então, como a culpa de sua alergia é do fornecedor, se todas as outras membros do seu grupo musical, não tiveram nenhuma reação? — Você pode dizer qualquer coisa ruim, sobre ele, mas ele é bom.

   — Elas não tiveram nenhuma reação — sussurrou, atordoada e acredito que tenha sido mais para ela, do que para qualquer outro.

   — Sem mais perguntas, meritíssimo — falou, se afastando e eu o olhei, surpresa. Ele sabia bem como formar argumentos. Eu sorri, aliviada. Darwin, realmente, nunca perdeu uma audiência. Ele deixava qualquer tipo de orgulho de lado para proteger alguém no tribunal, sendo criminoso, ou não.

   Eu respirei fundo, nervosa, apertando minhas mãos. Claro que eu já sabia que tínhamos ganhado, o argumento dele foi convincente, até demais. No final, ele foi declarado como inocente. Eu tive vontade de atacá-lo com um abraço, mas não podia, então, apenas, o parabenizei pela vitória.

   Eu resolvi voltar para o apartamento, no entanto, quando cheguei, eu encontrei uma pessoa que nunca mais, achei que veria, novamente. Hallen. Meu amigo francês. Nós fomos muito amigos, no tempo que passei na França e mantemos contato, quando eu fui embora. Ele me olhou, animado, tendo várias malas no seu pé e sorriu.

   — E aí? Não vai me receber? — perguntou, todo feliz e eu fui até ele, o abraçando.

   — Bom te ver.

   — Bom te ver, também, chéri — confessou, retribuindo o abraço, então entramos no meu apartamento. — Eu percebi que sua mania de ficar economizando, não mudou, em nenhum momento — falou, observando o kitnet, onde eu morava. Claro que era um lugar pequeno.

   Dois cômodos, paredes pintadas de branco, um deles tinha uma cama de casal, perto da parede que tinha uma janela enorme. O sofá ficava ao lado da cama, também, tinha uma mesa de centro no meio, um tanto, altinha, com duas cadeiras finas. A televisão ficava na frente do móvel, onde eu dormia e ao lado, uma mesa, fina com um microondas e uma pia, já que eu não cozinho. E claro, um banheiro. Era um lugar pequeno, mas eu gostava.

   Ele se sentou no sofá, olhando ao redor e pegou o celular. Eu gostava de contar as coisas para ele, então, comecei a fazer café, na cafeteira que estava ao lado do microondas, enquanto, contava tudo que havia acontecido, na minha viagem à Coreia. O meu término, o meu caso com Jungkook, minha promoção. Basicamente, tudo. 

   — Então quer dizer que... você terminou o seu namoro de três anos, porquê aquele filho da puta te traiu, aí... — Ele fez uma pausa, como se analisasse toda a história e apontou para mim com um olhar inquisitivo. — Você virou amante do seu chefe? Pra deixar ele trair a esposa? Como seu namorado fez com você.

   — Hannie, falando assim... parece horrível, mas... foi isso mesmo. O que você acha disso? — perguntei, mordendo os lábios, nervosa e ele conferiu as unhas, pintadas, recentemente, de vermelho e me olhou entediado.

   — Você, como sempre, fez merda. — Minha cara foi no chão ao ouvir isso. — Você, claramente, merece coisa melhor, chéri. Você acabou de cavar a própria cova e se fudeu. O que você acha que vai acontecer, quando a esposa dele descobrir? Você sabe que em alguma hora, isso vai acontecer.

   — Eu, na verdade, não pensei nisso.

   — Claro que não. Você não pensa — contou, me fazendo, cruzar os braços, irritada e ele me olhou, como se não estivesse dito nada de errado. — Eu estou mentindo? — perguntou, como se estivesse certo. E ele estava, mas não precisava jogar na minha cara, desse jeito.

BOA MENINA || JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora