- Demissões necessárias -

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Breanna/Ah-ri

   No dia seguinte, na empresa, cheguei no andar dos funcionários do setor que eu gerencio, mas senti uma pequena movimentação a mais que, normalmente, não acontece. Todos estavam fora da sala, conversando, aparentemente, preocupados. Quando eles me viram, me encararam, como se quisessem pedir algo.

   — O que aconteceu? — perguntei, me aproximando, vendo que todos os meus amigos, estavam me observando, como se quisessem alguma coisa. — Podem falar. O que querem? — indaguei, vendo que Beo-deul, se aproximou, aliviada.

   — Bom, você namora o Jungkook. Sim, ele é casado, mas você namora com ele, então — falou, dando uma pausa. Tinha isso. Todos na empresa, sabiam do meu caso com Jungkook e, aparentemente, não se importavam com isso. — Ouvimos um rumor de que a empresa vai diminuir quinze por cento nos funcionários. Que tal, você ir, até lá e perguntar, qual de nós, nesse setor, vai ir embora?

   — Não sei, se... tudo bem — disse, quando percebi que nenhum deles, iriam largar a ideia. — Eu vou falar com ele — contei, indo, até o elevador, então apertei o botão do andar da sala dele, o encontrando sentado na sua mesa.

   — O que faz aqui? — perguntou, se levantando, vindo até onde eu estava, me dando um selinho. — Me diga, precisa de alguma coisa?

   — Preciso. Meus amigos estavam dizendo que você ia diminuir quinze por cento dos funcionários, é verdade? — Ele concordou, me guiando até uma cadeira na frente, então, se sentou na minha frente. — Pode me dizer quem são? — questionei, juntando os lábios em um beiço e ele suspirou.

   — Eu não posso te mostrar — confessou, tirando o celular do bolso do terno e me entregou. — Mas, olha aí — disse, me olhando e eu abri a boca surpresa. Ele vai me mostrar a lista de demissão? 

   — Posso mesmo? — indaguei, então, ele concordou. Eu abri o celular, olhando a lista que, ali, havia. Após ler o primeiro nome da lista, arregalei os olhos. — A Chun? Não, não, não. Você não pode demiti-la, ela cuida de um menino de seis anos — rebati sua decisão e ele pegou o celular da minha mão, olhando a lista, novamente.

   — Posso demitir outra pessoa, a próxima da lista é a Beo-deul.

   — Não, não pode demitir ela. Ela cuida da mãe. A mãe dela é idosa — falei, roendo as unhas e Jeon colocou a mão no rosto, negando com a cabeça, segundos depois. — Não pode demitir elas — pedi, mas ele era o tipo de pessoa que não se importava com a vida pessoal dos funcionários.

   — Ah-ri, se você merecesse, eu não pensaria duas vezes, antes de te demitir, mesmo amando você. Não posso me importar com a vida de nenhum deles, se eu fizer isso, ninguém vai ser demitido e isso é algo que precisa acontecer. — Um resmungo, desestabilizado, escapou de meus lábios, então eu concordei. 

   — Beo-deul. Demite ela — supliquei e ele concordou, escrevendo algo em seu telefone. — Obrigada por fazer isso por mim — murmurei, me levantando, indo até onde ele estava, me sentando em seu colo, o abraçando.

   — Eu queria poder te dar mais — falou, me dando um selinho e eu concordei, mexendo em seus cabelos pintados. Eu saí da sala, voltando ao andar dos funcionários de marketing. Agora é questão é... como vou dizer à Beo-deul que ela iria perder o emprego?

   — Bom... eu falei com ele. Quem vai ser demitido nesse setor é a Beo-deul — contei com o coração na mão e ela se sentou na cadeira, agoniada, fechando os olhos com força. — Sinto muito, não posso fazer nada pra impedir. Só o diretor de marketing pode fazer alguma coisa. E não sou eu. — Eu me afastei dela para deixá-la superar o fato de que não iria mais trabalhar aqui e fui para a minha sala.

   Eu, realmente, queria fazer algo por ela. Eu queria que ela continuasse trabalhando aqui, mas como o Jeon disse, se o desempenho dela, está ruim, ela precisa ser demitida, independente de quem ela precise sustentar. Algumas horas depois, pedi ajuda ao Jeon que ele escutasse as minhas ideias, já que, ultimamente, tem sido difícil ter uma ideia boa para o marketing.

   Era interessante compartilhar as coisas com ele. O homem me escutava a cada ideia, mas ainda, parecia me provocar. Ele passava a mão pelas coxas e mordia os lábios, além de que, há alguns minutos, afrouxou a gravata. Mostrei a ele algo que havia planejado para o novo projeto de marketing, mas ele estalou sua língua no céu da boca, diversas vezes, demonstrando que o que eu havia feito, era uma péssima ideia. Abaixei a cabeça, chateada. Não consigo ter ideias boas. Jeon, segurou em meu rosto, me fazendo olhar para cima e arqueou a sobrancelha.

   — Tenta, de novo. Vai achar alguma coisa — falou, me dando um selinho, então, eu sorri. — Você é inteligente, menina. Sempre acha algo pro nosso marketing. Vai achar algo, eu sei que vai. Confio em você — declarou, o que me fez sorrir e meu cérebro acender em uma propaganda.

   — E se usarmos isso ao nosso favor? E se a propaganda do novo perfume, tiver algo a ver com confiança? Maquiagens costumam aumentar a autoestima de vários. Com perfume não é diferente. Usa isso, como o marketing da nova coleção. — Ele sorriu e pelo brilho nos olhos, entendi que ele havia gostado da minha ideia.

   — Eu disse que ia achar alguma coisa — disse, então, eu concordei, animada. — Vamos em uma cafeteria aqui perto? Estou com vontade de tomar café — avisou e eu assenti, então, saímos da empresa para comprar algo para comer e beber.

   — Eu quero um cappuccino. — Namorar com Jungkook me fez pegar dele, alguns gostos e manias. E uma dessas coisas, foi o amor pelo cappuccino. — Muito obrigada — agradeci, me aproximando para o dar um selinho e ele retribuiu com toda a paixão do mundo e por um momento, eu me perdi em seus olhos.

   — Se continuar me olhando assim, você vai babar — sussurrou, segurando em minha mão e eu ri, batendo em seu braço, saindo da cafeteria com ele. — Eu acho que se isso, fosse menos doce, ficaria mais gostoso. Quer pra você? — perguntou, sobre o folhado que eu comia, então, eu concordei, tirando da sua mão e levando até a minha boca.

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BOA MENINA || JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora