- Preparativos complicados -

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Breanna/Ah-ri

   — Eu sempre te coloco em minhas orações, amor —confessou, depois de uns minutos em silêncio e eu o olhei, confusa. Eu já sabia que ele era religioso. — Eu queria muito te ver com um buchinho. Eu quero outro bebê — contou, animado e eu ri, ironicamente, surpresa com a sua declaração repentina.

   — Jungkook, mesmo que Deus exista, Ele tem mais o que fazer, do que curar minha infertilidade — confessei, respirando, cansada, me aproximando de seu corpo para buscar calor e ele retribuiu, não respondendo à minha fala malcriada. — Amanhã, eu acho que podemos levar a Jo-eun pra tomar um sorvete. Ela fica muito entediada no escritório — contei e ele assentiu, beijando a minha bochecha.

   — Nós levamos na hora do almoço. — No dia seguinte, minha menina corria pela minha sala de um lado ao outro. — Filha, para de correr. Vai se machucar — mandei, então, ela, surpreendentemente, obedeceu, se sentando no chão, pegando os brinquedos que havia trazido lá de casa.

   — Princesa — balbuciou, mostrando a boneca e eu concordei, concentrada em trabalhar. Algumas horas passaram, até eu ouvir a porta abrir, chamando a minha atenção. Eu olhei em direção à madeira, vendo Jungkook entrando no cômodo, buscando algo no local. — Papai! — exclamou, animada e o homem, sorriu, indo até ela para pegá-la no colo.

   — Eu vim buscar a minha princesinha — contou e ela bateu palmas, animada e eu neguei, enquanto ria. — Quando for a hora do almoço, nós vamos buscar você, tá bom, mamãe? — perguntou para mim e eu concordei, rindo, vendo-o levar a criança com ele. Era costume nosso, revezar o cuidado de nossa filha, durante a tarde.

   Na hora do almoço, Jo-eun correu na minha direção, pedindo por colo, então, fomos almoçar. A nossa filha comeu tudo que queria, graças à Deus, ela adora comer legumes. Assim que terminamos de comer, fomos à uma sorveteria, comprar doces para o nosso bebê. Ela ficou toda feliz, escolhendo os sabores do gelado.

   Após algumas semanas, eu ajudava Lisa a preparar o seu casamento. Na verdade, eu fui com Rosé para opinar sobre seu vestido de noiva, junto com Jo-eun. Ela estava nervosa, a cada vestido, se olhava no espelho, mas nunca parecia, realmente, satisfeita com a peça, sempre reclamava de alguma coisa e ia procurar um outro vestido.

   — Eu não sei... eu não gostei — reclamou, batendo na saia da roupa.

   — Vista outro. — Só eu a acompanhava, já que ela queria que fosse uma surpresa para sua família e sua noiva. Ela saiu do, pequeno, altar e foi ao provador, junto de um vestido que havia escolhido para ser o próximo. Quando ela voltou, estava linda. Um vestido com mangas longas de renda, decote aberto, até a barriga e o rabo de sereia.

   — Princesa — falou, Jo-eun, apontando para a mulher e a mesma, sorriu, envergonhada, se virando para o espelho, ver o resultado de sua vestimenta. Rosé se encarou, por alguns segundos, em silêncio. Ela parecia querer decidir sobre o pano, até que sorriu de orelha à orelha, voltando a nos encarar.

   — Esse é o meu vestido — confessou, quase, emocionada, então, pagamos pela sua roupa. — Muito obrigada por me acompanhar, foi difícil convencer a minha mãe a não vir, mas eu queria que fosse uma surpresa pra ela. Eu nem imagino como deve estar a Lisa, já que não fala com a sua família, desde que começamos a namorar.

   — Como assim? — questionei, confusa, empurrando o carrinho de Jo-eun, enquanto a mulher, carregava seu vestido, orgulhosa de sua escolha de roupa. Peguei a chupeta da bebê em minha bolsa e coloquei na boca dela, quando ela fez menção de chorar.

   — Os pais dela, se recusam a acreditar que ela escolheu se divorciar de um homem pra casar com uma mulher. — Ela pareceu triste, ao confessar esse fato. — Eles deveriam, apenas, saber que ela está feliz e que... não é um problema se casar comigo, entende? — Concordei. decepcionada, por saber que os pais dela, se recusam a apoiá-la.

   Ela foi encontrar os pais dela e eu fui à casa de Lisa, ela não parecia bem. A mulher abriu a porta e eu entrei em sua casa. Manoban se sentou no sofá de seu apartamento, desolada e colocou a mão na frente do rosto, claramente, segurando um choro. Eu me sentei ao seu lado, confusa, segurando em sua mão para acalmá-la.

   — Sabe, eu... queria tanto que meu pai me levasse ao altar, mas... ele nem atende às minhas ligações — reclamou, devastada e abraçou os joelhos, escondendo o rosto. — Eu não sei, porquê ele não pode entender que eu só quero ser feliz — contou, secando as lágrimas de sua bochecha e eu a abracei de lado, tentando deixá-la melhor.

   — Olha... eu não faço ideia de como se sente, mas você não precisa entrar com o seu pai. Eu sei que ele é insubstituível, mas se ele não quer te apoiar, ele não te merece como filha — aconselhei o melhor que pude. Nunca fui, realmente, boa com conselhos, mas se ele não quer vê-la feliz, ele não deve ser importante.

   — Muito obrigada, eu... — Ouvimos a porta bater, então, ela se levantou para atender. — Pai? — questionou, confusa, dando espaço para o homem entrar, então, segurei Jo-eun no colo, quando ela me pediu isso. Eu me afastei dos dois para dá-los privacidade, mas fiquei no cômodo, caso ele resolvesse ofendê-la de alguma forma.

   — Eu fiquei sabendo que vai casar com aquela menina — falou, cruzando os braços e Lisa concordou, olhando para o lado, quase, envergonhada. — Quando vai ser? — perguntou, seriamente e ela o olhou, atordoada, mesmo não querendo demonstrar.

   — Dia vinte de julho — respondeu, respirando fundo.

   — Sabe, eu fiquei muito focado no que deveria ser. Quando você nasceu, eu imaginei uma vida inteira pra você e quando não cumpriu com o planejado, eu fiquei muito irritado. Eu estava errado. Eu não deveria estar focado no que deveria ser, deveria estar focado na sua felicidade — ditou, olhando para baixo e sua filha sorriu, se aproximando para abraçá-lo, perguntando sobre sua mãe. — Ela não está preparada, ainda, mas saiba que ela te ama. Agora, o que eu, realmente, quero, é te acompanhar ao altar.

   — E eu quero muito que você esteja lá — contou, apertando o abraço, enquanto suas lágrimas, escapavam de seus olhos. Ela estava animada por saber que seu pai, a apoiaria em suas decisões e no dia mais feliz da sua vida. O casamento.

BOA MENINA || JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora