- Festa infantil -

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Breanna/Ah-ri

   — Então, o que pretende comprar pra ele? — perguntou, focado na estrada e eu dei de ombros, sem ter qualquer ideia. O que eu compraria para uma criança?

   — Uma camiseta? — Ele travou o rosto em uma expressão clara de desprezo e eu respirei fundo, desconcertada. — Ah, por favor, me dá uma ajuda. Eu adoraria ganhar uma camiseta no meu aniversário. Não vejo problema nenhum nisso — expliquei e ele riu, me olhando por um momento, antes de voltar a encarar a estrada.

   — Você é adulta. Quantos anos tem? Vinte e quatro? — perguntou, incerto.

   — Vinte e seis — corrigi e ele apontou para mim, como se demonstrasse minha diferença de idade com o garoto de seis anos. — Tudo bem, eu entendi. O que eu devo dar pra ele? Me ajuda, sabe que crianças não é o meu forte. — Ele concordou com a cabeça, então ficamos em silêncio, até chegar no shopping.

   — Vem comigo — chamou, quando estacionou o carro, então, saí do automóvel, o seguindo, até uma loja de brinquedos. Ao chegar no local, franzi o cenho, olhando em volta. — Nunca ouviu falar? — questionou em um tom de piada e eu fechei os olhos, respirando fundo.

   — É claro que já. — O empurrei, entrando na loja e ela fez o mesmo, abraçando a minha cintura. — Sinceramente, eu... não sei presentear crianças. O que eu devo dar pra ele? Eu nem sei o que ele gosta — reclamei, entediada, observando os diversos pedaços de plástico inúteis que haviam nas prateleiras.

   — Disse que ele tem seis anos? — Concordei, enquanto, caminhávamos no corredor, então, ele me deu um carrinho de controle remoto, o olhei com a sobrancelha arqueada e Jeon, suspirou. — Confia em mim, ele vai gostar. — Assenti, já que ele parecia saber bem o que estava fazendo, mil vezes, melhor que eu.

   Os dias passaram e eu insisti para que Jungkook fosse comigo, ele aceitou, já que parecia gostar bastante de crianças e fomos mais cedo para a casa de minha amiga. Assim que chegamos no local, fechei os olhos, respirando fundo e bati na porta, esperando a mulher atendê-la.

   — Você chegou — falou, assim que me viu e seu sorriso aumentou ao ver que eu estava com alguém. — E trouxe companhia — comemorou, abrindo mais a porta, nos deixando entrar, nos deparando com uma criança, sentada no sofá com um bico no rosto.

   — O que você tem? — perguntou, Jeon, se ajoelhando na frente do Hyuk, então, ele suspirou, calando um choro silencioso e limpando o rosto molhado. — É o seu sapato? — questionou e ele concordou com a cabeça.

   — Ele não quer me deixar amarrar — explicou, Bada, a mãe do garotinho e ele fez um bico, em um novo choro que se transformou em um berro em um choro alto. 

   — Ei, eu acho que posso amarrar o seu sapato — pediu, Jungkook e o menino negou com a cabeça, mas o homem segurou, delicadamente o pé dele, colocando sobre o seu joelho. — Olha só, a minha mãe me contava uma história bem legal pra amarrar o meu tênis, quer ouvir? — Hyuk pareceu pensar, durante alguns segundos, até concordar.

   — Quero...

   — O coelho saiu da toca com suas orelhinhas grandes — falou, fazendo duas orelhas nos cadarços e enrolou uma na outra. — Pegou as cenouras, deu uma volta na árvore e entrou em sua toca — disse, terminando o laço e a criança sorriu, se acalmando.

   — Obrigado — agradeceu, sorrindo e eu acabei rindo da facilidade que ele teve de conversar com o pequeno. Facilidade essa que eu nunca teria. — A minha namorada chegou — contou, ao perceber que eu estava ali e Jungkook sorriu, olhando para mim.

   — E aí? — falei, cruzando os braços e Jeon colocou a mão na testa, como se não aprovasse a minha ação. — Bom, eu trouxe um presente — falei, estendendo o embrulho para ele e o garoto, sorriu, rasgando o papel para chegar no carro que Jungkook me recomendou a comprar.

   — Eu gostei muito — disse, enquanto, ainda, abria caixa e Jungkook abriu a pasta de seu trabalho, tirando de lá um embrulho. — Isso é pra mim? — A criança, perguntou com os olhinhos brilhando em ansiedade.

   — Não podia vir pro seu aniversário e não te dar um presente. — Entregou ao garoto a sacola e o menino abriu, olhando a camiseta de botões que o Jungkook havia dado. Não dê uma camiseta à ele, ele disse. — Essa é a mesma camiseta do tio. E o tio tem muito dinheiro, quer ser igual à mim? — questionou, em plena piada e o garotinho, concordou com a cabeça, sorrindo.

   — Eu gostei muito! — gritou, pulando no sofá e Jeon, riu, se levantando. Ele me olhou, cruzando os braços, arqueando a sobrancelha, como se gabasse sobre a reação do menino e eu revirei os olhos, negando com a cabeça.

   — Você é bom demais em presentear crianças. Eu, jamais, inventaria essa história — reclamei e ele abraçou a minha cintura. Algo que me deixava confusa, era que Jeon não escondia que estava comigo para ninguém. Quase, nem para a sua esposa. — Fez ele amar uma camiseta, ninguém, nunca, conseguiu isso.

   — Eu tenho meus dons — contou, convencido, me fazendo suspirar, acabando por rir. A festa não foi difícil, bom... Hyuk perseguiu Jungkook a festa inteira, buscando colo, então, eu não tive problemas em agradar o aniversariante.

   Ah-ri um, Hyuk zero. 

   — Como está? — perguntou, Jeon, assim que se livrou do garoto que, agora, dormia. Não respondi, apenas, continuei olhando seu rosto. Como ele podia ser tão bonito? — O que está fazendo? — perguntou, assim que percebeu que eu estava o encarando demais. Eu sorri, abraçando seu pescoço, buscando qualquer tipo de carinho, o que funcionou, já que ele retribuiu a ação.

   — Decorando seus traços — respondi, sinceramente e o olhei, novamente.

   — Eu não sou a tabela periódica pra ser decorada — disse, arqueando a sobrancelha e eu arregalei os olhos, o olhando, desacreditada. A tabela periódica?

   — Dá pra decorar aquele troço? — questionei, atordoada e ele me olhou, entediado, me soltando do abraço. Acabei rindo por sua reação e ele caiu na risada, junto comigo. — Você está brincando? — perguntei, ainda, rindo e ele me deu um soco fraco no meu ombro.

   — Quer que eu te deixei em casa? — Assenti com a cabeça, pegando minha bolsa que estava no sofá. — Então, vamos — falou, segurando minha mão, então, nos despedimos de todos, entrando no carro. 

BOA MENINA || JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora