- Despedida de solteiro -

381 38 0
                                    

Breanna/Ah-ri

   Depois de alguns minutos de carinho, me permiti ser levada pelo sono, onde eu não vi nada, por horas. Eu me sentia segura, entre os braços do meu namorado, era um, enorme, conforto. Acordei, deitada ao meio daqueles lençóis da cama e me levantei, buscando vestir as minhas roupas. Assim que terminei, desci as escadas, encontrando Jungkook, fazendo o café. Quanto tempo eu dormi?

   — Bom dia — falei, me sentando no balcão e o homem se virou, sorrindo, se aproximando para beijar a minha testa. — Dormiu bem? — perguntou, então, eu concordei, me sentando no balcão. Comecei a comer, animadamente. Nem sabia que estava com tanta fome assim, até dar a primeira mordida.

   Eu me lembrei de uma ligação que eu havia feito com Chun. Seu namorado havia a pedido em casamento, ela queria que eu participasse da sua despedida de solteira. Claro que eu queria estar presente, mas o local que combinamos não era o lugar que eu me sentiria à vontade para ir, normalmente. No entanto, faria isso por ela. A mulher era minha melhor amiga, a primeira pessoa que veio falar comigo.

   — Junnie... Chun vai ter a sua despedida de solteira, ela vai casar — contei, enquanto comia e Jungkook, sorriu, a parabenizando, mesmo que ela não estivesse presente. — O único problema é que nós vamos pra uma casa de strippers. — Eu achei que ele teria ciúme, ou algo do tipo, mas o que aconteceu, foi ele ter uma síncope de risos.

   — Boa sorte. Isso não é a sua cara. 

   — Não é mesmo — falei, cruzando os braços e olhei para cima, o acompanhando na risada. — Por mais que eu não goste de uma casa de strippers, eu vou fazer isso por ela. Não deve ser difícil lidar com eles. Já foi em uma? — perguntei, me aproximando e ele negou com a cabeça, segurando em minha cintura.

   — Strippers masculinos? Nunca, mas não deve ser diferente das mulheres. Caras pelados, dançando em um pole dance? — Ele não parecia incomodado em me ver nessa situação. Era isso que ele queria que eu pensasse. Eu percebia pela sua língua, em sua bochecha, enquanto ele olhava para o lado com o maxilar travado que ele, claramente, estava com ciúme.

   — Ei, se essa era a sua tentativa de não demonstrar ciúmes. Você errou — contei, então, ele suspirou, mas acabou rindo, concordando, desconcertado. — Enfim, eu acho que vai ser legal, de qualquer forma. Eu vou tentar tirar o melhor disso, mesmo que eu não goste de lugares assim. — Dei de ombros, sem graça e voltei a me sentar.

   — Você é muito certinha — reclamou, mas sem estar, verdadeiramente, irritado.

   — Eu vou ir pro quarto — avisei, subindo as escadas. Não havia ido para lá, ainda, então, abri a porta, adentrando o lugar. Eu vi a pelúcia que eu havia dado para ele, em cima da cama, fora de contexto com a decoração de sua casa. Eu sorri, vendo que ele guardava o presente de maneira tão fofa. — Você guardou... — sussurrei, mesmo que ele não estivesse ouvindo.

   Eu me deitei na cama dele, fechando os olhos para pensar. Muitas coisas aconteceram nesse ano que eu vim morar na Coréia do Sul. Foram coisas que mexeram, não só com a minha rotina, mas com todos os meus pensamentos. Alguns dias passaram e aproveitei esses dias para ficar grudada com o meu namorado, buscando carinho. Depois do uso da minha safeword, ele cuidou de mim, como se pedisse desculpas por ter ultrapassado meus limites, mas nunca me senti ofendida com a quebra dos meus limites. Ele não sabia e eu avisei a tempo.

   Eu estava tomando banho, ainda, na casa de Jungkook. Ele entrou no quarto para escovar os dentes, algo que já era uma coisa comum, entre nós dois. Depois do banho, eu vesti a minha lingerie, colocando um roupão por cima. Eu saí do banheiro e o vi deitado na cama, enquanto mexia no celular com os óculos em seu rosto. Eu me sentei em seu colo e ele me encarou, confuso.

   — O que você está fazendo? — perguntou, vendo eu me aproximar para beijar o seu pescoço. O homem não demorou a agarrar a minha bunda, se deixando levar pelo momento que presenciava. Eu comecei a rebolar, sentindo ele começar a ficar duro, embaixo de mim. Eu abri a gaveta e entreguei a maleta com velas para ele.

   — Por favor — implorei com o rosto colado ao seu pescoço. — Vamos nos divertir, só um pouquinho — pedi, mais uma vez e ele concordou, segurando meu rosto, dando um selinho em meus lábios. Ele segurou os meus pulsos, fazendo impulso com as costas para ficar em cima de mim. Um suspiro surpreso, escapou dos meus lábios, enquanto eu arregalava os olhos.

   — Você quer se divertir, boneca? — questionou, segurando o meu maxilar, então, concordei, diversas vezes, quase, desesperada. Quando nossos lábios se encostaram, o celular do meu namorado, começou a tocar e ele deitou, em cima de mim, agoniado. — Me desculpa. Eu preciso atender — murmurou, rente ao meu pescoço e eu concordei.

   — Tudo bem, pode ir — falei, chateada, me levantando da cama também, colocando as minhas roupas e voltando para o quarto. Eu abri as janelas e me sentei no telhado inclinado para observar as estrelas no céu escuro. Sorri ao encontrar aquela que Jungkook havia comprado para mim. Eu nunca, realmente, pedi para ele me comprar algo, mas a felicidade de receber todos os presentes, nem se compararam com a reação ao ganhar uma estrela.

   Eu gostava de observar o céu, como um todo. Era aconchegante, tranquilizador e refrescante. Eu me virei, ao ouvir alguém abrir a janela atrás de mim e vi Jeon, se sentando ao meu lado. Resolvi encostar a minha cabeça em seu ombro, buscando o mínimo de contato físico. Os dias passaram e tiveram coisas que não agradaram tanto à minha amiga que estava noiva. Seu noivo havia falecido. Aquilo a deixou desestabilizada. Eu estava na minha casa, pensando no que fazer, até que ouvi meu celular tocar.

   — Como ela está? Já conseguiu falar com ela? — Era Jungkook. Ele demonstrou uma preocupação fofa com a mulher. Eu havia trocado poucas palavras e ela pediu para que cuidássemos de seu filho, já que ela queria viajar, durante esse tempo difícil. Eu estava me preparando para buscá-la em sua casa. Nem imagino a dor que ela estava sentindo. 

   — Ela disse que já estava pronta — respondi e ele avisou que já estava em frente ao lugar que eu morava, então peguei a minha mochila e desci as escadas correndo, até chegar em seu carro, entrando no veículo. — Vamos? — perguntei com a mochila colada em meu peito e ele concordou, dirigindo, até a casa de minha amiga.

   Quando chegamos, ela parecia desolada. Seu filho, Ji-Hoon, já estava pronta com a mochila de ursinho em suas costas. Eu segurei na mão dele, o levando para o carro, ele parecia cabisbaixo, compreensível, já que seu padrasto estava morto. Chun ousou sorrir, por um breve momento, até que voltou a chorar, silenciosamente. Não soube como consolá-la, então, a levamos para o aeroporto.

BOA MENINA || JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora