Blasé

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O blasé daquele dia contagiava meu corpo,o som do vento batendo nas janelas arrepiava meus cabelos,o frio daquela noite estava em mim.
Sentei,segurei minhas pernas e imaginei.
Minha memória viajou longe,fiquei pensando naquele dia maravilhoso. O nosso corpo grudado na cozinha,você dando uma de chef ali,nosso cachorro latindo pra chamar atenção.  Abri os olhos e tinha viajado no tempo: Senti que meu corpo estava leve,senti borboletas na barriga,senti uma saudade do tempo que não voltava mais.  Ela se foi, eu sei disso. Ela não vai voltar,eu sei disso. Ela morreu, eu sei disso... Ela morreu amando comer chocolate com morango, ela morreu amando correr na casa com nosso cachorro,ela morreu detestando comer cenoura, ela morreu gostando de ouvir Elton Jonh. Ela se foi deixando tudo para trás, na verdade , ela deixou muito para trás : inclusive nosso nós.  Suspirei fundo e percebi : Vivi romance que jamais outras pessoas iriam entender,vivi algo digno de ser escrito,vivi um amor que ardeu como fogo e queimou bastante. Levantei pegando as chaves e fui andar naquela calçada perto da praia,isso mesmo,ainda estou naquele apartamento perto da praia,não largo aquele canto onde superei medos e vive momentos incríveis.  Vou andando naquele vasto caminho, sentindo o vento e a brisa banhar-me e vi você. Estava linda,estava mais viva do que eu imaginava, meu coração acelerou e percebi que eu amava,não como está pensando,mas amava a pessoa que ela foi para mim. Alguns meses atrás eu iria chorar e correr para casa, mas hoje? Sorri,fui até ela e disse : Eu to amando dormir sozinha na cama de casal. Sorrimos daquela piada sem graça naquela noite.  Sabe o que aprendi? Que os sentimentos não morrem,mas se reinventa em outros. Ela morreu sim,mas não como pessoa,mas como o amor da minha vida e hoje é memória de uma vida que foi boa,mas passou.

CADA TEXTO É UM PEDAÇO DE MIM.Onde histórias criam vida. Descubra agora