Pobre menina

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   A pobre pintora não via mais cor
A pobre menina não brincava mais
As cores ficaram menos alegres
As músicas ja não fazia seu coração acelerar
A monotonia tomava de conta de seu corpo
A jovem bailarina não usava mais sua sapatilha
A chuva caia nas plantas e o cheiro associado a chuva não fazia mais seu corpo inclinar na janela pra ver as milhares de gotas caindo
A pobre pintora sentou em seu universo
A pobre menina tentou cantar,mas nada saia
A casa ecoava dor
Seus olhos refletia suas perdas
Sua boca seca representa o seco que havia nela
Pobre sertão perdia feio pro deserto de sua casa
A neblina sombria tomava de conta daquela casa esquecida
Assombrada?
Desolada?
A pobre menina deitava no chão olhando o tempo passar
Caia noite
Surgia dia
Caia noite
Surgia dia
E repetia isso por dias
A pobre bailarina tentou dançar uma valda alegre
Mas de seu pobre peito saiu uma lastimável valsa desolada.
O blasé tomou de conta
O vigário cheio de poeira
O vento soprou
A poeira levantou
A cor estava linda
O rosto corado
A boca vermelha
O tom de vermelho do seu vestido vivido
O salto bem elegante
Cabelos caidos
Mas seu olhar
Estava distante
No reino tão, tão, tão distante.
A pintura foi a única coisa que dali ainda prestava
As paredes estavam chorando
O chão desolado
A água mal caia
Não tinha cheiro de vida
A energia assombrada ali pairava
A dor se sentia em cada osso
Pobre bailarina morreu sozinha
Pobre menina deixou suas brincadeiras à esquecer
Pobre pintora que jamais iria pintar seu amor
Seu amor morreu
Seu amor estava andando em uma calçada distante
Sons ecoavam pela casa
Mas o blasé comia tudo de bom
Pobre menina
Pobre bailarina
Pobre pintora
Pobre, pobre ,pobre vida.

CADA TEXTO É UM PEDAÇO DE MIM.Onde histórias criam vida. Descubra agora