A Vingança De Alessandra Bianchi | AVAB | 1º Livro REVISANDO

Capítulo 43

Thomas P.O.V

Cada segundo que se passava era doloroso para mim, eu não me importava se o fogo explodiu rápido demais, alcançando minhas costas, o colete estava derretendo rápidamente, o fogo se alastrando, alcançando minha pele, queimando, fritando e causando queimaduras que geraria cicatrizes feias. Eu não importava com a dor, nem mesmo quando recebi tapas nas costas, na esperança de apagar o fogo, Érique tentava a todo custo apagar aquele fogo que me alcançou, mas meus olhos estavam guiados apenas à Alessandra, ela se contorcia no chão, parecia não ter forças para gritar de dor, seus olhos estavam vermelhos pela força que ela botava para não espernear. Quando ela se virou para cima, pude perceber uma mancha vermelha descendo para sua testa, Érique me liberou ao conseguir apagar o fogo depois de tanto desespero, os ombros ardiam e me fazia contorcer as costas, nada disso iria me impedir, apenas corri até Alessandra e a peguei no colo, Rafael se aproximou o suficiente para tocar nela, ver seu ferimento. O corte profundo em sua cabeça, geraria pontos, eu precisava levá-la imediatamente para um hospital, foi aí que começamos a correr o mais rápido possível.

Ouvi as ordens de Érique, falando para irmos até a árvore e esperar a passagem ser aberta e moldada por uma escada, pois a entrada da rampa estava longe demais, o sangue que saia da cabeça de Alessandra manchava minha roupa, sangue quente, o cheiro metálico impregnava no meu corpo, eu não me importaria de voltar no tempo e impedir que ela viesse, vê-la sofrer daquele jeito era pior do que qualquer coisa.

Rafael deve ter acionado o instituto pelo rádio, para que levasse uma maca até a sessão RedBlack, facilitar e agilizar a ida de Alessandra para o hospital, seguimos empurrando a maca diretamente para a sala de cirurgia, onde Rafael e outros ajudantes iriam colocar pontos naquele corte, fechar antes que ela perdesse muito sangue. A pedra na qual ela havia batido a cabeça, não era tão afiada, mas a força com que ela foi lançada poderia matá-la, eu teria de agradecer a Nicolas de ter segurado ela por tempo suficiente para que ela não caísse antes da hora, ou então ela poderia estar morta agora.

Mantive sentado esperando nos bancos do lado de fora, no corredor estreito das salas de emergência. Thiago, Matheus e Marcos estavam ao meu lado, um silêncio repousava naquele momento, apoiei a cabeça em minhas mãos, respirando devagar, tentando controlar meus pensamentos, que corriam diretamente para o olhar de Alessandra sobre mim, enquanto sua mão empurrava a pasta contra meu peito, aquele olhar intenso que eu faria de tudo para vê-lo de novo, eu sentia falta dos beijos dela, sentia falta de estar ao lado dela em paz, os dias estavam ficando cada vez mais cheios e problemáticos. Amanhã seria o ano novo, que para mim não tem mais importância, não se ela não pudesse participar, eu sabia que não poderia, teria de ficar de repouso para que os pontos fossem retirados, não sabia quando tempo exatamente ela teria de ficar deitada.

Matheus tremia ao meu lado, eu sentia seu banco balançando, suas pernas pulavam numa ansiedade, como se seus ossos estivessem em um piripaque, não me incomodei, eu entendia seu nervosismo, apenas analisei a reação de cada ser presente ali. Thiago estava apreensivo, encostado na parede do corredor, fitando o chão com os olhos arregalados. Marcos estava sentado ao lado de Matheus, roendo as unhas, estava olhando para um ponto fixo no chão, franzi o senho surpreso ao ver uma lágrima solitária deslizar pela sua bochecha, ele aparentava ser uma pessoa tão forte que não deixava nada abalar seus sentimentos, mas naquele momento, seu ponto fraco estava vulnerável, Alessandra era o ponto fraco dele.

— Ela vai ficar bem, não é? — Suas palavras soaram roucas e grave. Levantei o olhar para Thiago, que tinha se familiarizado com Marcos, esperei sua resposta. Ele não respondeu, apenas continuou com aquela expressão de choque, Matheus ficou calado, apenas tremendo e tremendo. Tomei a frente e suspirei fundo.